Capítulo 26

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POV. Anastasia

Estava acertando os últimos detalhes do coquetel de entrega da obra, meu pai havia dado carta branca e com a ajuda de Hannah escolhi tudo do melhor, fui até a sala dele:
- Oi Erika queria falar com meu pai.
- Ele só está numa ligação mas se quiser entrar e esperar pode ir querida.
- Obrigada.
Entro e fico em silêncio esperando ele finalizar a chamada:
- Okay Scotty, qualquer novidade me avise... Até! - ele desliga e me encara. - Oi Annie.
- Oi papai, vim avisar que está tudo pronto para amanhã.
- Ótimo filha... Deixa eu te contar um segredo em primeira mão...
- Diga.
- Vamos abrir uma filial...
- Que perfeito pai, onde?
- Em Boston, mas é segredo Annie, não fale nem com Christian ainda.
- Sim papai, ficarei de bico fechado.
- Ótimo.
- Pai eu sei que ando ausente mas não esqueça que amo você e a mamãe demais.
- Filha eu entendo, você e Christian logo formará sua própria família e eu tenho que aceitar isso.
- Ah papai. - corro até ele e abraço.
Não sei o porquê mas lágrimas saem de meus olhos e me afundo no pescoço do meu pai e o abraço forte:
- Que foi Annie? Christian fez algo que deveria saber? - apenas nego.
Meu pai acaricia meu cabelo ate eu acalmar e então o encaro com os olhos vermelhos e molhados:
- Me desculpa papai, eu apenas sinto falta da minha infância e do quanto ficávamos grudados.
- Oh minha pequena eu ainda sou seu papai e quando quiser colinho eu estarei aqui.
- Eu sei. - seco meu rosto. - Preciso ir trabalhar pai. - retomo minha postura profissional.
- Certo, bom trabalho.
- Obrigada.
Saio da sala dele e Erika me encara mas não fala nada, sigo para minha sala e Hannah entra atrás de mim:
- Ana tenho que passar sua agen... Que foi?
- Nada demais, pode passar a agenda.
- Bom o senhor Grey ligou e disse para ir na sala dele, o buffet ligou informando que acharam as flores que você queria para decorar o coquetel e uma reunião com os engenheiros da obra daquele hotel Royalty.
- É só?
- Sim, quer um chá?
- Hannah eu aceito.
- Já vou trazer.
Ela sai e respiro fundo, que merda de sensação ruim é essa? Não consigo entender isso, mas assim que tomo o chá que Hannah trouxe me sinto mais calma e vou a sala de Christian e Mia está lá no telefone:
- Christian tá lá? - ela assente e sorri.
Entro e ele levanta o olhar por cima do Notebook e sorri mas fica intrigado:
- Ana você esteve chorando?
- Coisas bobas.
- Eu adoraria saber quais coisas bobas!
- Já vi que não vai dar sossego né? Só estou sentindo um aperto no peito e saudades de passar um dia com meu pai e minha mãe como era na infância.
- Ah minha menininha, vem cá. - ele me abraça e sinto a paz que precisava mas logo o choro vem.
- Ah Christian eu te amo tanto. - soluço.
- Eu também te amo muito Ana, mais do que você possa imaginar.
Ele beija meus lábios e eu o aperto forte:
- Ana você está me preocupando... Tem certeza que não aconteceu nada?
- Tenho Christian, isso é som um excesso de carência.
- Magoei. Eu não queria que se sentisse carente, o que acha de ir morar comigo? Assim você não ficaria carente...
- Ah Grey sem essa.
- É sério Ana, vem morar comigo, eu não estou brincando.
- Isso é um grande passo Christian. - falo séria.
- Eu sei, então venha aos poucos, eu sei que não tem tanto luxo como na cobertura mas amor não vai faltar.
- Tudo bem, vou analisar sua proposta com muito carinho e talvez eu faça um tempo de experiência.
- Isso é ótimo.
- Preciso ir amor, tenho uma reunião daqui a pouco.
- Boa sorte! Não que você precise.
- Obrigada. - beijo ele e saio.
As horas dentro da sala de reuniões foi entediante, aqueles engravatados acham que sou uma leiga em alguns assuntos e fazem caretas com minhas decisões mas eu sei o que é melhor para minha empresa e com muito custo convenço eles de que uma obra ecológica é muito mais viável que uma obra que destrua a natureza. Saio de lá e sigo para minha sala, Hannah já foi pro almoço, minha cabeça está fervendo, pego minha bolsa e vou rumo ao elevador:
