3 capítulo 1949

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"O amor é igual às bailarinas das caixinhas de música como se acionassem os dispositivos, podendo ficar horas sem para de bailar, sendo entoando uma melodia  que alegra, uma boa música mexendo com a alma e não com o corpo, te fazendo dança parado, te fazendo sonhar acordado, até sorrir com lágrimas, que te faz uma adulta adolescente".

3 parte

Passaram-se um mês depois da retornada de Nicholas, fui convocada para participar de minha primeira peça de dança clássica, uma peça Natalina, estava empolgada as coisas estavam ótimas, lembro-me como se fosse um sonho, iria me apresentar no teatro principal, provavelmente para muitas pessoas se estivesse qualificada para isso,  mas mesmo assim me dediquei, porque seria importante para mim.
Naquele tempo as outras bailarinas estavam fazendo de tudo para ter o papel principal, muitas delas tinham anos de experiência, embora eu fosse uma "veterana" estava bem enferrujada, e talvez não iria conseguir,  me dediquei ao máximo e com todo o meu esforço por um fio consegui, eu era um destaque, um destaque por ser  a única bailarina ruiva, não por ser a melhor, minha substituta não estava satisfeita com a decisão dos superiores, já havia dias que ela andava com um olhar feroz  para mim, eu mal à conhecia, havia visto poucas vezes no ensaio ou pelo menos notado sua presença, embora ela fosse qualificada para o papel tanto quanto eu, seria eu, o núcleo da apresentação, eu sabia que ela não estava feliz, mas não pensei que  ela tinha algo contra mim, quatro dias antes da  véspera de natal na noite do espetáculo no dia 20 de Dezembro de 1949, enquanto me arrumava no camarim tive uma discussão com ela, em meio a confusão fui empurrada de supetão, tomei um tombo mas nada grave senti a fúria dela em meu corpo, o jeito que ela falava que eu não era digna do papel ou que eu não merecia está ali me deixaram perplexa eu não disse se quer uma palavra, depois que ela se retirou fechando a porta e carregando com sigo todo o ódio, eu me ergui estava tão surpresa que não tive nem reação de ficar chateada pelas palavras dela, tentei ignorar a situação e me ajeita novamente, eu estava pronta o público já estavam em aplausos a abertura estava quase a iniciar faltava 4 minutos para mim subir ao palco junto a todas, embora um pouco atrasada, mas algo me impediu, como fui ingênua de não ter a malicia de pensar que ela estava disposta a tudo, ao tocar a maçaneta a porta estava trancada.

Estava eu presa no meu camarim,  aquele dia era importante para mim, tentei chamar alguém mas já não tinha solução, havia muito barulho do lado externo da minha sala, aquele momento provavelmente ela já tinha roubado meu espaço, fiquei furiosa, mentirei dizendo que não chorei, porque chorei de indignação, passei 2 horas dentro daquele lugar, foram as horas mais longas e angustiante, até escutar alguém abrindo a porta, era a nossa professora de dança.

--- Scarlett!!! ~ela estava surpresa tanto quanto eu~ Santo Deus, o que esta fazendo aqui? Bárbara me disse que você tinha ido para casa, que não estava se sentindo bem.

meus olhos estavam vermelhos e não era só das lagrimas porque eu estava com tanto de ódio daquela situação, sem contar a minha maquiagem borrada.

--- Madame ... ~levantei-me do chão com os olhos borrados~ Como ela teve coragem de mentir assim, a vadia me trancou pra ficar em meu lugar... ~falei furiosa~

--- Olha a boca mocinha é uma acusação grave, e eu não aceito esse tipo de coisa.

--- Olha ao redor, eu estou aqui, não fui pra casa porque não estava bem, não acha estranho? eu fui sabotada estava trancada enquanto ela se apresentava no meu lugar

--- Certo, irei tomar a devida providencia, e reponha-se.

Ela falava enquanto passava a mão sobre seu cabelo meio tom grisalho, no fundo eu sabia que ela não daria tanta importância. 

---sabe de uma, esquece, eu estou cansada disso, e estou cansada de acharem também que sou insuficiente, sabe por que ? não vai adiantar de nada discutir por algo que não dará solução. 

Antes que ela tivesse a oportunidade de falar me retirei do camarim indo em direção ao salão, Nicholas estava lá apreensivo coçando a cabeça, os olhos não paravam, provavelmente estava a minha procura, corri em direção a ele e o abracei, ele estava espantado.

--O que aconteceu? você esta bem? ; já estava pra ir em sua casa. 

--- Deu tudo errado, deu tudo errado~ minha voz estava tremula eu só queria ir pra casa naquele momento~ 
--- Calma, o que aconteceu? 

--- Só me leva pra casa, meu espetáculo terminou~ ele ficou perdido mas atendeu meu pedido, aquela noite eu não conseguir conta-lo o que tinha acontecido, mas ele passou a noite comigo, ficou preocupado em me deixar sozinha, e me consolou, aquele evento de minha vida foi um total desastre~

No dia seguinte não apareci lá, e nem nos outros eu estava tentando esquecer as coisas no teatro a poeira tinha se abaixado, mas nunca foi de fato esclarecidas, tentei não me importar mais com aquilo, foi uma péssima época pra mim, eu me afastei por desanimo, aquela raiva foi passando aos poucos.

Dia 25 de Dezembro, Nicholas decidiu que iriamos viajar, ele achou que seria divertido passarmos um tempo juntos e longe Rothenburg a cidade é linda mas melancólica de mais, passamos nosso primeiro feriado na Suíça, nos divertíamos aqueles 4 dias fora, embora eu tenha achado o lugar um pouco deprimente, mas me sentia segura com ele em qualquer lugar, era importante, estávamos apaixonados, foi um momento incrível, está ao seu lado significava muito, começamos a olhar diferente para as coisas e parecia que tudo ia bem.

A vida de Scarlett cooperOnde histórias criam vida. Descubra agora