Passos lentos.
O salto ecoa incerto no solo enegrecido.
O corpo vibra.
Não há expectativa.
Algo tão certo, nunca há.
É tão frio.
O fim ressoa aos ouvidos;
Como as ondas que quebram distantes.
Minhas paixões não merecem tal assombro,
Mas tão sólido e imutável se fez o destino.
Doce sinfonia da morte.
Como será partir está vez?
A madeira em placas mostra o caminho.
Pés sobem degrau por degrau.
Sentirei falta do futuro que nunca se fez meu,
Mas aguardarei a lua tocar seu auge.
De meu âmago as lágrimas vem;
Com a permissão que nunca as dei.
À, criança pura, que um dia jurei ser.
Se perdeu em um dia propício.
Pela noite se faz refém.
A brasa da fumaça putrida é a única conhecida que irei ver.
Velha e grande amiga me despede,
Enquanto dispo o tecido que me encobre.
Pele branca como a neve.
Em segundos vai pro abraço do pai.
De momentos o ar se despede, assim como a vida;
Que aos poucos se esvai.
É frio o abraço terno da morte.
Nunca me arrependerei.
As asas da água salgada me envolvem.
Enquanto a luz imortal da grande lua,
Brilhará eternamente em meu ultimo olhar.
Adeus vida, minha última inimiga.
E olá, serena morte, minha última querida amiga.