#2 Pequena Confusão

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On

Me chamo Jenny White tenho 16 anos, quando eu tinha 12 anos de idade minha mãe morreu num tiroteio perto da minha rua por uma bala perdida, hoje moro somente com meu pai e meu cachorro

6:01 AM

~trim...trim~
Acordo com o barulho do despertador
J- Naaaaaaoooo...não quero acordar...- falo batendo no mesmo, fazendo-o cair no chão
- Acorda, acorda, acorda! -meu pai entra no quarto juntamente com meu cachorro que começa a latir sem parar- eu tô atrasado! -anda em minha direção - e você acorda se não vai se atrasar também- fala me dando um beijo na testa e indo embora deixando meu cachorro ainda latindo
J- ...perdi meu sono -me levanto e começo a procurar uma roupa apresentável ( porque qualquer pessoa que for no meu guarda-roupa vai se assustar de tanto entulho ) , acho uma calça preta e blusa cinza com uma nota musical na frente e vou tomar banho, 14 minutos depois saio do banheiro

Hoje será meu primeiro dia numa escola nova, isso mesmo, sou uma aluna transferida😓

...

J- Ok...- puxo a corda de parada solicitada no ônibus e o mesmo para em frente ao colégio- ...medo
Começo a andar lentamente pelo pátio, merda tô perdida, avisto uma garota ao longe
J- É...com licença, você sabe onde fica a sala B4?
- Primeiro corredor, à direita
J- Ah, obrigada -chego na frente da porta da sala -...medo, muito medo
~suspiro~
J- OK, vou entrar -abro a porta lentamente - com licença...
Todos os olhares são direcionados para mim, vou explodir daqui a pouco de tanta vergonha
- Ah, finalmente chegou -o professor começa -essa é Jenny White, ela é uma aluna transferida, diga olá para classe Jenny
J- Olá
- Certo pode se sentar na frente dele ali -fala apontando para um garoto moreno e de pele clara, que parece que nunca tomou sol na vida, no canto da sala, e que está olhando fixamente para mim desde que entrei, vou até a cadeira e sua frente e me sento

9:52 AM

Merda! Já tô ficando desconfortável com o olhar dele! Ele tá me varando com o olho!
- Jenny! Qual é a resposta!? -o professor fala impaciente
J- É-é-é 59?
- Correto -dou um suspiro e me sento novamente -ok turma, vou fazer um trabalho valendo três pontos na prova, pode ser ou em dupla ou trio, não pode ser individual, quem não fizer, a prova só vai ficar valendo sete pontos, eu que vou escolher as duplas ou trios, porque eu sou do mal hahahha...certo, Luíza e Alexsandra, Tiago, Jéssica e Fernando...-ele fala o nome de todos da classe, agora só falta eu -...e o último...vocês dois aí que sobraram
Aponta para mim e para...o garoto que tá me encarando!?
J- M-mas o qu-
Olho para ele- eita contato direto...me viro novamente. O professor começa a anotar no quadro as informações do trabalho, as quais eu copio no meu caderno até sentir uma mão tocar meu ombro, olho para trás e finalmente ele desvia o olhar
- ...m-meu n-nome é Nick...p-prazer- fala a última palavra como um sussurro estendendo a mão timidamente, e ele gagejou...ok isso foi fofo
J- Jenny, prazer...então...vai tá livre amanhã? - pergunto porque amanhã é sábado e não vai ter aula
N- S-sim... -ele pisca os olhos algumas vezes, como se tivesse acordando de um transe
J- Ok, a gente pode fazer o trabalho amanhã...pode ser na sua casa?
N- Eu moro num orfanato
J- Ah...é porqu-
N- Não tem problema se eu receber visita
J- C-certo então amanhã de 2:30? -ele assente e o sinal finalmente toca

Jenny off
Nick on

Vejo ela se levantando e saindo para o intervalo, juntamente com as pessoas restantes da sala
Dou um suspiro e pego meu mp3 com meus fones enrolados no mesmo e começo a escutar uma música aleatória fechando meus olhos, até sentir um movimento fora do meu "mundo", os abro novamente e percebo Jenny na entrada da sala
J- É...me esqueci que essa não era minha escola antiga...p-posso ficar aqui com você?...já que é a única pessoa que conheço até agora... -ignoro-a e volto meu olhar para o mp3, dessa vez escolhendo uma música, ela senta na cadeira a minha frente e começa a me encarar, minutos depois me irrito
N- O que foi?
J- A-ah é que...você não fala nada...
N- Tenho 17 anos -vejo ela dando um sorriso
J- Tenho 16...que música você tá escutando?
N- Carnivore
J- Ah, nunca escutei...posso escutar com você?
N- Não -falo me afastando dela
J- Ah! Qualé, que custa? -se aproxima
~suspiro~
Dou um fone pra ela
Minutos depois ela começa
J- ...Massa, você gosta desse tipo de música?
N- Não "gosto", apenas é...divertido -o sinal toca novamente, e nós nos ajeitamos na cadeira se virando para o professor que entra na sala

