Primeira Parte

133 9 0
                                    

Ali nascia John Bryan

Eu James Taylor sai novo de casa, em busca do meu espaço no mundo. Tinha plano e fui à busca deles, me sentia grande por dentro.

Meu primeiro passo foi pegar meu dinheiro que praticamente juntei minha vida toda e abrir um comercio que me levou logo à falência. Depois depositei toda a minha esperança em um produto que inventei, para lavar roupas, sai em cidade por cidade, batendo em porta e porta, ninguém deu importância, era para deixar a roupa mais perfumada, mas a maioria nem banho tomavam, fui à falência novamente.

Passei por vários lugares, até que finalmente me instalei numa cidade no norte do Texas chamada Montana.

Trabalho em um pequeno correio muito simples, mas muito bem arrumado, cada coisa em seu devido lugar. Passei grande parte da minha vida, sem que nada de marcante nada de extraordinário tivesse feito e é claro, não consegui mudar o mundo. 

Cidade de Montana, ano de 1885 

Cidade pequena de Montana como qualquer cidade que passei. Todo mundo conhecia todo mundo, mas sempre chegando forasteiros, principalmente atrás de um rabo de saia. Aonde o saloon, do Sr. Nuke, um homem baixinho e gordinho, com o cabelo todo lambido para o lado chegando até a brilhar, bigode grosso e sempre com seus óculos pendurado no pescoço, coletinho preto sem manga, por cima de uma camisa branca, oferecendo suas garotas.

Um saloon não muito limpo, com a porta principal de vaivém e no seu balcão tradicional, homens não muito decentes freqüentavam. Uns iam para ficar quieto no canto, bebendo com os amigos e jogando pôquer sem apostas, só por diversão, como eu, por exemplo, já que não tinha outro lugar para se divertir, se pode chamar isto de diversão.

As mulheres longe de serem damas, mal vestidas, aparentando serem suja, somente prostitutas, uma dama jamais iriam colocar seus pés lá dentro.

O jogo corria solto no saloon do Sr. Nuke, dados, cartas, na maioria das vezes longe da honestidade. Várias brigas já ocorreram e até mesmo mortes, sempre lembradas nas marcas de sangue ao chão, que não saíam nem com água e sabão.      

Em um dia calmo, bem gostoso, com o vento suave dando um frescor impagável, eu quase cochilando na cadeira do correio, pois o movimento raramente é corrido ouvi uma voz lá no fundo.

- Doutor, doutor corre que meu filho vai nascer.

Misturando afobação com alegria, era Francis Bryan, sorrindo, com os olhos cheios de lágrimas, puxando o Dr. Estênio todo descabelado pelo braço, nem deixando ele se arrumar.

Sua esposa Marly Bryan preste a dar a luz, que vinte minutos depois nasceria sem chorar, sem derramar uma lagrima, deixando quem estava ali presente em total silêncio. Dr. Estênio segurando pelas duas perninhas lhe deu uma palmada na sua pequena nádegas e suou o grito de choro, todos riram alegremente, ali nascia John Bryan

John era miúdo e doente, freqüentado mensalmente o consultório do Dr. Estênio, que por sinal ficava em frente ao correio.

Sua mãe Marly, não deixava ficar muito na rua, pois ficava doente fácil, mas John era um menino que com qualquer coisa simples se alegrava. Dizem que o homem não escolhe o mundo que vive, ele parecia escolher o seu. Vivia brincando sozinho, correndo de um lado para outro.

O carpinteiro Francis, uma figura de estatura mediana, os cabelos negros, lisos e curtos, os olhos castanhos e sempre de bom humor, tinha uma vida estável, bem dizer ao olhares de muitos, até confortável, homem trabalhador nunca se envolveu em coisas erradas. Os pais são espelhos para os filhos, então ai John era privilegiado. Sua mãe Marly, pequena, magra, os olhos grandes e cinzentos, dona de uma grande bondade.       Sabia ler e fazer contas, o que era raro, poucos sabiam, onde seus ensinamentos eram todos voltados para John, que não queria muito aprender, mas sua mãe insistia. Ele com um olho no jornal e o outro lá fora, vendo as crianças brincando, entre uns beliscões e outro, foi aprendendo a ler e escrever.

Eu particularmente sabia de tudo que ocorria naquela cidade, pois ficava sentado em minha cadeira em frente ao correio o dia todo. Somente eu trabalhava lá, de manhã cedo passava o carteiro pegando todas as correspondências do dia anterior. Sabia o que fulano comprou ou vai comprar, pra onde está indo, quem está traindo, mas nunca comentei nada com ninguém, nem fiz qualquer fofoca, somente observava e sinceramente via John crescer, e não esperava muita coisa, a não ser que se transformasse em num belo almofadinha que saberia ler e escrever, mimado, por alguma razão não sei qual Francis e Marly não tiveram outros filhos.

O Herói AnônimoOnde histórias criam vida. Descubra agora