- Ana vamos almoçar? - merda.
- Jack não tô sendo boa companhia hoje...
- Ana é só um almoço.
- Tá bom, tá bom.
Seguimos no elevador e caminhamos rumo ao restaurante que costumo ir com Christian, falando nele espero que não fique bravo por isso, chegamos no restaurante e sento numa mesa com Jack a minha frente, ele faz o pedido dele e peço o meu de sempre:
- E então seu caso com o Grey tá sério?
- Muito, estamos pensando em morar juntos.
- Grande passo, você merecia algo melhor que aquele pé rapado.
- Jack se continuar ofendendo meu namorado eu vou me retirar.
- Não, desculpa.
Jack é realmente intragável, meu almoço desce quadrado pela garganta, pego um analgésico na bolsa e engulo o comprimido, pego minha conta e pago seguida por Jack e então voltamos pra empresa:
- Ana amanhã o coquetel será que horas?
- As 19:00.
- Ótimo. Obrigado pelo almoço. - ele me abraça me pegando desprevenida e beija meu rosto.
- Anastasia! - a voz fria de Christian soou atrás de mim.
Me desvencilhei de Jack e encarei Christian com seu rosto impassível:
- Oi Christian.
- To atrapalhando alguma coisa?
- Claro que não senhor Grey, só estava agradecendo a Ana pelo almoço.
- Ah sim! Anastasia podemos conversar?
- Podemos.
Nos afastamos de Jack em silêncio e sua raiva era palpável, eu sabia que não deveria ter aceitado mas não imaginei que Christian reagiria assim, eu sei que ele odeia Jack mas ele sabe que eu jamais faria algo que pudesse o magoar:
- Porque ele Anastasia? - sua voz magoada me tira dos pensamentos.
- Como assim?
- Porque ir almoçar justo com Hyde? Você sabe que ele faz isso só para me afrontar, você gostaria de me ver almoçando com a Gia por exemplo? - imaginar isso me enoja.
- Não. - respondo porque é verdade.
- Então Anastasia se coloca no meu lugar e imagine como eu estou muito puto nesse momento.
- Imaginei.
- Então multiplica por mil agora Anastasia. - ele fazia questão de enfatizar meu nome.
- Tudo bem Christian eu já entendi seu recado agora vou trabalhar, até mais, isso se sua raiva tiver acabado.
- E eu ainda tenho culpa é isso?
- Não precisava disso, eu entendi o recado e não irá acontecer mais.
- É o mínimo que espero, esse cara quer você de quatro na cama dele Anastasia, ele quer o que é meu!
- Tá Christian até mais. - saio andando.
Uma das raras coisas que acontecia entre mim e Christian era brigas ou discussão, eu não podia continuar discutindo no hall da empresa e a melhor opção foi sair de perto dele por mais que meu corpo pedisse para eu ficar e o beijar e fazer as pazes.
No fim do expediente ele não havia me esperado, o Christian fazendo pirraça, ótimo era tudo que precisava.
Entrei no meu carro e segui pro Escala, depois de um banho me joguei na cama e meu orgulho falou mais alto, dormi sem ouvir a voz dele.
                       »»»
Acordei com uma baita dor no corpo, minha noite foi revirando para um lado e outro, eu havia me acostumado a dormir com o calor dele, tomei um banho e vesti um terninho. Na cozinha Gail preparou meu café da manhã e conversamos algumas amenidades, minha mãe se juntou a nós e fiquei grudada nela:
- O que foi Ana?
- Eu e Christian brigamos.
- Qual razão?
- Fui almoçar com Jack e ele pirou.
- Mas Jack sempre implica com Christian filha, você deveria saber que ele só quis almoçar com você para mexer com seu namorado.
- Eu sei mãe. Sou uma burra!
- Não querida você não é mas será se não se desculpar com ele hoje.
- Tem razão mãe, eu já vou.
Chego na empresa e tem poucas pessoas já trabalhando sigo até a sala de Christian e aproveito que está aberta, ficarei aqui até ele chegar, não quero ficar brigada com ele.

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