Capítulo 7

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A noite estava fluindo naturalmente até duas jovens chegarem até o ator.

– Nick. NICK. – chamaram-no. Ambas estavam elegantes e bem produzidas, então pensei que fossem apenas convidadas interessadas em tirar uma foto e pegar um autógrafo. Ele tentava conversar com as duas jovens que pareciam elétricas. A dança com Jennifer havia terminado, mas ele não chegou a se sentar à mesa, pois as duas mulheres se aproximaram como rapidez.

Nesse momento, deixei de observá-los e atendi ao meu celular que insistia em tocar. Era um número desconhecido.

– Alô? – ninguém respondeu. – Alô?

– Michelle? – todo o sangue foi drenado das minhas veias ao escutar depois de anos aquela voz. Não consegui responder. Não consegui engolir a minha saliva. Não consegui sequer respirar. – Michelle, eu sei que você está me escutando. E-eu demorei a te ligar porque não sabia como você reagiria.

– O que você quer, Rafael? – perguntei temerosa, mas sem demonstrar por minha voz.

– Queria escutar a sua voz. Eu sinto muito, Misha. Eu sinto tanto. – sua voz embargou do outro lado. – Não quero te assustar.

– Como você conseguiu o meu telefone? Quem te deu?

– Por favor, me perdoe. Vamos conversar. Eu estou no Rio e sei que você também. Não queria te atrapalhar na première, mas eu não pude evitar. Estamos tão perto e eu não sei como me aproximar.

Ele sabia onde eu estava e meu corpo começou a tremer. Andei para um lugar mais calmo do salão, sem muito ruído e comecei a procurá-lo acreditando que a qualquer momento Rafael apareceria e me levaria para algum lugar mais escuro.

– Não temos nada para conversar. Acabou tudo.

– Eu sei que está ferida e eu tenho culpa. Estou arrependido. Por favor, apenas me escute. – eu comecei a ficar nervosa e de repente toda a cor havia sumido. Nick estava dando atenção às convidadas que ainda insistiam em conversar com ele. Jennifer bebericava alguma bebida na mesa juntamente com o elenco. Senhor Harry dançava com uma senhora muito elegante. Todos sorriam, exceto eu.

– Eu vou desligar. Nunca mais ligue para mim. – não pensei duas vezes em terminar aquela conversa. Voltei para o salão sorrindo como se nada tivesse acontecido. Dei atenção aos convidados e, depois, aproximei-me de Nick para entender o que estava acontecendo.

– E eu adorei o seu filme. Quando você beija a Jenny! Ahh, foi lindo! Eu te amo tanto, tanto, tanto. – dizia uma quase chorando. Seu inglês era intermediário, mas dava para entender.

– Boa noite, senhoritas. – cumprimentei-as. – Gostariam de alguma bebida? Posso mandar um garçom colocá-las em sua mesa.

– Não precisa. – uma forçou um sorriso.

– Só precisam me dizer o número de suas mesas. – insisti.

– Nós não queremos beber. – a outra jovem falou com mais vigor. – Queremos apenas estar um pouco com ele.

– Senhor Cooper, está tudo bem? – perguntei. – Sua amiga, a senhorita Wilde está te esperando na mesa. – menti.

– Ele já está indo. – a menina me enfrentou. – Cai fora!. – ela estava um pouco alterada e aquilo me chamou a atenção. Não seria motivo de drogas, mas sim de fã louco. Elas com certeza não faziam parte da lista e de alguma maneira conseguiram se infiltrar na festa. Isso estava na cara.

– Hei. Não sejam indelicadas com a senhorita. – Nick fechou a cara. Apesar de suas palavras bonitas, ele já não estava mais tão solícito. – Eu vou me retirar. Já dei autógrafos e tirei fotos. Tenham uma boa noite.

Um romance quase de cinema DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora