Parte IV

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Parte IV - Lizz

04 anos depois.

— Definitivamente a pior parte de fazer uma tatuagem é esse barulhinho infernal – Nathan diz e eu rio.

— Já era para você ter acostumado, amor. Já é a oitava – eu acaricio minha já protuberante barriga de seis meses de gestação e procuro um banquinho para me sentar. — Eva acordou e já está chutando minhas costelas.

Nathan faz uma carinha de pena e eu sorrio, querendo dizer que está tudo bem. Estamos juntos oficialmente há quatro anos, desde o dia em que ele saiu de seu sono tranquilo e foi me socorrer de um ex-namorado abusivo. A princípio combinamos de que eu ficaria até encontrar um lugar para ficar, mas conforme os dias passavam, e ficávamos cada vez mais próximos, eu percebi que o único lugar em que eu poderia estar era ao seu lado.

Nos completávamos em tudo. Eu organizava sua bagunça, fazia seu café e lhe ensinei a tocar violão de forma no mínimo decente. Ele me dava carinho, me fazia comer de forma mais saudável e me aceitava exatamente como eu era. Tinha uma confiança inabalável em mim, e nossa ligação era quase espiritual. Nosso beijo se encaixava perfeitamente, nossos corpos foram desenhados um para o outro e até nossas brigas pareciam nos fortalecer ao invés de nos abalar. Ele estava diferente, muito diferente de quando nos conhecemos. Há tatuagens espalhadas por seu corpo, que agora é um pouco mais musculoso. Seu cabelo antes cheio de cachos hoje é raspado na máquina zero, o que o faz um pacote tatuado de pecado. Ele largou a faculdade de direito, mesmo estando tão próximo de se formar, e foi fazer música, sua grande paixão. Hoje ele dá aulas para o ensino fundamental do estado e aos finais de semana, ensina crianças carentes a tocarem instrumentos.

Hoje Nathan é quem sempre quis ser.

Hoje ele é feliz.

Hoje ele me faz feliz.

E sei que fará feliz nossa filha também, fruto de um amor inesperado, mas completamente abençoado pelos céus e pelas forças que regem esse planeta.

Nós nos amávamos e encontramos esse amor da forma mais inusitada possível.

— Ficou bom? – ele exibe orgulhoso a tatuagem recém-feita. Em letras cursivas, o nome Eva se destaca ao lado do nome Lizz. Sorrio e passo meus dedos sobre sua barba rala.

— Ficou perfeito, amor.

— Como será quando formos velhinhos e enrugados? – ele pergunta olhando para os braços tatuados e me beija em seguida.

— Seremos velhinhos enrugados e super descolados – eu rio e mordo o lábio, em seguida pego seu rosto e o puxo para mim — Eu te amo. Eu te amo muito.

Ele encontrou em seu caminho um problema. Um problema chamado Lizz.

Eu encontrei em meu caminho um amor. Um amor chamado Nathan.

— Eu te amo também. Abençoado seja esse seu choro escandaloso e essa sua mania de quebrar coisas quando está brava, mulher doida da porra.

E assim, o destino me provou mais uma vez, que não poderia ser mais perfeito.



Fim

Um problema chamado Lizz [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora