1 capítulo ano 1951

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"Dizem por aí que o coração é apenas uma caixinha de surpresa, e que por algum motivo a razão não entende. Pode ser verdade, ou talvez não, muitas vezes deixamos envolver por impulsos insensatos da paixão"

1 parte

Era manhã de inverno triste daquele mês de junho.
  O trem já tinha partido ao seu trajeto, os passageiros estavam como uma matilha enlouquecida, às reclamações diárias sobre o quanto era duro aquela rotina, em meio a multidão, um rapaz baixo, musculoso, de aparência tímida escondia seu rosto abaixo de seus belos cabelos negros.
Apesar do seu comportamento em meio caos de todos outros passageiros, nem pude suspeitar que em baixo de toda sua personalidade àquele jovem moço ocultava um coração partido.
Não era um rapaz velho aparentava  ter 23/25 anos. O trem tinha chegado ao fim de sua trajetória ,entre a multidão enlouquecida não pude acompanha-lo com o olhar, mais quando pude vê-lo novamente  antes de entrar no túnel para atravessar  à avenida abaixou-se fingindo amarrar os cadarços, parecia esta desconfiado de algo ou alguém, ou não, mas algo não parecia certo.
O relógio ao lado indicava 8hs da manhã. A cidade aquele horário já estava lotada de pessoas correndo a procura de seus sonhos.
Ele saiu do outro lado da avenida e entrou no parque. Parecia não querer ir, mas mesmo assim foi, ele não era vulgar sua beleza atraía com facilidade, mas naquela manhã, pude sentir, mesmo aquela distância que estava aflito.
Tudo tinha começado sem que ele percebesse e aos poucos foi se prendendo a uma teia de circunstâncias da qual estava determinando a liberta-se. Como em um filme, começou a passar pela sua mente lembranças da última brigada que se envolvera  com um rapaz para salvar uma moça, cenas terríveis de agressões e aflição, ele estava totalmente arrasado se sentindo como uma válvula de escape prestes a explodir.
Mas o certo é, ele estava lá, no local do encontro, queria resolver tudo, no cenário da tragédia  entre árvores e vegetações descuidadas sentou-se num banco velho a espera.
Lucas o autor de uma devastação o qual prometera vingança, ocultou-se atrás de uma das arvores. 

Sim, eu avistei, mas não pude identifica-lo, nem ao menos imaginar que abaixo do capuz que cobria sua cabeça ele o observava, com um olhar serrado exalava ódio, colocou a mão no bolso do seu casaco e retiro uma calibre 38, com o revólver na mão o garoto loiro disparou a arma, a vitima caiu no chão eu presenciei aquela cena, ele estava agonizando com dois tiros no peito, sair correndo até ele, Lucas se ajoelhou e colocou a mão sob o chão e gritou.

--- Não precisava terminar assim ~as lágrimas escorriam sobre sua face.
Prostrei-me sobre o corpo ensanguentado, quando vi seu rosto não pude conter as lagrimas, era como se ele estivesse olhando para mim, em seus últimos suspiros ouvir-lhe dizer.
---tá tudo bem, agora acabou, tá tudo resolvido.- ele sorriu como se pudesse realmente me vê, e foi fechando os olhos lentamente.
--- socorro alguém!!! Por favor.

 Eu chorava assustada eu mal sabia onde estava .

"Existe coisas que simplesmente não tem explicações. Atitudes que fixam o amargo sabor do remorso você tenta entender o porquê, mas não encontra resposta. O martelo da culpa o crucificar o madeiro da própria consciência."

Condenado a vários anos de prisão, Lucas foi  deteriorando como um pobre coitado acabado, sendo consumido pela dor, Lucas cumprira pena.

por tempos desejei que apodrecesse naquela cela imunda...

mas eu só conseguia pensar no o ¨porque¨, o que leva um ser carregar tanto ódio no peito? ao ponto de ceifar uma vida, seria inveja?

A vida de Scarlett cooperOnde histórias criam vida. Descubra agora