CAPÍTULO 9- ''último suspiro''

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—Temos que ir pra onde mesmo?— perguntou Sandy, enquanto andava com pressa para acompanhar os passos largos de Geovanna, que estava já a quase 4 metros de distância.

—Para uma garagem. — respondeu a outra, aproveitando para parar e fazer um coque em seus cabelos cacheados, enquanto esperava Sandy a alcançar

— Será que vai ter carros lá?— perguntou mais uma vez, quando a alcançara.

— Vamos saber quando chegarmos lá, agora você pode ficar quieta pelo amor de Deus?— pediu Geovanna com extrema impaciência.

— Nossa Geovanna, sua grossa. — respondeu a amiga, revirando os olhos.

Após mais alguns minutos de caminhada em silêncio, chegaram em uma garagem pequena, com apenas algumas caixas e três carros em seu interior. Os raios solares iluminavam cada canto do lugar, sendo assim, nenhuma das duas ficaram com medo do que poderia acontecer. Começaram abrindo as caixas, estando todas vazias, até, que na penúltima encontraram algo: jornal. Estava velho e não conseguiram ler uma palavra impressa, sendo assim, o retiraram de dentro do objeto de papelão sem tomar nenhum cuidado, jogando-o no chão. Até que viram algo. Estava no canto superior direito da caixa, um objeto pequeno que poderia passar completamente despercebido se Sandy não tivesse olhado justamente em sua direção, e retirando da caixa, pegou em mãos uma pequena peça de quebra-cabeça. Gravado em sua parte superior estava a letra 0.

— EI! GEOVANNA! EU ACHEI!— gritou a menina, mostrando para a outra o objeto que tanto procuravam.

— Que? Como...?

— Estava aqui nesta caixa!!— continuou Sandy, agora indicando com o pé direito a caixa de papelão no chão.

Mas alguma coisa não estava certa. Tem definitivamente algo errado aqui. Pensou Geovanna consigo mesma. Mas, ignorando o que tinha refletido, chamou Sandy.

— Ei, vamos então.— disse, e as duas se direcionaram para a porta da garagem, que em um piscar de olhos, se fechou fazendo com que se assustassem. 

— MAS QUE MERDA É ESSA?— gritou Sandy.

Era isso, então. Estava fácil demais. Pensou Geovanna mais uma vez.

— Parabéns vadias, encontraram a peça, agora tenho outra tarefinha. Vocês tem apenas 5 minutos para encontrarem uma mascara de gás. Apenas uma sairá daqui viva. Boa Sorte! — uma voz misteriosa saiu de um auto-falante enquanto ria, e depois, desapareceu.

— VAMOS LOGO SANDY — Geovanna falou indo em direção à 1 dos 3 carros que tinha no local.

— DEVE TEM UMA MASCARA DENTRO DE ALGUM CARRO!— disse Sandy, que visivelmente estava chorando.

Elas procuraram e procuraram, remexendo nos bancos da frente e do passageiro, nos porta luvas e nos porta-copos, e quando faltava apenas um minuto para o tempo esgotar, Geovanna encontrou uma mascara no porta malas. 

— Eu não quero morrer!— disse Sandy, chorando e com os olhos arregalados na única máscara sob a mão da outra menina. 

Mas antes que pudesse ouvir qualquer resposta, nesse mesmo momento o gás foi solto e Geovanna colocou a mascara sobre o rosto. Sandy começou a tossir por falta de ar e caiu no chão, aos pés da outra. E enquanto Geovanna assistia toda a cena, caiu de joelhos, de tanto que seu corpo tremia com a adrenalina. Alguns minutos depois a porta foi aberta de novo fazendo com que o gás saísse e a mesma pudesse retirar a mascara. 

— Sandy? Sandy?— dizia enquanto retirava a máscara e colocava as mãos na garganta da menina caída, tinha uma leve pulsação. Mas não tinha nada que pudesse fazer de qualquer maneira. Geovanna então apoiou a cabeça de Sandy em seu colo, e lentamente viu a a cor deixar os olhos da garota, juntamente com seu último suspiro. 

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