Amor De Amigo

Capítulo 2

Ricardo acordou com a cabeça latejando, ele não devia ter misturado tantas bebidas. Amanda ainda dormia, olhou para o despertador, "Claro. São seis e quinze da manha!"
Levantou à procura de um analgésico, mas não encontrou em lugar nenhum. Onde será que ela guarda? Fuçou no banheiro, cozinha, quarto... Viu a bolsa dela e resolveu procurar. Encontrou uma necessaire, lá estava o remédio e... Opa! Espera. Um teste de gravidez. Um teste de gravidez!? Mas pra que ela teria um teste de gravidez? Ele sempre usou camisinha, até mesmo quando estava bêbado demais, ele sempre lembrou de ter usado camisinha. Ou será que não? Oh, mas que droga, agora ele não sabia de mais nada. Ele não podia ser pai. Não agora, tão cedo. E com a Amanda.
Não, não, não. Não era com ela que Ricardo queria ter um filho. A única pessoa quem ele queria viver esse momento junto era...  Luna? Como assim? Luna era sua amiga, quase irmã! Não, Luna não!
Ricardo respirou fundo. Deve haver uma explicação lógica. Tinha que haver. Ele não a tinha engravidado, ao menos não que se lembrasse.
Precisava falar com a Luna, ela saberia oque fazer.

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Luna acordou com batidas na porta. Olhou o relogio, seis e quarenta. Quem poderia ser essa hora? Seja que fosse tinha pressa, pois não parava de bater. Ela levantou, pegou o roupão que estava atrás da porta.
-Já vou!
Ela gritou enquanto ia até o banheiro lavar o rosto. Estava morta de sono, havia ido dormir não tinha nem duas horas. Ficara com Pablo a noite toda, e se divertiu muito. Esperava que fosse muito importante para a acordarem esta hora num sábado.
Abriu a porta sem ver quem era, deu de cara com Ricardo, ele estava com a mão apoiada no batente da porta. Ainda estava com a mesma roupa da festa, só que mais amassada, tinha jeito de quem acabou de acordar, com o cabelo bagunçado e cara de sono, mas seus olhos castanhos estavam preocupados. Ele estava lindo. Luna suspirou.
- O que houve?
- Acho que a Amanda ta grávida.
Ele soltou.
Ela permaneceu imóvel digerindo a informação. Estava surpresa demais para dizer qualquer coisa. Ricardo a olhava em expetativa como se ela pudesse resolver a situação. Como se houvesse qualquer outra solução.
- Mas que porra...

- Que merda.
- Eu sei Luna. Voce já disse isso.
Eles estavam sentados no sofá do apartamento de Luna. Ela ainda não tinha dito nada que não fosse "mas que droga", "que merda", "que porra" e "mas que droga de merda da porra". Realmente não estava ajudando em nada, tinha justamente o efeito contrário.
-Eu não consigo pensar em mais nada pra dizer. Me desculpe, nas é realmente inesperado. Ela te falou isso?
-Não exatamente.
Ela pareceu confusa.
-Como assim?
-Ela não me disse nada. Eu achei um teste de gravidez nas coisas dela.
-Então se ela tem um teste de gravidez positivo ela está mesmo gravida.
- Não deu positivo. É novo, não foi usado.
Luna olhou pra ele.
- Você não usou camisinha.
- É claro que usei. Todas as vezes,
- Então, voce encontrou um teste de gravidez nas coisas dela, que não foi usado, usou camisinha todas as vezes, e suponho que ela tome a pílula, e está desesperado deste jeito?
- Bom... É o instinto natural, não acha?
- Olha, relaxa. Talvez o teste não seja dela.
- E oque estaria fazendo com ela então?
Luna pensou um pouco, ele tinha razão.
- Ok. Mas se você usou camisinha, então está protegido.
- Ela não deve estar segura disso, senão não tinha comprado um teste. Só não entendo por que ela não me falou nada.
- Talvez ela não tenha te contado porque não quer te preocupar atoa. Pode ser que ela esteja gravida de outra pessoa. Você sabe que ela não fica só com você.
- Sim, eu sei. Mas se for meu, o que eu vou fazer?
Ela parecia não ter entendido oque ele disse.
- Como assim? Você vai assumir e ser um pai, ue. É isso oque você vai fazer. Você não pode fugir disso. Eu nem deixaria! Eu sei como é crescer sem pai, e não desejo pra ninguém.
Ele olhou pra Luna. Ela era o tipo de pessoa que mesmo em uma situação terrível consegue te apresentar um mar de possibilidades. De todos os amigos de Ricardo, Luna era quem sempre sabia oque dizer e como dizer, não é o tipo de pessoa que te esconde a verdade, ela sempre diz oque pensa e te faz ser realista, te ajuda a colocar os pés no chão e continuar caminhando. Ricardo a adimirava.
- Eu sei que você não deixaria. Eu também não teria coragem de abandonar um filho. Mas isso é loucura, cara.
Luna suspirou.
- Você devia conversar com Amanda.
Ele assentiu. Precisava esclarecer as coisas.
Ela sorriu. Ricardo adorava quando ela sorria pra ele daquele jeito, como quem diz "Onde eu me meti". Ele também não sabia onde tinha se metido, mas sabia que onde quer que fosse poderia contar com Luna.

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Amanda entava sentada na mesa do apartamento de Ricardo olhando o objeto que estava sobre a mesa. Ela não tinha feito o teste, mas sentia como se ja soubesse o resultado. Ela tinha certeza que ia ser mãe. Sentia que já havia uma vida se formando dentro dela, alguém que ela já amava. Por instinto, colocou a mão sobre a barriga, que nem tinha aparecido ainda.
Precisava dizer ao Ricardo a verdade. Ele merecia saber. Respirou fundo.
- Eu estou grávida.
Ela criou coragem e o olhou. Ele estava imóvel, com os olhos arregalados.
- Não acredito que eu vou ser pai, e você me diz isso assim.
Ele não estava feliz, mas também não parecia arrasado. Na verdade parecia acostumado com a ideia. Amanda precisava contar pra ele, antes que ele começasse a gostar da ideia.
- Você não vai ser pai.
Ele a olhou confuso. Ela suspirou. Droga, ele não merecia isso. Ela sempre soube que eles não eram exclusivos, mas ela gostava dele. Na verdade, era praticamente impossível não gostar, ele tinha um jeito tão natural de levar a vida, com uma alegria cativante, uma persobalidade incrível, além de bom de cama. Nossa! Ele nunca estava saciado! Mas o seu ponto forte é o sorriso. Meu Deus, que sorriso... E era esse sorriso que ela não queria tirar dele, tinha medo de decepciona-lo. Mas não podia mentir pra ele. Não com um assunto tão sério.
- Eu estou grávida, mas esse filho não é seu.