Capítulo 10

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O som das suas botinas surradas colidindo contra o chão polido soava há pelo menos uma hora naquele corredor, e seus dedos puxavam seus cabelos para trás a cada novo minuto que se passava naquele hospital sem ter notícias de Louis. Suas mãos encontravam-se suadas quando uma mulher com sorriso calmo e um jaleco rosa apareceu, e ele parou rapidamente o que fazia, depositando-a toda a atenção.

— Louis está bem? O que aconteceu? Eu já posso o ver? — Questionou nervoso, vendo as mãos pouco enrugadas da médica descansarem em seus ombros, encarando-a sério.

— A pressão arterial dele baixou, mas nós já cuidamos de tudo e agora o Sr. Tomlinson está bem. — Explicou calma, afagando o braço alheio. — Ele está na sala 209, já está acordado. — Cedeu a passagem de Styles, ouvindo-o agradecer enquanto caminhava até a sala indicada. Seus dedos fizeram uma pressão mínima na fechadura, e a mesma se abriu, revelando Louis deitado na cama branca, coberto por lençóis azuis, brincando com seus próprios dedos.

— Hey... — Sussurrou entrecortado, andando até a cama clara, vendo os olhos azuis se virarem para si. Respirou aliviado ao tocá-lo, nunca mais faria uma surpresa a ele! Ao ver sua família ali, Louis simplesmente desmaiou, cairia no chão se ele não fosse rápido o suficiente para alcançá-lo. Fechou os olhos ao sentir a pele macia entre os dedos, inspirando o cheiro de flores que agora estava empregnado em todos os cantos daquele quarto.

— Por favor, me explica o que aconteceu... — Pediu, sua voz saindo em um fio, quase inexistente, sentindo seu corpo reagir a mão meio úmida de Harry em suas bochechas. Ele só se recordava de ver toda a sua família em sua frente, e depois de sentir a visão começar a embaçar, seguido de um par de braços tatuados e fortes o segurando.

— Parece que a sua pressão baixou, enfim, algo assim. — Respondeu, afastando sua mão da bochecha meio pálida, sentando-se no sofá ao lado, esfregando as mãos no rosto. — Sua mãe estava no corredor comigo há alguns minutos, mas saiu para tomar um café. — Comentou, e Louis sorriu pequeno, ao menos não havia sido só um sonho e brevemente ele veria sua família novamente. Aconchegou-se no travesseiro azul, capturando alguns dedos alheios, vendo Harry o olhar confuso.

— Obrigado. — Agradeceu, era claro que toda a ideia havia sido do cacheado e mesmo se não fosse, ele havia deixado seis pessoas desconhecidas entrarem em sua casa, o que já era demais. Ao que seus olhares conectaram-se, Louis sentiu a mão de Harry subir mais um pouco, segurando sua palma por completo.

— Oh, graças a Deus, Louis! Não faz mais isso, Boo. — Johannah entrou no quarto, indo direto abraçar o filho, envolvendo seus braços ao redor de seu pescoço, cheirando os seus fios perfumados, que exalavam — assim como seu corpo — o cheiro de flores do campo que ela havia sentido tanta saudades. Louis corou pelo apelido ser dito na frente de Harry, recuando sua mão e abraçando-a de volta, suspirando ao sentir o seu perfume natural de laranja e canela, que o deixava instintivamente calmo. — Você só pode estar querendo me matar do coração... — Apertou-o um pouco mais, deixando um beijo em sua testa, ajeitando-se em uma vaguinha da cama, sentindo seus olhos lacrimejarem um pouco, sorrindo estreito ao ver como seu filho havia se tornado um belo homem, digno de um príncipe!

— Eu que digo isso! — Retrucou divertido, sentindo os dedinhos gordinhos de sua mãe limparem uma lágrima que cortou seu rosto. Harry observava tudo com um sorriso nos lábios, sabia que Louis ficaria muito feliz com a vinda de sua família — só não tanto ao ponto de desmaiar. — Me desculpe por estragar a festa que vocês prepararam. — Lambeu os lábios secos, sentindo-se meio culpado. Havia um bolo com algumas bolas o esperando e ele desperdiçou tudo, e com certeza os sorrisos dos irmãos.

— Ah, Boo, quando a gente voltar podemos cortar o bolo, hum? — Ofereceu, olhando de soslaio para Harry, vendo o seu sorriso contente. Somente sua preocupação havia aumentado os seus pontos em sua listinha, e agora, ela o considerava perfeito para Louis, pena que até agora — ao menos pela parte do filho — ela não havia visto uma relação maior. Porém, as mãos dadas ao entrar no quarto não passaram despercebidas por seus olhos de mãe.

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