Um Novo Recomeço

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              Aaron(on)                               Espiando por entre as grandes da janelas reparei que Elizabeth tentava distrai-lo para que eu pudesse entrar, não pensei duas vezes e sai pela floresta à procura de ajuda. Dei longos passos pela floresta gritando socorro e nada nem uma alma viva sequer, começo a andar novamente em direção a cabana que Elizabeth se encontrava, quando me sinto perseguido ao mesmo tempo vigiado, paro e olho para o topo das árvores e logo as vejo Bruxas. Tinha certas regras entre o povo da vila e as bruxas, um não cruzava o território do outro mantendo assim paz entre ambos, mais claro eu estava aqui tão desesperado a procura de ajuda qualquer que até me esqueci dessa divisa entre bruxas e humanos. Ela desceu voando, isso mesmo voando da árvore, e não era tão feia como imaginava, parecia mais com uma garota muito nova com cabelos brancos escorridos e um batom vermelho sangue e seus olhos eram magníficos puxados no tom de verdes. Ela simplesmente se aproximou de mim e me olhou de cima a baixo chegou bem perto do meu ouvido e com uma voz suave e doce falou:
-A onde pensa que está? Espero que tenha uma boa justificativa para ter envadido assim o meu território.
Estava nervoso e ao mesmo tempo tentando me manter o mais calmo possível, tentando ao máximo controlar a minha voz sem parecer ríspido e frio, lhe contei tudo o que me ocorreu e claro implorei por sua ajuda.
-Então um humano fraco como você precisa de minha ajuda?
Bom, eu sei uma forma de ajudar só que depois que seguir esse caminho não haverá mais volta, te concederei o dom da imortalidade você verá todos morrendo a sua volta de velhice ou alguma doença, e você nunca passará por isso, porém a um certo preço a ser pago com Sangue.
-Eu aceito.
Então vieram várias Bruxas da escuridão que nem percebi que ali estavam, começaram a fazer um círculo em volta de mim, e logo pegaram um cálice Dourado e ali depositaram o sangue de todas elas fazendo um pequeno corte no pulso usando uma pequena adaga.
Começaram a falar palavras em latim "Vitae,Vitae". Bebi de todo aquele sangue e senti uma grande formigação por todo o meu corpo, logo comecei a correr muito rápido, sem pensar duas vezes chutei aquela maldita porta da cabana que foi lançada ao outro lado do quarto, assim que ainda estava parado na porta vi uma cena detestável Scott o grande idiota da Vila apontando a arma na cabeça dela e assim puxando o gatilho, ela já estava caída no chão com uma grande poça de sangue embaixo de si e o canalha obsessivo pegando a sua cabeça e colocando em uma de suas pernas, não esperei mais, o peguei pelo pescoço e eu arremessei na parede enquanto olhava por mais um momento para Elizabeth o maldito se lançou por cima de mim, o prencei na parede e olhei nos fundos dos seus olhos e aí começou a minha primeira transformação, ele parecia com medo de mim e ao mesmo tempo parecia pensativo. Não aguentei por mais um segundo sequer, mirei bem a sua veia grossa que pulsava em seu pescoço e a mordi e assim suguei todo o seu sangue, logo me enjoei daquilo e quebrei seu pescoço.
Fui até ela mais uma vez, não posso acreditar que cheguei tarde demais para salvar a mulher que amo, e claro para salvar o meu próprio filho, aquelas últimas palavras dela me paralisaram totalmente naquela porta "eu te amo, e o nosso filho também" sinto um grande peso em minha consciência, do que valerá todo esse poder que tenho em mim, se agora não tenho a mulher que amo? O que será de mim sem ela? o que farei da minha vida sem ela? Todos os planos que fiz tinha haver com ela, é como se agora faltasse um pedaço da minha alma. A peguei no colo e caminhei com ela pela Floresta à fora, andei muito até chegar em um maravilhoso penhasco aonde sempre iremos para o ver o pôr do sol, e ali cavei um buraco bem fundo e a enterrei, peguei várias rosas vermelhas e pus por cima de seu túmulo, peguei uma grande pedra e ali escrevi seu nome, e um grande texto em sua homenagem.
"De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
Momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de glórias
- do medo que encadeia
todas as mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças..."
Passei a mão sobre o bolso da calça e lá ainda estavam elas, alianças de casamento eu iria pedir à sua mão e pedir benção ao seu pai naquela mesma noite, que ela fosse ao meu encontro na nossa Cabana. Fiquei ali por semanas ao lado do seu túmulo, ainda não sei muito bem como será minha eternidade sem ela.         
                Aaron(off)

Amor Doentio - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora