#3 Breve Contexto

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Nick on

13:16 PM

N- Eu durmo muito! -me levanto e vou até minha escrivaninha, sentando na cadeira giratória -.......aí merda! Ela vai vim hoje pra cá!
Corro para o banheiro o mais rápido possível, 8 minutos depois saio do mesmo, destranco a porta do quarto e a abro, vendo uma Lenny cair no chão
L- Aí!
N- ...que foi? -ignoro a queda que ela levou
L- Idiota! -fala se levantando -porque você não abriu a porta!? Eu ia arrombar de novo, tava aqui batendo que nem uma louca!
N- Eu tava dormindo
L- Uma hora dessa!?
N- ...sim
L- Todo mundo já almoçou, tu não disse que ia fazer um trabalho de escola hoje?
N- Eu vou...de 2:30 -ela olha para o relógio
L- Já é 1:27
N- Eu sei... -saio do quarto e vou em direção as escadas, sendo acompanhado de Lenny do meu lado. Finalmente chego no refeitório e me sento na cadeira em uma das mesas, vendo ela colocar um prato e um talher na mesa, se sentando no assento a minha frente
N- .....vai ficar me vendo comer mesmo?
L- Ah, desculpe -ela se levanta e vai para a cozinha

Termino de comer e subo novamente para o meu quarto, um tempo depois escuto batidas na minha porta
L- Ela chegou
N- Manda ela subir...
L- Ô menino! Desce agora e vai abrir a porta pra ela, ela é tua visita né minha não, vai vai vai vai -fala me empurrando para fora do quarto, lanço um olhar mortal pra ela e começo a descer as escadas- ....ainda morro com um olhar dele

...

Respiro fundo ao chegar na porta da frente e abro a mesma, revelando uma garota da mesma altura que eu, de cabelos negros levemente ondulados parada em minha frente
J- .....olá -fala acenando e dando um sorriso
Ignoro-a e me viro, fazendo um gesto para me seguir
J- É...aqui tem internet?
N- Tem na biblioteca
J- Tem uma biblioteca aqui!? -olho para ela mostrando o óbvio -...que massa
Nós subimos as escadas
N- Só vou pegar algumas coisas -falo enquanto entro no meu quarto

Nick off
Jenny on

Acompanho ele entrando no quarto...é, até que é ajeitadinho, pensei que os quartos dos garotos fossem mais desarrumados (sem ofensa). Mas mesmo assim, o quarto perece meio...solitário, paredes escuras sem nem ao menos um quadro, uma escrivaninha preta com apenas um livro em cima, um banheiro...é, o banheiro normal. Chega até ser um pouco assustador
N- Pronto, é só isso -saio dos meus pensamentos. Sigo ele novamente e finalmente chegamos na biblioteca
J- Ah! Que lindo! Acho que vou chorar...quer trocar de vida comigo?
N- ......não
Que pausa foi essa!?
Ele vai até um computador, com impressora e tudo, e uma enorme mesa do lado
Esse lugar é melhor que uma Saráiva e uma Xerox juntas
N- Ei! Tá me escutando?
J- A-ah tô
N- Então por onde vamos começar?
J- É melhor começar com a pesquisa

...

Merda! Eu não tenho nem ideia de como começar a responder essa questão...bora lá essa é a última!
J- ...merda! -Nick se aproxima e começa a ler a questão
N- ....fácil, a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial -fala pegando um lápis e escrevendo
😱Estou chocada com a inteligência dele
N- Ok terminamos -se levanta juntando as coisas espalhadas pela mesa, ajudo ele a guardar o resto dos materiais
J- Pronto -falo sorrindo- ...então...o que vamos fazer agora? -ele me encara
N- ...tchau -😨ele me expulsou!
J- É-é sério isso?
N- Nós já terminamos o trabalho -vejo o mesmo sair da biblioteca me deixando sozinha, eu quero matar ele
J- ....ok...então -pego minhas coisas e vou embora

Jenny off
Nick on

Entro no meu quarto e tranco a porta, dou um suspiro
N- ...tô livre -ando até a cadeira giratória e me sento na mesma encarando o teto
L- Nick! Seu maldito! -fala quase que derrubando a porta, abro-a
N- O que eu fiz?
L- Você deixou aquela garota sozinha na biblioteca!
N- ...você tava me vigiando?
L- N-n-não! Porque acha isso!?
N- Porque tá gritando...
L- ...Tá, eu tava vigiando, tenho medo de deixar um garoto arrogante como você sozinho com uma garota inocente daquelas -levanto uma sobrancelha e forço para fechar a porta, porém ela é mais forte
N- Tsc -ela dá uma risada
L- Ok...vou deixar você em "paz" -fala sumindo do meu ponto de visão ainda sorrindo, dou outro suspiro e me jogo na cama
N- .......ah! -por segundos meus olhos se encheram de brilho, hoje é o dia em que eu posso "brincar", me levanto rapidamente, puxando a mochila preta que eu sempre levo de debaixo da cama, abro minha gaveta tirando da mesma uma pequena machadinha, cordas, e várias facas, observo as luvas e os remédios já dentro da bolsa perto da máscara de gás, dou um sorriso de canto.

