Capítulo 6

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CAPITULO SEIS

— Fiz uma pesquisa sobre seu namorado — confi­denciou James, meneando a cabeça em desaprovação

— Você está seriamente fora de seu mundo. María deu um gole de seu drinque.

— Por que pensa assim?

— Estevão San Román tem uma má reputação. — James mudou de posição no banco do bar onde estava sentado.

Uma inesperada onda de irritação a assolou em resposta à crítica sobre Estevão.

— De que maneira?

— De todas as maneiras. Ele é um explorador nos negócios e trata as mulheres como se fossem objetos. Quero dizer, o que está fazendo? Você é tão suave..

— Talvez Estevão desperte um outro lado meu. Mas não sei por que estamos falando sobre isso.

— E quanto ao fato de ele ser bilionário? Você só o conheceu algumas semanas atrás. Ele é um preda­dor urbano e você é uma ratinha do campo. Não têm nada em comum. E claro que estou preocupado.

— Mas quando nos falamos ontem, você pareceu aprovar — María o relembrou. — Disse que eu precisava de paixão na minha vida.

— Onde você estava ontem à noite?

— Por quê?

James suspirou.

— Eu não queria ter de lhe contar, mas, de acordo com o jornal que li esta manhã, Estevão San Román esta­va festejando publicamente com três modelos ontem à noite.

Em choque, María ficou imóvel. Queria argu­mentar que Estevão estivera com ela na noite anterior, mas ele tinha partido cedo. No humor em que se en­contrava, era muito provável que procurasse o tipo de mulheres que o bajulariam e desmaiariam com um relógio de diamantes. Enquanto ela havia se trancado no banheiro, chorado e lhe dito várias verdades dolo­rosas. Sem nenhuma compaixão.

— Você não lê os jornais? — perguntou James.

Foi necessário um esforço, mas ela se recuperou.

— Não do tipo que devota espaço para fofocas como essa.

— Não acho que seja fofoca, María.

Ela esforçou-se para bloquear o que James acabara de lhe contar. Por que a notícia a feria tanto? E por que estava chocada, se Estevão nunca lhe prometera fidelidade? Também não podia entender sua vontade quase desesperadora de confrontá-lo. Na verdade, suas reações incompreensíveis a apavoravam.

— Você é uma pessoa honesta e leal e merece mais do que ele — declarou James.

— Não é importante. Acha que não sei que meu re­lacionamento com Estevão vai durar? — María for­çou um sorriso brilhante, porém seus músculos fa­ciais estavam rígidos. — Mas tenho 23 anos e decidi que era hora de correr alguns riscos.

Contudo, o encanto da noite acabou naquele pon­to. Adorava conversar com James e achou que se en­volveria num diálogo interessante sobre o trabalho dele, apenas para descobrir que não conseguia parar de pensar em Estevão por mais de cinco minutos. Sua imaginação continuava criando imagens de Estevão se divertindo com mulheres incríveis.

— Sempre estarei do seu lado — prometeu James, segurando-lhe a mão. — Mesmo se eu estiver no ex­terior, você pode me ligar a qualquer momento.

Do outro lado de Londres, Estevão estava traba­lhando até mais tarde. Não podia se concentrar, toda­via. Andava de um lado para o outro em seu escritó­rio, e finalmente ligou para Demetrius a fim de descobrir onde María estava com o tal amigo. Uma hora de­pois, entrou no mesmo bar e a viu no balcão com um homem alto e magro de cabelos castanhos. Com seus cachos castanhos caindo sobre as costas, María vestia jeans e uma blusa simples. Estevão sentiu um misto de satisfação e irritação. Satisfação porque ela não se arrumara para encontrar o amigo, e irritação porque tinha ignorado totalmente sua vasta coleção de rou­pas de grife.

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