Capítulo 2 _ Casa

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Algum tempo depois...
- OLHA O MEU DIPLOMA! - Gritava da janela do carro de Amanda, minha amiga de infância que veio comemorar minha conclusão no curso de fotografia.
Ela dirigia enquanto eu quase caía da janela gritando para todos e exibindo aquela folha de papel com letras douradas.
- Olha o copo pro alto, vamos beber! - Lúcia e Amanda cantavam. Éramos un grande trio! Voltei a me sentar e as acompanhei na cantoria.
- Precisamos de bebida! - A loira disse estacionando o carro em frente a uma conveniência. - Não é uma festa do pijama sem minhas batidinhas especiais!
- Uhuuu! - gritamos em coro enquanto caminhávamos até a loja. Compramos cinco garrafas de vodca, chocolates e morangos.
Chegamos em casa e eu liguei o som enquanto Lúcia corria para a lavanderia com o telefone nas mãos.  da noite. Então fomos todas para a cozinha e fizemos batidinhas. Quando as músicas animadas começaram a tocar, começamos a  como se tivéssemos voltado a ter quinze anos de idade.
- Tire uma foto minha! - Lúcia disse, fazendo uma pose. Peguei minha câmera e comecei a retratar as duas garotas, que mudavam de pose a cada flash.
Perto das 03:00 da madrugada, peguei o celular do bolso e disquei o número do meu chefe. Ele atendeu o celular com a voz rouca e brava.
- Quem é? - perguntou.
- A garota de bege que você mandou embora! Só queria dizer que vá à... - Amanda tomou o celular da minha mão e o desligou.
- Está maluca? Está nas regras: não usar telefones quando estiver bêbada.
- Deixa de ser chata, Mandy. Aquele cara me despediu por causa de uma blusa!
- Vem, vamos dançar, esqueça esse otário. - Ela me puxou pelo braço. Me levantei e voltei a dançar.
No outro dia, recebi uma ligação.
- Alô?
- Pare de me incomodar, garotinha. Você me irritou e eu não vou deixar barato!
Era a voz de Marcos.
Marcos me ameaçou e eu não acho que tenha sido uma boa ideia incomoda-lo.
Uma semana depois, cheguei do mercado e Júlio, o proprietário da nossa casa estava sentado no sofá da sala com uns papéis. Lúcia estava na poltrona, com as mãos no rosto, soluçando como uma criança.
- O que está acontecendo aqui? - Perguntei.
- Estamos sendo despejadas.
- O que? Por quê? Nós pagamos o aluguel!
- Sinto muito, mas a casa não é mais minha, eu vim apenas comunica-las que têm vinte e quatro horas para sair daqui.
- Quem comprou a casa?
- Marcos Terrari! - Lúcia gritou, levantando o rosto inchado e vermelho. - Você brincou com o homem mais rico da cidade e ele tomou a nossa casa!
Entrei em estado de choque. Aquele cretino não podia ser mais baixo.
- Me desculpe Lúcia. Vou resolver a situação, eu prometo. Senhor Júlio, pir favor, nos dê licença.
Ele assentiu, se levantando e caminhando até a porta. Me ajoelhei ao lado de Lúcia e a abracei. Ela me apertou com força e continuou a chorar.
- O que vamos fazer?
- As malas, para começar. Podemos ficar na casa dos meus pais até encontrarmos outro lugar para morar.
- Tudo bem. - Ela começou a se acalmar. - Vamos pegar nossas coisas logo.
Passamos a noite arrumando as malas e encaixotando nossas coisas. Liguei para meus pais e os avisei que íamos ficar com eles. Ouvi o barulho de vidro quebrando e corri para a cozinha. Lúcia estava jogando os copos de cristal de Júlio no chão.
- O que está fazendo?
- Ele vendeu a casa sem nem falar com a gente primeiro. Eu cuidei de seus malditos copos por oito anos! E olha como ele retribui! - Ela jogou mais um no chão. Caminhei até ela e peguei o copo que ela segurava na outra mão. Joguei-o no chão com força.
- Dane-se esse velho cretino!
Ela riu como uma criança ao receber cócegas, mas então começou a chorar.
- Lúcia, não adianta chorar. Vamos resolver isso, okay?
Ela fungou e balançou a cabeça em sinal positivo. Não pude evitar me sentir mal por tudo aquilo.
- Vamos logo para a casa dos meus pais antes que a comida estrague.
Pegamos nossas coisas e as colocamos no carro. Eu dirigia, observando a rua ainda escura. Tudo o que conseguia pensar era na raiva que sentia de meu antigo chefe.

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