Capítulo 12 - O progenitor das artes ocultas!

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Blake não estava pronto para viver as últimas horas que se passaram, e nem muito menos os próximos minutos que viriam, mas não tinha outra alternativa, ninguém poderia mudar isso.

- Há muitos anos atrás, um jovem anjo caído saiu a procura de uma alma jovem, pura de raças misturadas. - Scott contava a história de como tudo aconteceu.

- Um híbrido, já vi falar sobre essas criaturas na aula de filosofia. - Confirmou Blake e Scott prosseguiu.

- Os anjos caídos precisam fazer um ritual a cada cem anos. Esse ritual precisa de um híbrido jovem para que o anjo apodere de seu corpo para satisfazer suas vontades e desejos. Eles só ficam nesse corpo durante uma semana, e por isso, são submetidos aos mais depravados desejos dos anjo caídos e depois eles eram obrigados a sair, e quando saiam, o híbrido fica com todas as memórias das coisas que o anjo fez. Eles profanam seus corpos, matam, roubam, abusam, torturam a carne dos pobres híbridos. - A cada palavra que Scott falava, Blake sentia repugnância, nojo e tristeza por saber que os híbridos sofrem são usados como um objeto qualquer nas mãos desses anjos caídos.

- Esse jovem anjo caído, era muito ambicioso e ganancioso. Ele saiu pelo submundo a procura de algo que saciasse seus desejos, ele guardou toda sabedoria e conhecimento que encontrava pelo caminho e usando todo o conhecimento que tinha, ele criou uma arte profana que trazia qualquer pessoa morta de volta a vida, quando essa pessoa retornava do sono da morte, ela vinha como uma criatura perversa, sem coração que ele próprio denominou como anjo do inferno e cada anjo do inferno o obedecia fielmente como seu senhor. Com toda essa sabedoria e conhecimento, ele desenvolveu várias artes ocultas e as guardou em um livro que ele o escondeu usando uma arte que ele próprio criou.
A arte do morto profanado, a mais profana de todas que exigia o sangue de um híbrido puro, de coração limpo, era a que transforma os mortos em anjos do inferno, e tendo posse sobre essa arte, ele sacrificou milhares de híbridos inocentes para fazer seu exército de anjos do inferno e com isso ele passou a ser conhecido como Demônio Profano, um ser cruel capaz de cometer os atos mais atroz que se pode imaginar a fim de enaltecer a si próprio. - Blake se sentiu como se estivesse dentro de em uma história de bruxas.

- Os anjos caídos e os nefilins são as duas raças mais fortes do submundo, e cada uma delas tem uma família principal que passava de geração em geração seus poderes aos sucessores. O Demônio Profano conseguiu destruir a família principal dos anjos caídos, ele queria que somente ele fosse a criatura mais poderosa de todo o submundo, sua mãe era a última descendente da família dos nefilins e por isso, ele ordenou que a matassem, mas ele não sabia que sua mãe tinha deixado seu descendente. - Isso veio a Blake como uma navalha afiada dilacerando-lhe a carne, imaginar o que seus pais tiveram que passar. - Você Blake, você é o último descendente da família principal dos nefilins, filho da nefilin mais poderosa do submundo que pode por um fim em todas as suas maldades, por isso ele te persegue. - Blake ficou estupefato, pasmo com a verdade. Toda a dor da perda de seus pais voltou, uma dor dilacerante e incompreensível. Não era da sua vontade acreditar e nem muito menos aceitar tudo isso, mas descobri quem foi o assassino de seus pais foi suficiente pra nascer um ódio nascer dentro da alma. Um ódio que não podia ser dominado.

- Quer que eu pare? - Scott perguntou apreensivo notando tamanho desespero nos olhos de Blake. Mas ele queria saber de tudo, e Scott continuou a falar depois que Blake maneou a cabeça negativamente.

- Sua mãe, era a última descendente da família mais poderosa dos nefilins, quando ela morreu, você ficou sendo protegido por seus poderes, mas desde o início do ano passado essa proteção que ela tinha posto em você sumiu de alguma forma. Eu te protejo desde quando sua mãe morreu, ela me pediu para cuidar de você caso isso acontecesse, desde então venho te protegendo, eu e Clare.