...

Anoitece e vejo a noite virar madrugada, esta que está incrivelmente silenciosa hoje, junto com um imenso breu, começo a sair pela janela, sinto uma fria brisa tocar em meu rosto me causando um leve calafrio
N- Merda -falo como um sussurro, tenho um mal pressentimento sobre essa noite, porém nada pode me atrapalhar quando estou brincando, continuo indo em direção a cerca pulando-a. Ando lentamente pela rua, nessa região, por incrível que pareça, não possui câmeras, os noticiários são apenas reproduzidos por relatos, e aliás, não preciso ter pressa, já que minhas vítimas não saíram para nenhum lugar, me animo mais uma vez, hoje será alguém aleatório, ando por mais 15 minutos vendo uma casa ao longe, ela parece velha, porém arrumada, um enorme jardim cobre o terraço da porta da frente com pequenas flores coloridas em cada canto, tanto no chão, quanto na própria parede da casa, arrudeio-a procurando algum sinal de vida inferior aos arredores, não encontro nenhuma​, deixo escapar um sorriso. Pulo o curto muro branco pisando em uma das flores, esmagando-a sem dó, caminho até a porta dos fundos da casa pegando o clipe em meu bolso, deformando o mesmo e inserindo no cadeado da grade à minha frente, entro na casa com facilidade, coloco a máscara de gás em meu rosto e ando em passos lentos pelo chão de madeira, fazendo elas soltarem um pequeno ruído surdo, escuto uma risada sair de algum dos cômodos da casa, merda, tem alguém acordado, procuro um lugar para me esconder, achando uma pequena porta debaixo da escada, entro sem pensar duas vezes, sentido a poeira entrar nas minhas narinas ao fechar a porta, ouço passos do lado de fora
- Tá aonde? -uma voz feminina indaga
- Dentro do quarto da escada -outra voz dessa vez masculina, sinto um arrepio, terei que me preparar, pego uma adaga num dos bolsos da mochila, colocando-a na minha mão direita e apontando em direção a porta, a mesma se abre se mostrando uma mulher loira com o rosto espantado
- Quem é voc-
Sua fala é cortada por uma faca cravada em sua jugular, um homem alto moreno aparece saíndo de um dos cômodos
- Mas que merda -lanço uma adaga em sua direção, mas ele desvia indo para o que provavelmente seria uma cozinha, dou um sorriso de canto, indo ao encontro da pequena curva do lado da escada, porém sou recebido com um vaso em minha cabeça, fazendo o mesmo se quebrar, cambaleio para trás sentindo uma imensa dor na cabeça, sinto o punho do homem em meu rosto me referindo um soco fazendo-me ficar desorientado, o subestimei, deixo minha bolsa cair no chão puxando três adagas da mesma, jogo uma delas no tendão direito do homem fazendo o mesmo se jogar no chão gritando de dor, vou até ele e tento o acertar com a faca, porém ele é mais forte e consegue retirar-la de minha mão, sinto a adaga ser cravada em meu braço esquerdo me fazendo soltar um gemido, com a outra mão, aproveito a distração dele girando a faca em minha pele e finalmente perfuro o pescoço do homem moreno, fazendo sair pequenos jatos de sangue da abertura feita

Me levanto ofegante, retirando a máscara para poder respirar melhor, vejo três pingos de sangue escorrer pelo meu braço e cair no chão, não posso deixar nenhuma pista, pego um pano na mochila e limpo qualquer tipo de rastro deixado por mim, me encaminho até uma parede mais próxima deixando minha "assinatura" no local com o sangue do brutamonte, logo depois, começo a andar em direção a saída até ver de relance alguém no topo das escada, olho para cima...Derek Calle, me observa espantado e temeroso enquanto segura um taco de baseball nas mãos no segundo degrau da escada, não tenho como lidar com ele agora, corro o mais rápido possível,  saíndo da casa e pulando o pequeno muro com dificuldade, saio em disparada pela rua, sentindo ainda o frio da faca dentro de minha pele, e o contínuo rastro de sangue pingar pelo caminho. Por isso o mal pressentimento.

Silencioso Vazio Sem FundoOnde histórias criam vida. Descubra agora