38. Próximos como estranhos

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Corey não tinha vontade de escrever naquele momento, mas alguma coisa dizia à ele que deveria. Ele se senta em sua cama, pega um papel, uma caneta e começa mais uma carta.

Hey Rowboat! Chego a me sentir melhor te chamando assim, lembro de quando éramos melhores amigos. Agora sinto como se fossemos próximos como estranhos que se encaram na aula de história e nos corredores da escola.

Você não diz uma palavra se quer e estou quase implorando para que o Mr. Matthews passe algum trabalho em dupla e nos coloque juntos.

Enquanto escrevo esta carta, também encaro meu celular. Mais especificamente, o número de Angel. Estou realmente considerando ligar para ela, mesmo que ela não atenda. Não custa tentar, certo? Ela não poderia me ignorar desse jeito.

Tecnicamente, ela poderia simplesmente não me responder ou desligar na minha cara, mas decidi não pensar muito naquele momento, o que foi assustador.

Corey coloca o papel e a caneta de lado e finalmente aperta o botão "voice call". Ele espera, espera, espera, espera e decide ligar novamente. O som de "chamando" para de repente e ele ouve algo. Leva um susto ao tirar o telefone e ver que ela tinha acabado de atender. O sinal da chamada parecia estar falhando.

  — Angel? — ele chama.

Quando finalmente consegue distinguir o som, ele percebe que ela está chorando.

  — Você tá chorando?

Ela não diz nada e parece ter parado de chorar.

  — Sei que você não manda mensagens desde o Halloween, mas preciso falar com você... Olha, eu não quero ser rude, mas isso é muito egoísta. Eu não sei pelo o que você está passando e não faço ideia se você sabe pelo o que eu estou passando já que não diz quem diabos você é. Só quero saber uma coisa: por que você fez tudo isso? Sei que não vai me responder, mas não acha que eu mereço uma resposta? Uma explicação? — ele suspira. — A gente precisa conversar, Angel.

Ainda sem resposta, apenas os suspiros dela podiam ser ouvidos.

  — Está me arruinando, de verdade. Você não vê? Sou apaixonado por você. Percebi logo no começo e não queria acreditar... Eu preciso te ver pessoalmente. Sei que você não está preparada, eu não sei se estou, mas nós precisamos disso. Preciso saber quem você é, precisamos resolver as coisas do jeito certo. Por favor, Angel, estou implorando. Pense nisso ao menos.

E finalmente, Angel decidiu dizer algo.

"Me desculpe, eu não posso" ela disse rápido e desligou.

Corey joga alguns objetos contra a parede, nervoso. Logo depois, se senta no chão, com as costas apoiadas em sua cama, fecha seus olhos e coloca suas mãos no rosto. Se levanta e pega a carta em cima de sua cama, a amassa e arremessa na pilha das cartas que havia escrito. Mais uma.

Treat You Better ➸ Cowan [EDITANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora