Capítulo 16 - Parque de diversões.

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Estava tentando, apenas tentando, fazer uma torta de limão com Harry quando a campainha tocou.

— Charlotte! — Gritei por ela para que fosse abrir a porta.

— Fazendo unha! — Gritou de volta me fazendo revirar os olhos.

— Você é insuportável. — Murmurei passando por ela na sala. — Pois não? — Abri a porta dando de cara com Brant. — O que quer? — Minha voz saiu rude.

— Me desculpar. — Seu olhar não chegou até o meu, foi para Charlotte que agora subia as escadas nos deixando a sós.

— Bem, faça-o então. — Comecei a tamborilar os dedos na madeira da porta entediado.

— Eu juro que não foi intencional, eu estava chateado por você estar dançando com seu melhor amigo quando deveria estar comigo que sou seu namorado. Então eu apenas beijei qualquer garota para fazer ciúmes, mas não saiu como o esperado. — Ele esfregou a nuca e percebi que estava envergonhado, era o mínimo.

— É, não saiu mesmo. Espero que trate seu próximo namorado melhor e...

— Próximo? Não quero outro, eu quero você. Por favor, me desculpa. — Suspirei vendo seu olhar triste. — Me dá só mais uma chance, eu prometo não te decepcionar. — Pediu.

Minha mente me mandava dizer para ele ir embora e nunca mais voltas, mas meu coração dizia que eu podia dar mais uma chance para meu primeiro amor. E como eu acreditava em redenção, optei por ouvir o segundo.

— Tudo bem, mas apenas mais uma. — Brant sorriu assentindo e me abraçou.

— Amanhã tem uma festa em uma casa de praia, venha comigo. E pode trazer quem quiser, eu realmente não me importo. — Assenti sentindo ele beijar meus lábios, percebi que não senti minha barriga explodir com as borboletas como o beijo de Harry me fez sentir.

— Quer ficar ou...?

— Não, eu passo amanhã para te buscar. — Ele disse, eu assenti e o beijei novamente antes de ele ir embora.

— Quem era? — Harry perguntou quando entrei na cozinha.

— Brant, queria me chamar para uma festa em uma casa de praia. — Cruzei os braços me encostando na porta.

— Ah! Tudo bem. — Ele sorriu triste e eu franzi a testa.

— Vai comigo? É amanhã. — Harry me olhou e soube que ele ia negar. — Não aceito 'não' como resposta. — Sorri quando o vi bufar e assentir. — Você é o melhor. — Caminhei até ele e o abracei.

— Apenas venha comigo no parque hoje. — Harry pediu abraçando minha cintura e me deixando bem mais perto dele.

— Claro. — Encolhi os ombros e ficamos olhando um para o outro, nossos lábios quase se tocando.

— Estou com fome! — Empurrei Harry para longe de mim. — Opa! Atrapalhei? Olha, eu volto depois, nem tô com tanta fome assim. — Revirei os olhos para minha irmã que sorria maliciosa, palhaça.

Algumas horas depois.

— Louis! Seu namorado tá aqui embaixo. — Franzi a testa e terminei de arrumar meu cabelo antes de pegar meu celular e descer.

— Cadê o Brant? — Perguntei vendo apenas Harry do lado de Charlotte.

— Brant? Não, tô falando desse namorado aqui, o que você ama. — Meu rosto esquentou e ela empurrou Harry para mim. — Aproveite por mim. — Charlotte passou e deu um tapa em minha bunda me fazendo resmungar.

— Você está lindo. — Harry murmurou e abaixei a cabeça envergonhado. — Vamos? Antes que a doida da sua irmã volte. — Ele sorriu e segurou minha mão antes de me puxar até a porta.

Fomos em silêncio apenas apreciando o álbum de The Fray, uma banda que gostávamos muito. — Podemos comer algodão doce? — Pedi antes de qualquer coisa.

— Claro, anjo. — Sorri com o apelido e fomos até o senhor que vendia algodão doce.

Alguns minutos depois.

Estávamos caminhando apenas observando as pessoas e então vi o carrossel. — Vamos, por favor... — Pedi arrastando Harry.

— Tá, chato. — Harry disse revirando os olhos, eu sorri e beijei seu rosto.

Harry pagou e subi em um cavalinho ficando agarrado nele enquanto ele ficava em um que imitava um sofá. O brinquedo começou a girar tocando uma musiquinha irritante, mas que eu adorava desde criança.

— Pronto, satisfeito? — Acenei com a cabeça em concordância e vi um urso gigante me fazendo negar. — O que quer? — Harry suspirou e apontei levemente para onde o urso estava. — Posso ganhar para você. — Ele encolheu os ombros.

— Mesmo? Eu iria te amar para sempre, eu lhe dava até um beijo e... — Parei quando percebi o que disse.

— Agora ganhar esse urso virou questão de honra. — Harry me puxou até a barraquinha e pagou para jogar.

Meia hora depois ainda estávamos ali, aquela barraquinha já tinha levado quase todo o dinheiro de Harry. — Já chega, Harry. — Puxei seu braço e ele negou.

— Só falta acertar um palhaço, eu vou destruir esse desgraçado. — Revirei os olhos e cruzei os braços vendo Harry atirar mais uma vez e acertar. — Isso! — Gritou e me agarrou pela cintura me girando.

— Harry! Me põe no chão! — Pedi rindo enquanto ele me colocava no chão.

— Quero meu beijo. — Harry disse se inclinando para mim, eu me afastei.

— Aqui não. — Sussurrei e ele assentiu.

— Seu prêmio, senhor. — A moça da barraca o entregou o urso.

— Para você, anjo. — Harry me entregou o urso e eu sorri o abraçando. — Agora posso escolher o brinquedo? — Assenti já sabendo qual seria. — Roda gigante, aí vamos nós!

Infelizmente a fila não estava muito grande e não demoramos a estar sentados com aquela barra de ferro a nossa volta. — Eu não gosto desse brinquedo, você sabe. — Murmurei abraçando apertado o urso.

— Podemos sair ainda e... — E então o brinquedo começou a subir, e estávamos indo cada vez mais alto. — Você não quer estar aqui. — Harry comentou com um sorriso triste.

— Eu só gostaria de estar no chão. — Murmurei e o olhei. — Sabe, ainda estou lhe devendo um beijo. — Puxei seu rosto para mim e juntei seus lábios aos meus.

Nos beijamos calmamente, com carinho. Eu sabia que estava traindo meu namorado, mas parecia tão certo. Estar ali com Harry, eu não queria estar em nenhum outro lugar.

We're Not Friends [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora