38º Capítulo - "Não quero ouvir."

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Oi, oi Leitores 

Gente, o capítulo de hoje vou dedicar a uma moça chamada Maryah. Ela foi no meu instagram literário e deixou uma mensagem linda - além de me cobrar o novo capítulo 🙄😍❤ 

Bom, boa leitura a todos e nos vemos lá embaixo. 


O galpão é sujo, mas é seguro. Paloma está deitada com a cabeça no meu colo, coberta com um pano sujo que já estava aqui quando chegamos.

— Prima... __ Ela acorda de novo. — Você não vai embora, vai?

— Eu já te disse. __ Passo a mão pelos fios do cabelo dela. — Não vou sair de perto de você, nunca.

Ela sorri fraco e fecha os olhos, pegando no sono em seguida.

A luz familiar invade meus olhos assim que acordo e de alguma forma sei que estou em casa. A sensação de estar segura é tranquilizadora. Quando minhas pupilas se adaptam à luz, corro o olhar por cada centímetro do meu quarto.

Tudo está... normal.

Me mexo um pouco na cama e sinto meu corpo reclamar, dando sentido as minhas lembranças. Respiro fundo e fecho os olhos durante alguns segundos enquanto revivo os últimos dias e sei que tudo foi real, dolorosamente real. A última coisa de que me lembro é da dor me consumindo de uma forma violenta e da expressão assustada do Gustavo, segurando meu rosto entre as mãos. Lembrar da expressão dele faz um calafrio subir pela minha espinha e uma sensação horrível se estala no meu peito.

Preciso vê-lo.

Faço um pequeno esforço para me levantar e uma dor leve desperta no meu tórax e em outros lugares no meu corpo. A ignoro e levanto. Caminho até o espelho na parede oposta e fico paralisada quando vejo meu reflexo nele.

Meu tórax está envolto por uma bandagem que parece estabilizar e controlar a dor, o punho direito também está enfaixado, de forma que está imobilizado. Existem hematomas e arranhões por todo meu corpo e rosto, além de pequenos curativos espalhados pelos braços e pernas. Passo algum tempo olhando o reflexo na minha frente e avaliando a gravidade de tudo. Sei que a bandagem em torno do tórax significa que quebrei uma ou duas costelas, o punho não deve estar quebrado, já que consigo mexer e não está engessado. O resto das lesões parecem ser superficiais e sem grandes danos. Respiro fundo e imagino a reação do Gustavo quando me viu assim.

Ele deve ter surtado.

Sorrio quando me lembro de como ele era controlador quando éramos crianças. Prendo meu cabelo, caminho até o guarda-roupas e apesar da bandagem cobrir meus seios, resolvo pegar uma regata e vestir antes de sair do quarto. Ando devagar pelo corredor até chegar na escada e começo a ouvir algumas vozes vindo da cozinha. Desço lentamente um degrau por vez, sentindo pequenas pontadas no tórax à medida que avanço. Assim que chego no fim da escada estou ofegante e as pontadas de dor se transformaram em uma dor leve e constante. Espero um tempo até minha respiração se acalmar e me dirijo até lá. Quando chego na porta vejo a Paloma e o Felipe sentados na mesa, conversando. Assim que a Paloma me vê pula da cadeira e vem na minha direção.

Você tá bem? __ Ela me olha dos pés à cabeça. Por que você não chamou? Você é maluca de descer essa escada sozinha? Tá sentindo dor?

Deixa ela pensar Paloma. __ Felipe intervém, vindo até mim também. Tudo bem? __ A voz dele é doce e calma.

Tudo. __ É o que consigo dizer. — Cadê o Gustavo?

Proibida Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora