2 - Um Demônio

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Alguns minutos depois nós chegamos no lugar, mas não parecia um hospital. Era um prédio escondido que parecia abandonado. Ele começou a andar e cambaleou então eu o abracei tentando ajudar, mas ele era mais pesado do que parecia. Deus, ele era massivo!

Fomos até a porta e ele bateu um tipo de batida secreta até que a porta se abriu e um senhor de idade, óculos fundo de garrafa e uma bengala nos deu boas vindas.

- Kawa seu filho da puta! Eu achei que ia ter que levar flores pro seu funeral.

Kawa, então esse era o nome dele? Foi aí que me toquei que no nervoso do momento eu nem tinha perguntado o nome dele e ele não perguntou o meu.

- Tosha, se não me deixar entrar rápido ainda vai poder mandar flores.

O velho não gastou tempo e o pegou pelo ombro mostrando que era bem mais forte do que parecia. Fomos para dentro e o velho o deitou em uma maca. O lado de dentro do local era maior do que parecia do lado de fora e bem mais limpo e cuidado. Era como estar na caverna do Batman, só que não era preto, era branco e prata.

- Talvez seja melhor você ir. – Tosha falou sem dúvida querendo me poupar, mas Kawa fez um sinal com a mão.

- Por favor, não vá.

Tosha revirou os olhos com certeza irritado com aquela situação.

- Claro, pode ficar e segurar a mão dele como a criancinha que ele está sendo. – Ele falou irônico completando com umas palavras em uma língua que eu não tinha idéia do que era.

Eu me aproximei e segurei a mão dele que estava estendida pra mim. Seus dedos apertaram minha mão como se estivesse em um precipício e eu fosse sua corda de salvação.

O casaco foi removido e jogado aos pedaços no chão revelando um torso que faria qualquer halterofilista com inveja. Os gominhos do estômago que nem no photoshop sairiam tão perfeitos. A pele dele era de um tom bronzeado claro que me lembrava caramelo ao leite, sangue cobria ele e no centro, em meio a muitas outras cicatrizes, estava um corte fundo. Eu me perguntava que tipo de faca tinha feito aquilo.

Quando Tosha começou a limpar o ferimento ele cerrou os dentes, sua mandíbula bem marcada ficando mais evidente. Quando começou a suturar, ele tencionava com cada entrada da agulha e soltava em intervalos. Ao final ele arfava, suor escorrendo pelo seu rosto e sua boca semi aberta respirando com dificuldade. Meu deus, ele era tão sexy. E eu era uma puta pervertida imaginando se ele ficaria tão bem assim quando gozava. Ótimo, útero seu traidor, se os olhos dele tivessem poder raio-x veriam um tsunami acontecer na área do meu ventre nesse momento. Peguem as boias, crianças, que esse alagamento vai ser dos grandes.

Como se ele tivesse me escutado, seus olhos me encontraram e eu fiquei todos os tons de vermelho da caixa Faber Castel, aquela bem cara que tem um milhão de cores. Um sorriso safado ergueu um canto dos lábios dele e eu fui abatida por uma vontade te tirar aquele sorriso a tapa dele.

- Não curto muito S&M, mas se você gosta pode bater que eu aguento.

Meus olhos se arregalaram em surpresa. Ele conseguia ler minha mente! Eu estava tão fodida!

- Como? O que? – Gaguejei sem ter certeza do que eu queria dizer.

- Eu era um dos experimentos, Jagiya. Eu leio pensamentos. Normalmente eu sou bom em manter o som longe, mas eu estou fraco e você pensa tão alto que é difícil.

- Do que me chamou?

- Desculpe. Jagiya é querida. Eu ainda não sei seu nome.

- Julieta, mas pode me chamar de Julie.

Ele sorriu puxando minha mão e me trazendo para mais perto dele até nossos rostos ficarem a poucos centímetros de distância.

- Bela Julieta, você salvou minha vida e ela agora pertence a você.

Eu parecia um peixe fora dágua sem saber o que responder ou pensar. Então ele ergueu o rosto fechando os centímetros dedistância e me beijou envolvendo cada centímetro e ascendendo uma faísca que foi do encontro das nossas bocas até meu clitóris. Eu poderia ter gozado ali só com aquele beijo. Deus, ele era o demônio. 

Profundamente SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora