Capítulo 8

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CAPITULO OITO

— Você viaja com luxo. Um helicóptero particular e uma limusine com chofer para trazê-la até a porta?— Charlie Fernandes sorriu para María. — Obvia­mente, Estevão San Román gosta muito de você.

— Nada sei sobre isso. Perdi meu trem. — María imaginou se Angel não tinha exagerado quanto à crise familiar, porque seu pai não parecia nem um pouco abalado. — Angel pareceu misteriosa em relação ao que estava acontecendo aqui. Fiquei preo­cupada.

— Então ficará aliviada em saber que meu proble­ma atual é pequeno comparado aos outros que ocor­reram na Furnridge. — Charlie suspirou. — Lá esta­va eu, endividado, e fiz o que a maioria das pessoas faria numa crise... peguei algum dinheiro emprestado de aqui para pagar lá.

— Desculpe, não entendo.

— Lamento que certas irregularidades no comitê dos jardins foram descobertas. É claro que se eu ti­vesse tempo, poderia resolver as coisas. — Ele deu de ombros. — Infelizmente, o pessoal do comitê está exigindo pagamento instantâneo.

— Você tirou dinheiro do fundo dos Jardins Evanson, também? — Ela ficou apavorada quando finalmente percebeu a gravidade daquilo. — O que estava pensando?

— Não me importo com seu tom de crítica, María.

— Não posso acreditar que depois de todo aquele levantamento de fundos e discursos teve coragem de usar as doações de pessoas que confiaram em você — murmurou ela, envergonhada do próprio pai. — Por que não mencionou isso no mês passado?

— Obviamente porque achei que poderia repor o dinheiro. Mas isso se provou impossível. Estou de­sempregado, e Sue e eu mal podemos sustentar esta casa. Dois membros do comitê dos jardins ligaram ontem. Estão ameaçando chamar a polícia.

— De quanto estamos falando? — perguntou María. Quando Charlie mencionou o valor, ela tremeu.

— Oh, meu Deus... o que vamos fazer?

— Talvez você possa vender um colar de diaman­tes para nos salvar — soou uma voz feminina irônica.

María olhou para cima e viu sua madrasta e ir­mãs entrando na sala.

— Ou você pode pedir para seu amante rico re­por o dinheiro para libertar seu pai — continuou Angel.

— Não posso fazer isso — sussurrou María, sem saber como explicar que não se considerava dona de nenhuma jóia que Estevão insistisse que ela usasse.

— Você é a única pessoa que pode me ajudar ago­ra — disse seu pai. — Não temos dinheiro e nenhuma esperança de conseguir um empréstimo.

E com tal comentário, Charlie Fernandes deixou a sala.

— Não posso fazer nada — repetiu María. — Também não tenho dinheiro.

Sue falou pela primeira vez:

— Se você não encontrar uma maneira de resolver isso, juro que vou me divorciar de seu pai, então ele nem mesmo terá onde morar. Basta. Já tolerei de­mais.

María suspirou longamente.

— Entendo como você se sente...

— Não acho que entenda. Enquanto estamos pas­sando por dificuldades, você está vivendo no luxo — interferiu Angel. — Vejo suas fotos em todas as revistas e seu nome nas colunas sociais. Está moran­do com um bilionário famoso!

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