Capítulo 4

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CAPÍTULO QUATRO

Quatro dias depois, María estava em Londres. Na manhã após sua chegada, foi recebida por uma ele­gante mulher com cerca de 3O anos. Coordenadora a serviço de Estevão San Román, Kate telefo­nara para María e combinara de encontrá-la.

— É meu trabalho garantir que você tenha uma transição suave para a vida da cidade. Seu dia está programado com diversos compromissos. — Kate deu um sorriso educado. — A primeira coisa é ver a propriedade que o sr. San Román selecionou para você.

Uma transição suave? María podia ter chorado com aquela frase. Somente agora que haviam lhe tira­do tudo, tinha idéia de como era com suas plantas. No mesmo dia em que Estevão a visitara, seu pai vende­ra-lhe todas as propriedades que possuía. Dentro de 24 horas, um empregado da Rialto tinha aparecido para assumir o viveiro de plantas. A velocidade da to­mada de posse impressionara María, que teve difi­culdade em entregar o controle do negócio e dos jar­dins que amava. Também tivera de esvaziar seu apar­tamento em cima da loja apressadamente. O novo ge­rente precisava de acomodação, o que a forçou a mu­dar-se temporariamente para Old Rectory, onde todos, exceto seu pai, a fizeram sentir-se uma intrusa indesejada.

Pressionado pela referência da filha sobre o segun­do apartamento que possuía em Londres, Charlie Fernandes suspirou.

— Tive boas razões para fazer segredo disso. Sue teria desejado que eu o vendesse e comprasse uma casa maior para a família, e eu queria guardá-lo para nossa aposentadoria. Meus motivos não eram inteira­mente egoístas. O inquilino atual é uma senhora ido­sa com um aluguel que seria renovado. Fiquei preo­cupado que a mudança de dono a forçasse a sair.

— Mas você não mencionou o apartamento quan­do tinha prometido declarar todos os seus bens. Isso deve ter causado uma má impressão no pessoal da Rialto — apontou María.

— Se eu não cuidar de meus próprios interesses, que vai cuidar? — replicou seu pai sem remorso. — É claro, estou esperando que, quando você tiver uma chance, fará o melhor possível para amenizar nossos problemas aqui.

Recordando-se daquela conversa, María sentiu seu nível de estresse aumentar. A falta de preocupa­ção de seu pai sobre a desonestidade a enervara. O roubo na Furnridge não demonstrava apenas o caso de um homem levado ao desespero devido a proble­mas financeiros. Os problemas dele eram mais pro­fundos do que isso. Havia uma fraqueza no caráter de seu pai, reconheceu ela com tristeza. Isso podia ex­plicar o fato de ter sido mulherengo quando mais jo­vem, e talvez María o tivesse perdoado muito rapi­damente.

—Chegamos — anunciou Kate alegremente, tirando-a dos pensamentos.

Saindo do carro, María olhou atônita para a pro­priedade substancial diante de si.

Kate balançou as chaves com um ar de impor­tância e abriu a porta imponente.

— Este deve ser um dos melhores endereços de Londres.

María parou no hall de mármore, olhando mara­vilhada para os pilares e escadaria elaborados. Diver­sas questões surgiram em sua mente, mas estava mui­to embaraçada para perguntá-las a Kate, que pro­vavelmente suspeitava qual seria o relacionamento de María com seu fabuloso empregador milio­nário.

— É uma propriedade muito grande, e não se en­gane pelo aspecto antigo. A casa tem ar-condicionado, controles eletrônicos que funcionam com o tato, um sistema de som integrado e segurança absoluta — declarou Kate.

O tour oficial começou na parte inferior da casa, onde havia uma piscina, sala de ginástica, adega de vinhos, seguido pelos andares superiores com uma vasta quantidade de quartos vazios e banheiros sofis­ticados.

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