Zona de Amigo 5 - Aquele que vai descobrir o que a outra pessoa sente...

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Lucas começa a narrar sua história...

Eu saí daqui com toda a coragem do mundo. Fui em direção a ela. Ela estava lá, próxima ao banheiro feminino da escola. Seus olhos estavam lindos. Seus cabelos emanavam um cheiro de rosas vermelhas, possivelmente pela escolha do novo xampu. Cheguei perto dela e disse: "Oi Lyly, tudo bom?". Ela, sem saber quem eu era, respondeu: "Olá quem você for? Mas, como você sabe meu nome? Aliás... Eu te conheço de algum lugar?".

Nessa hora, Gabriel, eu fiquei nervoso. Em minha mente, vieram situações do passado que geraram em mim medo, incertezas e expectativas que me deixou ansioso. Eu fiquei lá, olhando para ela. Minha boca começou a ficar seca. Fiquei com receio de perder o controle sobre o meu corpo. Senti forte insegurança de estar ali. "Mas, o que me aflige", pensei rapidamente.

Meus batimentos aceleraram. Passei a mão em minha testa e sentia o início de uma transpiração excessiva. Meus sentimentos começaram a ficar confusos. Angustia. Tremedeira... 

O medo incessante de me dar náuseas, diarréia e não ter banheiro masculino por perto. "Você está bem?", perguntou ela aparentemente preocupada de um estranho passar mal em sua frente. "Eu quero te dizer algo...", falei de forma incerta. "Você tem certeza disso? Parece incerto.", pontuou ela.

Minha voz não saia. O que eu faria agora? Com medo de perder mais tempo, resolvi arriscar. "Eu gosto de ficar em cima de você!", exclamei sem medo de errar. Ela, ao escutar o que falei, franziu a testa. Seu semblante começou a mudar. Refletindo, rapidamente, o que falei, acredito que não foi o que eu queria falar na verdade. "Não é isso! Eu gosto de você e quero 'ficar' com você aqui e agora!", exclamei com todas as minhas forças.

~§~

– Me deixa adivinhar, Lucas. – falei prevendo o que aconteceu em seguida. Em um instante, balancei a cabeça como sinal de desaprovação. Fechei meus olhos e refleti sobre as implicações. – Foi aí que ela lhe deu um soco em seu rosto?

– Exatamente, Gabriel. – respondeu Lucas, mudando a posição do sado de gelo em um dos lados de seu rosto. – Aconteceu justamente isso o que você falou! Espera aí! Você estava aonde que eu não te vi?

– Lucas, não fique nervoso. É interessante que você vá devagar e sempre. Nada de demonstrar logo de cara. – falei incentivando meu pupilo. Concertando seu saco de gelo, Lucas parece decidido de que gosta dessa menina. Foi, então, que eu arrisquei outra opinião. – Faça o seguinte: vá até a sala, onde ela estuda, e escreva alguma mensagem legal para ela no quadro branco. Mulheres que, possivelmente, vivem lendo romances gostam de romantismo. Agora, não exagere na mensagem. Não quero ter que lhe dar outra bolsa de gelo...

Lucas levanta–se de onde está e me entrega a bolsa de gelo. Confiante, ele vai em direção de onde ele, mais cedo, veio. Nesse momento, meu celular vibra. Tiro do meu bolso para olhar o que era. Vejo uma mensagem do Rafael, me lembrando de que, logo mais, eu terei que ir, no horário do intervalo, em frente à porta da rádio da Escola Demétrio Van Der Woldsen. Eu já tinha me esquecido desse compromisso.

Me abaixo, pego a mochila do Lucas, e fui a sua procura, pela escola, para lhe entregar sua mochila. Quando passo pelo primeiro corredor, a esquerda da penúltima porta, próximo à porta central, escuto um barulho estranho, vindo do lugar para onde o Lucas se dirigiu e vou atrás para saber o que aconteceu. Ao chegar ao corredor, encontro ele vindo derrubando as coisas de sua mochila.

Em certo momento, olhei mais atentamente para o rosto do Lucas. Percebi que a região que circunda seu olho estava roxo. Perguntei, em seguida, o que aconteceu para ele estar assim. Ele afirma que não foi nada. Nesse momento, fiz, em minha mente, determinada relação da menina que ele foi atrás com o olho naquela cor. Resultou que não veio coisa boa nessa ligação que fiz entre as duas coisas. E, mais uma vez, Lucas começa a nos relatar o que ocorreu.

Diário de uma FriendZoneOnde histórias criam vida. Descubra agora