toc toc, alguem ai?
Era a noite da pizza e Tyler realmente agradecia por aquilo. Aquele dia em especial faziam as coisas parecerem normais no hospital, como se ninguém estivesse terrivelmente doente ou breve a enfrentar uma cirurgia que decidiria seu futuro.
Uma música qualquer tocava no fundo, fazendo os poucos pacientes, adultos e adolescentes, dançarem aleatoriamente enquanto sorriam. Os enfermeiros estavam próximos, prontos para qualquer interferência vinda do corpo de alguém, preparados para socorrer caso algo acontecesse.
Fred estava próximo a uma estante de livro, segurando um grande pedaço de pizza enquanto mantinha um largo sorriso durante uma conversa divertida com a Liza, eles tinham uma conexão tão forte que o garoto tinha toda certeza que acabariam se casando no final de tudo. Era evidente aquilo.
Sem se preocupar se devia ou não estar fazendo aquilo, Tyler mordeu um pedaço da pizza e revirou os olhos ao sentir o gosto do queijo e do catupiry. Ele definitivamente sentia falta daquilo, talvez mais daquilo do que da torta de maçã da sua mãe... Não, ele sentia falta de todas as comidas deliciosas e que não tinham gosto de remédio ou gosto nenhum.
E bem, as horas se passaram rápido. Após comer três grandes fatias da pizza, Tyler foi arrastado pelo Fred e Elizabeth até seu quarto, ouvindo-os dizer que precisavam se certificar que ele estava devidamente seguro -na verdade, longe das portas que levavam para o telhado- para que pudessem ir para casa em paz.
E tudo bem, Tyler iria se comportar.
Se despedindo dos dois com um abraço, o garoto caminhou até seu quarto fingindo estar andando em uma corda bamba, colocando um pé na frente do outro, abrindo os braços para se equilibrar melhor. E por breves segundos sua mente o fez imaginar que de um lado estava seu futuro, ainda lutando contra o câncer mas feliz por ter sua família consigo e ao outro lado um abismo escuro, frio e sem fim.
Balançando a cabeça, na tentativa de afastar aqueles pensamentos sujos, Joseph empurrou a porta do seu quarto com a cabeça, pressionando os olhos com força e deixando o corpo se inclinar. Colocando um pé na frente ao sentir que iria cair, soltando o ar de seus pulmões, demonstrando o quão cansado estava -mesmo sem ter feito muito esforço.
O plano do garoto era tirar suas roupas e deitar em sua cama, indo dormir por um longo tempo, mas quando ameaçou tirar a camisa um pigarreio foi ouvido. Ok, a morte veio pegá-lo antes do combinado?
Ao abrir os olhos viu o quão diferente o quarto estava, quer dizer, o lado vazio e sem graça. Na pequena mesa que havia próximo a janela, havia um grande jarro com flores coloridas e cheias de vida -que não demoraria para murchar e a beleza ir embora. Ao lado do jarro havia alguns porta retratos, com fotos de pessoas sorridentes e felizes -Tyler tinha certeza que foram tiradas antes do garoto saber que passaria a vida num hospital.
E na maca ao lado da sua, um garoto com as sobrancelhas franzidas, o olhando curioso.
— Oh, eu- desculpe. — Tyler murmurou, soltando a barra da blusa e encolhendo os ombros.
— Tudo bem. — o garoto deu de ombros, suavizando a ruga em sua testa, esticando minimamente o canto dos lábios. — Acho que não avisaram que teria companhia.
— Não, o Fred me contou, eu só não sabia que você chegava hoje. — contou, dando de ombros.
Então Tyler apenas tirou o sweater e os tênis, resmungando ao sentir seus dedos livres do aperto e respirando. Ele estava se sentindo exausto e aquilo era estranho, ja que ficara sentado a maior parte do dia. Deitou em sua cama, ficando de costas para o garoto e fechou os olhos, tentando não mergulhar nos seus pensamentos assustadores.
— Sou Josh. — se apresentou, fazendo com que Tyler abrisse os olhos.
— Tyler. — respondeu, educado.
— Boa noite, Tyler. — o garoto murmurou, desligando o abajur do seu lado e deixando que o quarto fosse iluminado apenas pela luz de emergência do corredor.
E aquela foi a primeira noite em que Tyler não teve um único pesadelo.
n.a: primeiro me desculpem pelo sumisso, eu tive um surto de bloqueio e conflitos internos, em dúvida se eu continuava ou não :)
pra que eu não entregue qualquer coisa pra vocês eu preciso de tempo para escrever cada capítulo e espero que entendam isso
eu estou no terceiro ano agora e as coisas estão diferentes, meu foco na escola tem dobrado e muitos trabalhos estão surgindo.. mas enfim, eu vou continuar e vocês ainda vão sofrer por aqui (sorry)
espero que não tenham desistido e que entendam meu lado, aahh e desculpem por esse final meio ¿?
stay alive frien :)
lots of love, marie