Um tempo depois a aula finalmente termina. Passo meu "endereço" para ela e nos despedimos

13:49 PM

Entro no orfanato ignorando todo mundo no meio do caminho até chegar no meu quarto, passo pela porta e tranco-a, logo depois sento na ponta da minha cama e encaro a parede azul escura
N- ......mas que merda foi que aconteceu!? Que droga foi aquela, por quê eu gagejei!?...eu convidei ela pra vim aqui amanhã! Mas o qu- eu preciso arrumar tudo pra-
Dou uma tapa no meu próprio rosto
N- ...ai -escuto batidas na porta
L- Nick, tá tudo bem aí?
N- T-tá sim
L- É porque eu o ouvi gritando?
N- Ah, não, eu só escorreguei no tapete
L- Tá certo -ela vai embora
~suspiro~
N- Ok...ela só não pode descobrir que tenho armas pelo quarto -começo a juntar pequenas adagas espalhadas e coloca-las na gaveta, trancando-a logo depois

Ainda não consigo imaginar como nenhuma das pessoas no orfanato descobriu algum esconderijo das minhas facas, já que arrumam cada quarto todos os dias. Saio dos meu pensamentos e vou até o banheiro tomar banho, minutos depois saio do mesmo já vestido, hoje não poderei "brincar", já que fiz isso ontem. Me jogo na minha cama e espero o tempo passar

23:15 PM

Abro os olhos lentamente
N- ....eu durmo muito -me levanto e caminho até a porta destrancando-a e abrindo a mesma, deixando soltar um pequeno rangido, olho os enormes corredores todos escuros, indicando que alguns já estavam dormindo, desço as escadas e vou até uma pequena brecha de luz. Me escondo atrás da parede, ao perceber que alguns adultos estão assistindo TV, e aproveito para ver o noticiário, o canal que estão assistindo

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Hoje, uma jovem de 18 anos foi encontrada morta no seu próprio quarto. O corpo dela foi encontrado com sinais de tortura, pregado na parede com pregos de barracas de acampamento, na parede foi deixando também o mesmo símbolo dos outros assassinatos: uma espécie de flecha feita com o sangue de quem assassinou, por isso ganhou o apelido de Arqueiro. Ela também foi morta que nem as outras vítimas, com uma facada na jugular, os policiais já estão ficando assustados, quem é esse serial killer que não deixa nem mesmo uma pista para encontra-lo e que está nos dando tanto medo?
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Dou um sorriso de canto e me viro em direção as escadas satisfeito
L- O que faz acordado a essa hora mocinho? -levo um susto ao ouvir a voz de Lenny
N- A-a-ah, olá
L- Olá?
N- Você também tá acordada
L- Eu trabalho aqui
N- Mas você tem quase a mesma idade que eu só é três anos mais velha -ela dá um suspiro
L- Você ainda não respondeu minha pergunta
N- É-é que...eu fiquei sem sono, daí eu fui beber água
L- O bebedouro é lá em cima
N- É que eu tomei água e desci pra ir no banheiro
L- Tem banheiro no seu quarto
N- Mas esse estava mais perto-
L- Como esse estava mais perto se você já estava no seu quarto e poderia ir lá em vez de descer? -indaga me interrompendo e arqueando uma das sobrancelhas
N- ...tá eu estava passeando
L- Haha, eu sabia
N- ...e eu acabei vendo o que anunciou no noticiário
L- Você escutou aquilo? -fala surpresa- você é uma criança não deveria ter escutado isso
N- Não sou criança
- Lenny tá conversando com quem aí atrás!? -a bruxa pergunta do outro lado da sala
L- Com ninguém! Vai sobe logo pra tu não se encrencar -subo as escadas rapidamente

Tranco a porta do meu quarto e, novamente, me jogo na cama
N- Agora tô sem sono...-confesso que estou nervoso pra amanhã, nunca trouxe ninguém para o orfanato, não sei como reagir

Pego meus fones de ouvido e começo a escutar música.

Silencioso Vazio Sem FundoOnde histórias criam vida. Descubra agora