CAPÍTULO - 01
Narrado por Cael Martel
Não deveria ser mais que 05:37 horas da manhã quando acordei assustado no meio da madrugada. Acordar assustado era uma das minhas novas manias que adquiri a estar ao lado do Yuri. Fiz forças pra sair de seu pesados braços e sobre longos resmungos que significava que seu sono estava muito bom. Fiquei sentando ao lado da cama enquanto meu corpo ia acordando. Cobri o boizão para que não congelasse e sai do quarto rumo a sala. Nossa nova casa não era tão diferente quanto a anterior, apenas tirando o fato de não ficar em cima de uma montanha. Mas preservamos a antiga arquitetura. Uma grande casa feita de madeira, sem forro. Uma sala ampla que ligava com a cozinha. O fogão a lenha que ficava ao centro da cozinha, fora colocado bem ao canto deu lugar a uma mesa de centro, com dois quartos amplos.
Nossa nova moradia ficava ao Sul do Uruguai, em San Carlos. Uma cidade que ficava "próxima" a Punta del Este. Logo os poucos sobreviventes do desastre construíram um pequeno abrigo, aonde casinhas e mais casinhas iam se aglomerando em volta da nova sede. Na verdade, o plano de seguir para o Uruguai era exclusivamente meu, até ninguém mais ter aonde morar. Não era uma propriedade grande, mas suficiente para emparedar, lado-a-lado, dezena de casinhas aonde as novas famílias de abrigavam. O terreno ao lado, que fora doado para nós plantarmos e cultivarmos nossa comida, mal dava para um estação, o que obrigavam todos a procurar emprego nas redondezas.
Caminhei pelo chão de madeira, de forma que não rangesse para que o Yuri acordasse. Coloquei meu poncho e fui até estante a frente, aonde tinham vários retratos e recortes de jornais colocados em pequenos quadrinhos. Comecei pelo pequeno e torto troféu de 1º Campeão de Boiadeiro de Poti, retirado dos escombros da catástrofe que nunca fora reparada. Ao lado do troféu uma foto do meu antigo time de montaria, Juan e Aldo, Tomé e Nina e Eu ao centro, com cara de séria, cabeleira que cobria as costas e uma barba suja. Na época usávamos bombacha e poncho que cobriam no corpo, cada um com uma cor peculiar, apenas diferenciando de mim que trajava tudo negro. Dentre várias fotos dos meus amigos, estavam os irmãos do Yuri. Sorridentes numa foto com irmãos mais velho. Um recorte de jornal velho mostrava um jovem com o braço esticado um e um touro negro lambendo sua mão. Não contive o riso da época que ficara pra trás. Ao lado da estante, uma janela branquinha e com neve.
- NEVE? – BERREI E SAI CORRENDO RUMO A PORTA.
Abri com toda força que tinha e dei de cara com um amontoado fofo e branco. O sol estava tímido atrás das montanhas, mas lá estava meu sonho. Não que aqui nevasse, mas raros invernos sim. Corri para dentro de casa e pulei com todas as forças em cima do Yuri que estampava uma careta de quem não estava entendendo se estava ou não acordado.
- LEVANTA MEU AMOR – chamei, puxando pelo braço.
Mas, com todos aqueles quilos, era impossível de se fazer qualquer coisa que precisasse mover seu corpo. Com toda calma do mundo e a força de 10 rinocerontes, ele me agarrara pela cintura e me enfiava debaixo das cobertas, me embolando tipo uma panqueca.
- Agora dorme! – pediu ele de olhos fechados.
Tentei sair dos seus braços, mas era impossível. Ele cada vez mais me prensava.
- Yuri... algo... que... quero... te... mostrar – disse entre as cobertas.
- Eu também! – disse ele pegando minha mão e colocando no pinto duro dele.
Depois me desenrolou dos panos grosso, ficando apenas eu, ele excitado, me puxando contra seu corpo quente e minha boca salivando em cima da cama.
"Afff, filho da puta!"