#DUCA
Doeu muito ver aquela cena... Marcelo sabe que eu gosto dessa garota, e ele ainda a beija sem o menor receio.
Mesmo não tendo a conhecido há muito tempo, eu a amo. Desde moleque eu impeço que Vampiro a ataquem, várias vezes a salvando e todas as maneiras possíveis.
Quando ela me viu uma vez, achou que fosse um sonho, disse a ela que eu era seu anjo da guarda, e que nunca iria deixa lá na mão... Naquele dia, usei magia nela, e fiz com que tudo aquilo não passasse de um sonho.
Não se esqueça de quando ela te salvou, enfiando a faca no vampiro.
É mesmo. Mais eles se amam, não posso fazer nada.
Sai do castelo em meio a chuva, a dor em cada passo, a luta com aquele Vampiro me deu vários hematomas. O céu muito escuro, ventos batendo nas altas árvores, um clima frio e arrepiante.
Senti um cheiro diferente, de Vampiro e de lobisomens, talvez ambos estariam em conflito no decorrer da mata.
-Ham... - ouço a voz de Samanta, paro ainda encarando a mata a minha frente - Espere, por favor.
-O que quer? - pergunto me virando lentamente em sua direção.
-Por que saiu com raiva? - ela da um passo adiante, assim ficando exposta a chuva.
- Você não irá entender... - desvio o olhar, era difícil encarar aqueles olhos cor esmeralda.
-Poxa... Acha mesmo isso?! Por que não voltou mais? - Samanta cruza os braços.
Arregalei os olhos surpreso, não pode ser o que estou pensando. Ela não deveria se lembrar de algo, será?
-Do quê está falando? - recuo alguns passos, a chuva começa a ficar mais densa.
-Não se faça de desentendido! Responda! - sua expressão era de indignação - Anjo da guarda.
-Ain... Você lembra!? - engulo em seco -... Sua mãe quis daquele jeito, eu não pude fazer nada.
-Minha mãe?! Jura mesmo, vocês me vigiaram a vida toda, Vampiro, lobisomens, todos atrás de mim e eu fazendo o papel da garotinha indefesa que não sabe de nada! Poxa, já que você se dizia tão meu amigo, deveria ter me contado antes, aí eu não estaria nessa situação! - grita ela furiosa, vi suas mãos se fecharem com força.
-Te esconder isso era melhor! - falo.
-Melhor!? Você tinha que ter me falado... - ela tira os cabelos do rosto. Raios começaram a cair, assim deixando a chuva ainda mais perigosa.
-Eu falei! - grito e ela fica imóvel - Eu te contei uma vez lá na sua casa... Sua reação foi pior do que eu esperava... Eu te contei tudo, até te mostrei minha transformação... Só que aí você jogou uma faca em mim, que por azar era de prata, e um artefato antigo...
-Mas... Eu não me lembro - diz ela com a expressão confusa.
-Apaguei sua memória, sua mãe achou melhor assim - digo - Nem depois daquele ataque, eu nunca deixei de ser teu amigo... Nem de te proteger.
-Poxa... Duca, eu num sabia - ela se aproxima, provavelmente para um abraço quando me recuo - Mas...
-Não Sam... - estendo as mãos pedindo que parasse de se aproxima - Saia da chuva... Ham... Tchau.
Vi que de seus olhos saiam lágrimas, mesmo com a forte chuva consegui identificar. Me afastei do castelo, dava pra ouvir os lamentos dela lá atrás.
Já bem afastado, me viu quase perdido na floresta. Um forte cheiro de cachorro molhado invadiu o local, e pode ter certeza, tem mais um lobisomem por perto. Ouvi um ruido de passos, me viro vendo um garoto, só pelo sorriso sacana decifrei ser...
-Marcos... - digo mais aliviado.
-Iae cara, tu sabes não vales a pena correr atrás de una vampira - ele se aproxima.
-Não vou ficar correndo atrás de quem não me quer... Vamos tenho mais o que fazer - nos transformamos e seguimos para o acampamento.
Duca você esta melhor sozinho querido.
Ajudou muito.
#SAM.
Não havia a nenhum momento na minha cabeça, que eu já havia ferido o Duca. Ele nunca me convenceu com a história de que tudo era um sonho, lá no fundo eu sempre soube que não era.
O meu medo agora é de não vê-lo mais. Volto para o quarto toda molhada, me deparo com Marcelo sem camisa sentado na janela, o ignorei completamente, peguei uma toalha e comecei a secar os cabelos.
-Iae como foi ? -Marcelo pergunta.
-Estranho, não quero falar sobre isso- deixei a toalha de lado, e imediatamente me joguei na cama, fiquei com o rosto no travesseiro.
-Esqueça o Duca, ele acha mesmo que você vai ser como ele, mas eu sei que não vai... - Marcelo sai da janela e se dirige para a porta, sua expressão era de raiva - E preciso deixar bem claro que você não irá sair desse castelo sem que eu saiba, e não quero que você volte a correr atrás dele - suas pressas cresceram.
-"Não correr atrás do Duca"? Mas ele é meu amigo - me sento na cama rapidamente.
-Acha mesmo que depois dessa ele vai querer falar com você? Aceite, ele era seu amigo - ele arruma e porta no lugar, bate ela com violência, ouvi o barulho da porta se trancar.
Me joguei pra trás, assim deitada fiquei encarando o teto indignada. Só naquele momento senti o cansaço intenso em meu corpo, nem notei quando adormeci.
No dia seguinte. Me levanto e vejo o quarto todo desarumado, logo me deparo com Marcelo caido no chão inconveniente, vou rapidamente até ele e passo a mão em seu peito que esta todo arranhado, percebo que lentamente os arranhões estavam sumindo, ele estava se curando sozinho, fico o balançando mais ele não responde. Fico por cima de seu peito tentando ouvir seus batimentos, mas não ouvi nada.
-Por acaso vampiro tem batimento cardíacos?! - me desespero - Como vou saber que esse coiso ta vivo?
De repente David aparece na mesma situaçao, todo machucado.
-Calma, ele não está morto - diz ele com a respiração fraca -Ontem à noite Victor e um outro vampiro apareceram, quando cheguei Victor e Marcelo estavam lutando , e o outro garoto lhe injetava um boa noite Cinderela. Tentei impedir, mas ele já havia te drogado... Acredite, a luta foi feia.
Olhei para o Marcelo, vi que suas cicatrizes sumiram, ele se sentando e disse:
-Ufa... Você esta viva - ele passa a mão em meu rosto.
-Argh! Pare, chega de melação. Está noite Victor vai mandar um grupo vim pegá-la - David fica com os olhos totalmente vermelhos.
-Venha temos que te preparar - Marcelo se levanta agarrando em meu pulso.
Fomos até o ultimo andar do castelo, que incrivelmente é enorme, uma área toda aberta, parecia um campo de batalha. Fiquei admirando o local, andei nas beiras olhando a altura de toda a estrutura, com certeza, alguém morreria ao cair daqui, ou só se quebraria muito.
Sinto as mãos de Marcelo agarrarem fortemente minha cintura, me viro tentando reagir, ele vira meu braço quase o fazendo quebrar, e depois me deixa pendurada na beirada no Castelo.
-MARCELO, VOCÊ É LOUCO!