Tudo tem seu Preço

2.5K 67 20
                                    

"Vingança, algo que demonstra quem somos sem perceber, algo que nos transforma deixando a mostra alguém que nunca pensamos ser. Ela nos destrói por dentro, ela retira a compaixão e vai crescendo dentro de nós, mas apesar das máscaras influências que ela pode causar, para mim, vingança é justiça" - Natasha Ribeiro.

Acordei com o barulho insuportável do despertador que já tocava há algum tempo, me virei e tive dificuldade para abrir meus olhos por conta da luz, e apesar da dificuldade, abri um de meus olhos e vi o despertador marcar 11:36 da manhã, me levantei depressa desenrolando o cobertor de mim e pegando meu casaco rosa de moletom que estava em cima da cadeira de balanço, e logo em seguida vestindo minha calça Jeans e calçando meus tênis, arrumei minha mochila nas costas depressa, e antes mesmo de sair pela porta vi a chave lá e lembrei do que havia acontecido na noite passada, levei minha mão até a boca e ri de leve, mas meu humor logo mudou quando pensei nas consequências e no que meu pai faria comigo hoje, pensei em ficar trancada ali mas eu não podia me esconder para sempre, ele acharia um meio de entrar e eu não estaria livre de suas mãos. Girei a chave que estava na porta, destrancando a mesma e girei a maçaneta devagar, olhei pela greta da porta e diferente das outras manhãs eu não havia escutado barulhos na cozinha, olhei para frente e vi a porta de seu quarto encostada, me aproximei com cuidado e espiei da greta e vi ele deitado com a sua "coisa" para fora, ela estava enfaixada com a faixa branca de curativo, a mesma faixa que ele havia usado para me estuprar naquele terrível dia. Eu havia aprendido o nome disto ontem na escola, o que me deu motivo para chorar a aula inteira.

Fugi de minhas lembranças e saí daquele corredor devagar e fui depressa para a escola.

(...)

Já passava de 17:30 e o céu escurecia aos poucos, meus passos eram curtos e lentos, e ao voltar para casa eu pensava mil coisas sobre o que o mostro que chamo de pai poderia fazer comigo assim que eu chegasse, pensei em fugir e evitar descobrir, mas eu sabia que ele me acharia em qualquer lugar, e seria ainda pior para mim. Cheguei em frente da minha casa e cessei  meus passos. A rua era meio deserta e não passava quase ninguém por ali, respirei fundo tentando tomar coragem para entrar , então prossegui, segurando e empurrando aos poucos a maçaneta da porta que estava semi-aberta, abri devagar temendo ver meu pai ali, abri a porta por completo e não o vi na sala, olhei para o lado da cozinha mas também não havia ninguém ali, deduzi que ele estivesse em seu quarto como de manhã, me virei para fechar a porta com o mesmo cuidado que a abri e quando me virei novamente vi ele, senhor Roberto Cupper, eu havia descoberto seu nome porque achei sua identidade em cima da mesa a alguns dias, mas eu o conhecia como o "monstro", era estranho ter um pai e não saber seu nome, minha mãe nunca havia me dito e eu nunca ousei perguntar.

Ele me olhava com furor, senti ele me levantar e me prensar contra a parede ao me sufocar, e passado alguns segundos eu estava ficando sem ar e minhas pernas mexiam sem parar enquanto minhas mãos estavam em cima das suas, e então eu consegui chutar sua canela.

- AH - Ele gritou me soltando ao mesmo tempo, então fui me recuperando aos poucos enquanto corria o máximo que podia até a cozinha.

- AI - senti alguma coisa acertar minhas costas com força me fazendo cair no chão, o que me fez bater o queixo com força, me fazendo sentir então o gosto de sangue em minha boca, senti ele me virar com brutalidade e sentar em cima de mim, levando suas mãos ao meu pescoço e me sufocando novamente, minhas pernas estavam esticadas e mexendo sem parar, mas desta vez não consegui chuta-lo, minhas mãos estavam batendo nele mas isso era inútil, eu estava ficando sem ar e sem forças, virei minha cabeça para o lado e com uma mão tentei pegar o pedaço de madeira grosso que ele havia jogado em mim. Eu já não estava mais resistindo quando consegui pegar o pedaço grosso de madeira e acertar em seu rosto com toda a força possível que me restava o que fez ele  sair de cima de mim, caindo para o lado com a mão sobre todo o rosto. Busquei ar e comecei a tossir, tentei me levantar com dificuldade e senti ele puxar o meu pé me fazendo cair novamente, e antes dele tentar fazer mais alguma coisa peguei novamente a madeira e acertei sua cabeça com toda raiva e força, fazendo ele cair desmaiado, meu rosto se encontrava molhado por conta das muitas lágrimas que nele rolava, eu tossia muito e o ar parecia pouco para o tanto que precisava, me levantei e fui em direção a porta abrindo a mesma e saindo para fora.

- SOCORRO... SOCORRO - gritei com o resto de voz que eu ainda tinha e vi muitas pessoas chegarem em suas janelas bastante confusas, enquanto outras vinham em minha direção para me acudir, me sentei no chão e senti minha voz rouca e fraca, eu ainda parecia precisar de bastante ar. Muitas pessoas ficaram ao meu redor e outras mais próximas me acudindo e perguntando o que havia acontecido, parecia até outro lugar, tinha muitas pessoas e estava muito movimentada, logo depois vi o carro de polícia e também vi a ambulância chegar, me colocaram em uma maca e minhas costas doía muito, dois policiais ficaram em pé do meu lado perguntando sobre os detalhes do que havia ocorrido, contei que meu pai havia me sufocado, mas não contei sobre o estupro, meu medo falava mais alto e achei mais seguro ouvi-lo. Vi meu pai sair de dentro da casa algemado com outros dois policiais  do lado, ele me olhava, e seu olhar não se esquivava nem sequer por um segundo, vi eles colocarem-no dentro do carro e logo depois, fui levada ao hospital.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 10, 2017 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O EstuproOnde histórias criam vida. Descubra agora