Minha cabeça doía, abri os olhos devagar tentando me levantar. Tudo doía.
-Bom dia, Bela Adormecida! - ele gritou, estridente - Vinte e sete minutos! Você apagou por vinte e sete minutos, ficou muito fraca de uns tempos para cá _______, você se dava bem com as "viagens" antes.
Não respondi, olhei em volta sem saber onde eu estava. Os detalhes do local me lembravam algo, me lembravam...
-O que que...? - avistei uma fotografia - Como você...
-Bem-vinda, saudades de casa? - ele abriu as cortinas da sacada - Ah... Respire o ar dos Estados Unidos, _______! Quanto tempo, não?
-Como?
-Qual é, ________! Não faz tantos anos que você não me vê, faz? - seu sorriso convencido brincava em seu rosto - Fazem uns... Doze ou treze anos?
-O que fazemos aqui? Como chegamos aqui? - coloquei a fotografia em seu lugar - E, novamente, quem é você?
-Quantas perguntas... - sentou-se na cama pequena e bagunçada - Estamos aqui para recuperar algo. Chegamos aqui do mesmo jeito que costumávamos chegar aos locais quando precisávamos concertar algo nos "velhos tempos" - ele respirou fundo - Me sinto bem triste por não se lembrar de mim, mas é isso que viemos concertar. Sou seu querido, amado, menosprezado, assombrado, antigo e lindo amigo, Min Yoongi, é um enorme prazer rever a sua pessoa.
-Rever?
-Sim.
-Assombrado?
-Honestamente, o fato de ter que permanecer ao seu lado por todos esses anos não é agradável.
-Isso é um elogio? Como assim "todos esses anos"?
-Aish - ele abaixou a cabeça - Lá vou eu de novo. -me encarou- Olá, meu nome é Min Yoongi, sou seu "guardião", estou aqui para te ajudar no que for preciso e guiar você pelos caminhos certos. Caso precise de mim eu aparecerei. - estendeu a mão.
-Guardião?
-Sinceramente! - ele parecia falar sozinho - Não tinha outra pessoa para vocês me enviarem? - levantou-se - Um guardião é um tipo de fantasma, para ser mais específico, a missão de um guardião é cuidar de alguém até que sua alma finalmente "descanse em paz". - estralou os dedos - No meu caso eu nunca vou descansar em paz, pelo visto.
-Ok... - me afastei - E o que você tem que concertar aqui?
-Estamos de volta a uns doze anos e meio da onde estávamos quando você dormiu, e quem tem que concertar as coisas aqui é você.
-E o que exatamente eu tenho que concertar?
-Você tem que impedir que uma pirralha de quatro anos fale demais. - ele pegou uma fotografia - Essa pirralha irritante aqui - entregou-a - Mas já te aviso, não vai ser fácil.
-E-Essa sou eu?
-Uau! - aplaudiu - Parabéns Sherlock Holmes!
-Eu tenho que impedir a _______ de quatro anos a falar?
-Isso.
-E o que ela... eu não posso falar?
-Sua avó era uma pessoa tão boa... - ele alisava uma fotografia com os dedos - Pena que como você a matou, não é?
-Como?
-Viemos impedir que você mate a sua avó, de novo.
-Eu tinha quatro anos, eu não matei a minha avó.
-Bem, você não. Mas o que você fez sim.
-E o que eu fiz?
-Falou demais - colocou a fotografia sobre a cabeceira da cama - Eles não gostam de quem fala demais.
-Está me deixando cada vez mais confusa...
-Chegou! - ele gritou - Se esconda! Rápido! Isso vai ser divertido!
-Quem chegou?
Tarde demais, antes que minha resposta chegasse eu pude descobrir o que havia chegado, ou melhor, quem. Não pensei que fosse realmente aquilo, mas era sim.
-Olá, Pequena _______. - ele sorriu - Temos visita hoje! ________, não seja mal educada, se comprimente.
Ela estava lá, ela era real. Ela era eu.

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My Devil Friend
FanfictionEu poderia dizer que eu tinha uma vida comum, como qualquer adolescente americana, mas eu não tinha. Aos meus quatro anos me mudei para Seul, com meus pais, não vou dizer que eu deixei minha vida toda nos Estados Unidos e tive que me adaptar novame...