Ele passou duas noites comigo em Las Vegas antes de voltar pra casa. E liguei para ele quando voltei a cidade dias depois.
- Olá? - Respondeu ele, e parecia que eu tinha lhe acordado.
- É Jonathan. Eu queria que você soubesse que estou de volta em Phoenix.
- Isso é fascinante, querido, mas eu não estou.
- Onde está você?
- Em Tóquio.
- Tóquio? - Perguntei, espantado. - O que você tá fazendo em Tóquio?
- Dormindo. - Disse ele e desligou sem se despedir.
Fiquei um pouco preocupado que tivesse o irritado muito, mas duas semanas depois, cheguei em casa do trabalho para encontrá-lo fazendo o jantar. Ao longo dos dias, caímos numa fácil, embora completamente errática relação. Estávamos fora da cidade tantas vezes que era difícil encontrar tempo para o outro, e ele parecia não gostar de planejar nada com antecedência.
Aprendi também que não adiantava ligar avisando que eu estava de volta a cidade. Pedir para vê-lo, só causou frustração. Ele poderia me dar uma desculpa esfarrapada. Ele poderia dizer não, mas aparecer mais tarde em minha casa de qualquer maneira. Mas não importava, ele nunca fazia nada que não fosse sua ideia. Então o esperei. E ele sempre ligava.
Nosso tempo juntos fora da cama ficou menos estranho. Dei-lhe uma chave da minha casa, não porque as coisas estavam tão sérias entre nós, mas porque era a única coisa lógica a fazer. Ele odiava esperar eu chegar em casa pra começar a cozinhar e era ridículo ele ter que pedir a Julia para deixá-lo entrar.
Muitas vezes, quando ambos em Phoenix, ele me ligava só para dizer que estava ocupado. Mas depois eu voltava para uma casa que cheirava como o paraíso e ele com os pés descalços na minha cozinha. Eu parei de tentar prever suas ações, mas sempre fiquei feliz em vê-lo. Eu ainda estava me acostumando com o que tínhamos juntos.
Eu sabia que esse tipo de relação não era nova pra ele, mas era pra mim. Eu estava acostumado a relações longas e claro que tive alguns casos. Mas esta coisa no meio era estranha pra mim. Na minha experiência, quando você ficava vendo alguém, era com a compreensão de que você estava em direção a algo mais sério. Sempre acreditei que as relações tinham de avançar ou findar.
Mas Cole deixou bem claro, que se tornar mais íntimo não era de nenhum interesse dele. Fizemos sexo, sim. Muitas vezes. Mas uma vez que estávamos fora da cama, todas as tentativas que fiz pra lhe tocar ou beijar foi combatida me afastando pra longe, brincalhão, mas absolutamente firme.
Era uma estranha relação, não amantes, nem mesmo muito amigos, e eu nem sempre sabia como lidar com isso. Era 15 de setembro, e tinha acabado uma temporada de quatro dias em Los Angeles. Aterrissei de volta em Phoenix, às dez horas da noite. Liguei para Cole quando cheguei em casa.
- É melhor que seja uma emergência. - Disse ele sonolento, sem sequer dizer olá.
- Sou eu.
- Eu sei amor. Tenho identificador de chamadas. Acho que você está em casa agora?
- Estou. Por quê? Sentiu minha falta?
- Nem um pouco. - Disse ele.
- Bom. Eu não sinto sua falta também.
- Estou feliz que você me acordou pra me dizer isso. - Disse ele.
Então a linha ficou muda. Não pude deixar de rir. Estava me acostumando com aquele seu temperamento e sabia que era melhor não me ofender. Não me surpreendi quando meu telefone tocou enquanto ia pro escritório na manhã seguinte. Sorri ao ver o nome de Cole na tela.
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Morangos Para Sobremesa (Série Coda - 4)
RomanceQuando Jonathan Kechter concorda em ter um encontro com Cole Fenton, ele espera que o jantar termine em nada mais do que um caso de uma noite, mas isto fica mais complicado do que ele esperava. Cole é arrogante, extravagante, e definitivamente não...