Chamada de Emergência

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“911, qual a sua emergência? ”

“Tem alguém na minha varanda, eu não conheço ele e ele não vai embora. ”

“Certo, qual o endereço em que o senhor se encontra? ”

“Rua Twin Bluff número 12. ”

“Estou enviando uma viatura agora, mas eu preciso que você fique comigo. Me diga o que esse homem está fazendo. ”

“Eu estou... estou tentando permanecer calmo. Certo, minha casa meio que se projeta para um lado, então estou indo para uma janela onde eu consigo ver a porta da frente. ”

“Você está sozinho? ”

“Somente eu e o homem. ”

“O que está acontecendo? ”

“Nada até agora... oh deus...”

“O que? ”

“O homem está sentado em uma cadeira. Ele está sorrindo pra mim. Oh deus, oh deus. ”

“A polícia está a caminho. ”

“Bom. Ele está apenas sentado ali. Ele não está se movendo. Por que ele está sorrindo para mim? O que está acontecendo senhora? ”

“Eu não sei. Sabe de uma coisa? Saia de perto da janela. ”

“Eu não estou certo de que isso é uma boa ideia. ”

“Por que? ”

“E se ele invadir minha casa? Eu preferia ver ele. ”

“É a sua segurança contra sua casa. Eu vou tentar lhe ajudar. ”

“Ok, estou caminhando para dentro de casa. ”

“Eu quero que você me confirme que você é o único aí. Muitas vezes criminosos não trabalham sozinhos. ”

“Eu não ouço nada. Estou sozinho no banheiro. Mas eu só consigo pensar naquele homem. Agora que estou pensando nisso... havia algo de errado com ele. Eu preciso ver ele de novo para lhe dizer o que exatamente. ”

“O carro da polícia está a apenas 5 minutos de distância. ”

“Ótimo, ótimo. Estou indo ver a varanda de novo. ”

“Você tem certeza que estará seguro? ”

“Sim. ”

“Me informe o que está acontecendo. Segundo a segundo. ”

“Eu vou.”

Silencio.

“Ele ainda está lá. Oh deus, de novo não. As pupilas dele, isso que tem de errado. ”

Silencio.

“O sorriso dele. Ele tem que parar. Eu juro que ele não se moveu desde que eu saí. Apenas seus olhos parecem me seguir. ”

“Você disse que tinha algo de errado com as pupilas dele. ”

“Ah sim, elas ocupam seus olhos todos. Quase como olhos de cachorro. Espere, ele acabou de levantar a cabeça. Ele parou de sorrir. Ah não, ele está sorrindo de novo. ”

“Três minutos e a polícia chegará. ”

“Ele acabou de se levantar. Ele balbuciou algo: Eu devo sentar ou ficar em pé. Você quer que eu entre? ”

“Não, não, não, não. Oh, bom. Ele sentou novamente. ”

Silencio.

“O que está acontecendo? ”

“Nada. Ele está sorrindo para mim. Não está se movendo. Oh não. Eu ouvi um rangido na minha

casa. ”

“Rápido. Vá para um banheiro. Se tranque lá. ”

“Estou quase correndo para lá. O rangido parou. ”

“Não importa, se tranque no banheiro. ”

“Não estava sequer pensando em não fazer isso. ”

Click.

“Me tranquei. Estou seguro. ”

O telefone ficou mudo. Não se podia ouvir nada.

“Alo? Você ainda está aí? ”

Silencio.

“Senhor? ”

Silencio.

“Alo? ”

A borda do silencio, a ponta de algo que é tão calmo.

A lamina ensanguentada. Silencio.

“Senhor! Você está aí? ”

A chamada termina.

Carros da polícia chegam no dia seguinte. Há uma investigação nesse mesmo dia.

O relatório da polícia diz: “Depois de investigar, nós descobrimos que o homem em questão foi atraído até o banheiro, onde o assassino estava esperando silenciosamente atrás das cortinas do chuveiro. ”

Ela correu.

“Foi descoberto que a atendente do 911 estava trabalhando com os criminosos. As gravações de áudio mostram que ela afirma ter enviado um carro da polícia. Pedimos aos cidadãos que não tenham medo de ligar ao 911. Este foi um caso isolado. Mas, no entanto, faremos uma investigação na agencia. ”

Ela correu. Ela nunca foi pega.

Ele morreu naquele fatídico dia.

O silencio permaneceu.

Silencio.

Creppypastas MacabrasOnde histórias criam vida. Descubra agora