- Você conheceu minha mãe? - Perguntou Blake ainda em meio a soluços do choro reprimido. Scott balançou a cabeça afirmativamente.

- Seu pai, o Dr. Christian era um anjo caído, mas ele não era da família principal, pois o demônio profano já a destruiu há muito tempo atrás, mas mesmo assim, ele era muito poderoso. Eles deram a vida para te proteger. - Blake sentiu seu oxigênio faltar, sua visão foi ficando turva, embaçada por causa das lágrimas. Era muito doloroso ficar sabendo de tudo isso, saber que seus pais deram a vida para salvá-lo.

- Sua mãe e seu pai descobriram que o demônio profano estava atrás deles, eles sabiam que o demônio profano é capaz de tudo sem ter remorso de nada, e para evitar uma guerra, e poupar a vida das pessoas que eles amavam, inclusive a sua, eles deram suas vidas para te manter seguro e escondido. Você ficou protegido pelos poderes da sua mãe como disse antes, mas não sei como, o demônio profano ficou sabendo de sua existência e agora seu objetivo é te matar.

- Ele quer me matar só porque sou o último da família principal! - Falava com desprezo e rancor.

- E porque você pode acabar com os planos dele. - Concluiu Scott.

- Que planos? - Blake temia ouvir mais coisas assustadoras, mesmo assim perguntou.

- Se ele consegui o sangue de cem híbridos virgem na lua cheia, ele pode reviver todos os mortos e transformá-los em anjos do inferno e se ele fizer isso, ele vai fazer os humanos seus escravos.

- É desumano, não posso imaginar!

- Por isso tenho que te proteger, se você cair em suas mãos, jamais conseguiremos impedi-lo.

- Não consigo. - Disse apoiando os cotovelos na ponta dos joelhos e colocando as mãos no rosto sem controlar o choro.

- Claro que consegue, você é mais forte do que imagina! - Disse Scott o abraçando.

- Eu ainda estou muito confuso, tem muita coisa que não sei. Nem sei se devo saber.

- Ei, olha pra mim. - Scott colocou as mãos segurando o rosto de Blake.

- Estou aqui, eu vou te proteger e sempre estarei do teu lado. - Blake notou o quanto ele era confiante. Seu toque fez uma ponta de paz se instalar no seu pequeno coração assustado.

- Ainda não sei como a funcionária da minha casa se meteu nisso, a não ser que ela também seja... - Parou de falar quando sua mente acabava de processar as informações.

- Ela é uma nefilin, nós dois protegemos você. - Scott tinha um sorriso leve e tranquilo no rosto, enquanto Blake tinha uma ferida aberta, uma dor que cortava seu coração ao meio. Blake precisava organizar seus pensamentos pra poder pensar no que fazer e como deverá agir.

- Parece que o abismo é fundo demais, mais escuro, frio e sombrio do que eu imaginava. - Disse lembrando o que Scott lhes dissera antes, seus olhos estavam encharcados, regados de lágrimas.

- Ei, lembra do que me disse. Eu estou aqui contigo, nenhum abismo vai te derrubar. - Scott mais uma vez o abraçou, deixando-o chorar como uma criança em seu colo.

- Eu quero ficar sozinho. - Pediu a Scott de voz baixa sem troca de olhares. Scott assentiu balançando a cabeça afirmativamente e saiu.

Blake se pôs a chorar tudo que tinha engasgado na garganta, todo o seu furor, sua dor, sua angústia. Sua vontade era de gritar, botar tudo pra fora, extravasar, se sentir livre nem se quer por um segundo. Ele nunca tinha um peso tão grande nas costas, era como se não fosse suportar. Blake se encolheu no sofá se colocando na posição fetal sentindo a falta da sua mãe, de um carinho seu e ao mesmo tempo se sentindo culpado pela morte de seus pais. - Eu sou um infeliz condenado a sofrer pelo resto da vida. - Se torturava em pensamentos. Seus olhos já não tinham mais lágrimas, estavam pesados e ardendo, mas Blake nem ligou pra isso e como se estivesse enfeitiçado, caiu num sono profundo.

Ai está amados, mais um capítulo... espero que gostem, e se gostarem, deixem seu votinho ★ e seu comentário (...) isso me ajuda bastante...

Nos veremos em breve, abraço bem apertado, sintam-se abraçados por mim. Bjs....

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