O sono dos justos

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     O tempo vai passando e as únicas visitas que tive foi do meu chefe e desse policial - traficante.  Nada de afrodite e nada da magrela. Medo? Conspiração?  Só Deus sabe! Aqui o tempo passa lento , me sinto com a cabeça envolvida com plásticos,  puxo o ar mas ele não vem! O lugar é úmido, pelo menos estou só.  Na parede ha indícios de que já passaram pessoas por aqui. Tem pixações e ranhuras nas paredes, parecia que alguém tentava passar o tempo escrevendo e desenhando com as próprias unhas. O chão era desbotado,  parecia que seu antigo hóspede não gostava de levantar os pés para andar. Na cabeceira da cama de concreto tem uma Bíblia com algumas folhas coladas. Alguém aqui não gostava da palavra de Deus!  Mas nessa situação dificilmente alguém vê Deus com bons olhos, parece que somos esquecidos.

- visita pra você!    Gritou um policial gorducho.  Quem será agora!

     - oi amorzinho.  Vim te tirar daqui!

      - Margarida. Por que você não disse aos policiais que eu tinha acabado de entrar naquela casa?

- desculpe! Vi muitas armas e acabei me assustando e eu não queria ser cúmplice de  assassinato.

- Então você sabia que ele estava morto?!

-fale baixo seu idiota. Podem ouvir!!

-garota você é uma praga! Eu to aqui no seu lugar!!

- eu não matei o bolo fofo! Eu nunca disse isso. Eu estava com você no bar, transamos , estava tão bêbado pra  não lembrar? !

- não matou mas sabe quem matou!

- tu ta louco? Vim dizer que vou contratar um advogado e você vem com essas besteiras,  me acusando!

-   não precisa de advogado, vou sair logo , é só em provar onde eu estava na noite anterior.

- pronto! Estava comigo!

    O tempo acabou, margarida tinha que ir, o estranho é que nos beijamos e olhando nos meus olhos ela dizia que daria tudo certo.  Assisti ela levantar e sair sem olhar pra trás.  O cabelo
amarrado no alto da cabeça revelava um pescoço branco e magro cheio de pintas e ornamentado por um colar dourado com uma enorme pedra azul , combinando com a camisa fina que mostrava o branco sutiã. Há tempos eu desaprovaria sua aparência mas hoje me encanta. Não me darei tão fácil, fui mostrar o meu amor a uma mulher e olha no que deu!

      Sento no banco frio de concreto e fico a imaginar que merda Natália fazia nesse momento, ja que seu parque de diversão não existe mais. Foda-se!   Tenho meus próprios problemas  agora!

        Não demora e o mesmo policial gorducho me chama e me leva ao delegado, serei liberto mas tem as exigências;  não sair da cidade , não me meter em confusão e outras merdas! Ainda sou o  principal suspeito.

    Livre graças a Deus!  Preciso de um belo banho, não tenho pra onde ir a não ser pra casa da magricela. Tenho, também, que ir até o hotel falar com o meu chefe, saber como vai ser daqui pra frente.   Mas por hora só o banho mesmo.

       TOC ,TOC!  bato a porta da ruiva. Não tarda e ela aparece.

oooi! Você ta livre! Venha, venha!     Eu fiquei até sem graça com tanta festa. Eu, confesso, não me sentia assim há anos...
    

         Algum tempo depois, ja de banho tomado, sento pra um relaxado descanso, margarida massageia meus pés (coisa inédita pra mim), parecia que ela sabia me chamar a atenção.  Os olhares se cruzaram diversas vezes, eu sempre desviava, eu creio que ainda não estou pronto pra isso, ela não merece ser usada!   Após a massagem ela pôs nossa comida e fomos pra cama dormir.  Embora ela dormisse com seu shortinho fino, sem calcinha, cravado no rabo e sem Sutiã ou qualquer tipo de barreira pro pele a pele, essa noite não rolou nada, dormimos de conchinha e sem nenhum pesadelo. Eu dormi o sono dos justos.

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