A luta interior.

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Eu estava  prestes a fazer uma loucura, como pude deixar aquele homem me tocar daquela maneira outra vez.
Quantas noites tinha ficado acordada sem conseguir dormir lembrando das coisas horríveis  que ele tinha lhe feito, eu era só  uma menina ingênua,   que sonhava com o primeiro amor, mas ele me roubou até mesmo os meus sonhos.

Ao saber que tudo aquilo que acreditava ser um sonho,  eu amando e sendo amada por ele, descobrir que aquilo que eu acreditava ser minha felicidade , aquilo me feriu por dentro, uma ferida que nem o tempo apaga do meu coração,   mesmo passado quase 5 anos ainda doía demais.

A pior coisa, que tem no mundo é  a gente acreditar cegamente  em alguém e essa pessoa trair nossa confiança,  foi isto que Vitor fez comigo, o pior com o meu consentimento, porque eu sabia quem ele era, já tinha sofrido com seus ataques racistas e com sua crueldade,  ainda  assim foi burra o suficiente ,  para acreditar nas mentiras dele. Eu pensei  voltando ao passado.

Mas uma lembrança do passado, que era  como se estivesse vivendo tudo aquilo de novo.

--Porque insiste em me olhar desta maneira sua neguinha. Ele falou enquanto eu o encontrei no corredor do Colégio,  que estava vazio neste horário.

---Queria intender o que eu te fiz para me tratar desta maneira. Eu falei quase chorando porque eu estava apaixonada ,  por aquele menino, que só me maltratava.

---O que você me fez, voce existe. Ele falou me segurando pelo braço e fazendo algo que eu nunca pensei que ele faria.
Ele me beijou, aquele foi o meu primeiro beijo de amor.
Eu estava nas nuvens, por ele ter me beijado,  mas o sorriso do meu rosto se apagou com as palavras que ele falou depois.

---Queria saber como é  beijar uma neguinha , sabe eu nunca fiquei com nem uma preta.

---Você é  pior do que eu imaginava .

-----Muito pior você nem imagina o quanto.

--Vitor eu...

---Tire essa ideias idiotas da sua cabeça em relação a mim , porque eu você nunca vai  me ter,  imagine se eu vou querer alguma coisa com a neta do porteiro do Colégio, uma reles bolsista,  pobre e ainda por cima negra.

Eu ouvi aquelas coisas e chorei ali mesmo na frente dele, que ainda não estava satisfeito com as coisas que me falou e disse de maneira agressiva.

---Eu não gosto de gente preta, eu não gosto de você  e nunca vou sentir nada por você, que não seja pena.

Eu saí de lá  correndo e entrei no banheiro,  chorei muito.
Porque as coisas tem que ser assim, eu o amo tanto e ele me despreza, foi ódio que vi nos olhos dele.
Neste momento eu ouço vozes e me escondo, não queria que ninguém me vice ali naquele estado.

---Você viu aquela neguinha ,  ela acha que é  igual a gente,  imagine uma preta no nosso Colégio, em nossa sala.

----Camila ela ela é  ridícula, você viu como ela fica olhando para o Vitor chega a ser constrangedor ,  ver essa menina sonhando com o garoto mas lindo do Colégio,  ele nem olha para ela.

---Luna , essa neguinha não se enxerga,  imagine pensar  que o meu Vitor vai ficar com uma coisinha insignificante  como ela, depois ele tem horror de gente preta é  racista sempre foi.

Eu fico lá  escondida sinto as lágrimas molharem  o meu rosto,  como pode existir pessoas assim. Eu me perguntava mergulhada naquela dor.

Eu volto ao presente quando ouço meu celular começar a tocar.

Na manhã seguinte estou no Banco trabalhando quando recebo um convite para jantar aquela noite com Alan um amigo que conheceu em Londres ele era muito bonito e gentil,  era advogado de um dos acionistas do Banco.

Eu Compro esse Homem  Onde histórias criam vida. Descubra agora