Juliana
Acordei em um quarto com tons em vermelho e preto, que variavam conforme o ângulo dá luz da lua, que passava através de cortinas cinza claro quase transparentes. Eu não fazia ideia de onde estava, até que as cenas da noite anterior vieram na minha cabeça. Fiquei paralisada ao lembrar-me de toda dor que eu senti, de repente ele veio à minha mente, o homem que havia me encontrado ontem à noite. Eu sabia que ele era um deles, um dos sugadores de sangue. Mas porque ele havia me deixado viver? Porque ele havia me trazido para cá? Minha mente se enchia de perguntas e todas elas pareciam não ter resposta, todas pareciam ilógicas.
- Vejo que acordou. Dormiu bem?
Uma voz surgiu no meio da escuridão, tirando-me dos meus devaneios e me trazendo de volta a realidade, dura realidade, forcei um pouco a visão para ver através das sombras que se faziam pela baixa iluminação. Era ele. Eu não sabia exatamente o que dizer, se eu deveria me mover, se eu deveria perguntar o porquê de eu ainda está viva. Percebendo meu medo ele sorriu e começou a caminhar lentamente até a cama onde eu me encontrava.
- P-por quê?-, consegui falar em um tom baixo após ele se sentar ao meu lado.
Ele pareceu procurar a melhor maneira de explicar enquanto encarava o chão com seriedade.
- Seu cheiro é bom. Eu não consegui resistir.
- Por que me deixou viver?
- Você não está viva, coloque a mão em seu peito e tente sentir seu coração -, ele disse enquanto olhava em meus olhos.
Eu pressionei meu peito a fim de sentir a pulsação familiar que qualquer ser humano está acostumado, porém não havia nada, não havia batimento algum, como se eu já não tivesse mais um coração. Encarei-o assustada, como se buscasse em seus olhos as respostas que rodavam minha cabeça naquele exato momento. O que eu era exatamente? O que eu havia me tornado?
- Como...?
- Eu impedi que morresse, mas não dei vida a você, eu sem querer condenei você a uma eternidade de dor e sofrimento.
- Por que não me deixou morrer? -, ele me encarou por um tempo, como se tivesse algo para esconder.
- Trouxe você aqui para ajuda-la com sua “nova vida” -, ele falou, não respondendo minha pergunta e isso só confirmou minha suposição, ele estava escondendo algo.- O que você quer dizer com nova vida? -, segui sua mentira, afinal, ele não iria me responder só porque perguntei mais uma vez.
- A partir de agora você vai morar comigo para começar.
- Como? Por quê?
- Quando sua sede despertar, daqui a algumas horas, você perderá totalmente o controle. Creio que não queira ser a responsável pela morte de sua família. Certo?
- Eu nunca machucaria minha família -, eu disse, encarando aqueles olhos azuis, que antes estavam vermelhos.
- Você não faz ideia de como a sede de um vampiro pode afetar seu psicológico. Eu lhe peço, pelo menos por essa noite, que fique aqui.
Eu não consegui recusar, eu não sabia com oque estava lidando. E se algo acontecesse a meu pai ou a minha irmã, eu nunca me perdoaria.
- Eu ficarei esta noite.
Eu não sabia se podia confiar nele, ou se realmente suas intenções basiavam-se em me ajudar.Afinal ele ainda era um mostro, eu era um mostro. Minha cabeça doía ao pensar nisso com relevância.- Volte a descansar.
- Eu não sabia que vampiros dormiam.
- De fato não dormem, apenas entramos em um estado de transe quando estamos gravemente feridos, mas você ainda não é um vampiro completo, você ainda não provou sangue.-Ele parou e olhou o antigo relógio de arte barroca no canto do quarto.-Eu sugiro que descanse antes de seu despertar a transformação é muito dolorosa e eu realmente não quero perder seu sangue.
Ele saiu do quarto para que eu pudesse descansar, eu deitei na enorme cama em que estava e pude sentir pequenos grãos de areia e um incrível cheiro de coisa velha, decidi ignorar e simplesmente me obrigar a dormir.
No meio da noite acordei desesperada, como se algo me sufocasse como se minha garganta estivesse rasgando por dentro,era agonizante eu não conseguia falar não conseguia respirar.Foi quando senti um cheiro delicioso, meu corpo se moveu afim de encontrar tal fragrância que adentrou meu corpo de tal forma que não pude resistir. Então eu vi, uma taça cheia de sangue em cima da grande mesa que residia em uma grande sala de jantar.
Meu consiente queria vomitar,como eu poderia desejar tanto algo tão repugnante quando sangue. Não tive escolha aquele era o único jeito daquela dor insuportável passar, eu presisava tomar, por mais nojento que fosse eu presisava.
Sem olhar para o conteúdo dá taça eu tomei, o gosto não era tão ruim assim, fazia menção ao cheiro. Assim que senti aquele líquido quente descer por meu organismo me senti leve, mais forte, como se fosse daquilo que meu corpo presisava para ficar bem.
De imediato veio arrependimento,como eu poderia sentir prazer ao provar sangue, de quem seria esse sangue? Quem teve a vida tirada para que eu pudesse ser aliviada dá minha dor? Minha cabeça se enchia de perguntas, enquanto ele me observava, ele sentou se em uma cadeira a minha frente e me fitou por alguns segundos.- Então, senti-se melhor ?
- De quem era?
- Como?-Ele me olhou como se não compreendesse minha pergunta .
- De quem era o sangue dá taça!- Eu gritei sentindo remorso pelo líquido que eu bebi a alguns segundos atrás.
- De uma ave, acalme se eu não daria sangue humano para você, amenos é claro que você peça.
- Eu nunca vou pedir isso a você.
- Tudo bem, mais lembre-se provar sangue humano é uma opção que somente você pode tomar, o sabor do sangue humano é incrivelmente único nada comparado com sangue animal e depois que você prova é realmente difícil parar.
Pessoinhas desculpe qualquer erro porém estou com o tempo corrido e quando tiver pelo menos 7 caps eu vou fazer revisão .
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor § Mortal
RomanceSabe aquilo que todos temem? Aquilo que você sabe que vai acontecer e você não pode evitar? Sim, ela mesma, a morte. Existem vários conceitos para o que acontece após a morte, existe várias crenças que tentam explicar, que tentam amenizar a dor qu...