77º Capítulo - "vou cobrar o que me prometeu."

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Hi, little readers.

A tia, pelo menos dessa vez, não se atrasou tanto 😌😌😌 

Vamos a leitura e nos vemos lá embaixo. 


  Consegui.

Por enquanto tenho o Alex nas mãos e junto a ele todo aparato que preciso para ir atrás do Barão. Estou agora, na casa que morei nos últimos dois anos. Me mudei para cá assim que deixei de ser um recruta e recebi autorização para morar fora do alojamento. Aqui não tem quase nada. Pelo menos, nada que diga qualquer coisa sobre mim.

É só um apartamento mediano, pintado e decorado com tons de cinza e preto.

Cruzo a sala e quando abro a única porta do corredor me deparo com o quarto exatamente como deixei. Olho minunciosamente o espaço, a procura de qualquer coisa fora do lugar, mas não encontro. Sem perder mais tempo, afasto o guarda-roupas do lugar, ponho as mãos na parede e fecho os olhos. Tateio lentamente as peças de cerâmica, uma a uma, a procura de uma leve diferença de altura entre elas. Quando sinto, paro e bato lentamente com os nós dos dedos sobre uma delas e o som oco que escapa, me diz que achei exatamente o que estava procurando.

Com a chave da moto, escavo a argamassa que circunda a peça e logo consigo removê-la. Sem surpresa alguma, assim que vejo o oco a minha frente ponho a mão dentro e tateio a procura do que deixei a mais de um ano atrás. Assim que encontro a pequena caixa, a puxo para fora.

Sento na cama e quando a abro vejo documentos, dinheiro e algumas cópias de relatórios finais de algumas missões valiosas demais para serem esquecidas. Busco dentre os relatórios a foto de um cara que recebi como missão meses depois de me tornar um agente e assim que encontro confirmo minha suspeita.

É ele.

Vladmir Fishman.

O cara tatuado que sabia exatamente quem e o que eu sou.

Não lembrei dele na hora. Mas depois, quando estava voltando para Vila Rica com o Felipe, repassei silenciosamente tudo o que tinha acontecido e assim que lembrei dele, soube que o conhecia.

O Vladmir foi, uma das primeiras e mais difíceis missões que já tive. Ele era o único herdeiro de um império construído a custas de tráfico de mulheres e isso fez dele um alvo certeiro, já que alguém comprou sua cabeça à Citros. O pai tinha morrido recentemente e isso fez dele o mais novo imperador do tráfico humano na época. Minha missão era entrar, rastrear e matar sem deixar rastros, para que tudo parecesse apenas um acidente, ou suicídio.

Mas não foi tão fácil.

O que o dossiê não dizia, é que ele era faixa preta nas mesmas três artes marciais que eu tinha me graduado até então. Lembro que precisei usar teorias e golpes que envolviam outros tipos de lutas, que ainda não dominava com perfeição, para conseguir derrubá-lo. E mesmo tendo saído de lá todo arrebentado, achei que tinha concluído a missão.

Me enganei.

Fecho a caixa e jogo dentro de uma mochila preta, de costas. Pego o resto das roupas que estão no guarda-roupas e faço mesmo. Sigo até a saída e quando estou prestes a sair paro, e olho o espaço mais uma vez. Me despeço mentalmente, e assim que bato a porta atrás de mim, sei que não voltarei mais aqui.

A caminho da Citros paro em uma loja de eletrônicos e compro um telefone novo, só para me certificar de que tudo o que falar com o Felipe e o David não será monitorado. Encosto a moto à alguns quarteirões da Citros e ligo primeiro para o Felipe. Pergunto se ele conseguiu encontrar o que pedi e, para minha frustração, ele diz que não. Em seguida quando ligo para o David, ouço-o dizer que não existe rastro do Barão, que quem quer que esteja apagando suas pegadas, fez e faz tudo muito bem feito. Ele me diz ainda, que por melhor que essa pessoa seja, deixou ou vai deixar algum rastro e que é essa falha que ele está procurando. Para encerrar conto que o Felipe está indo para o Galpão, mas não falo nada sobre o Alex e a Citros.

Desligo o telefone e me sinto acorrentado à estaca zero.

Levo a mão até a chave da moto e, nesse momento, sinto um aperto forte no peito. Levo a mão até o pingente por cima da camisa e seja alucinação ou não, quase posso ouvir a Alice chamar meu nome.

É angustiante.

Respiro fundo e aos poucos a pressão no meu peito vai sumindo, mas a sensação de impotência não. Porque de alguma forma sei que elas estão precisando de mim e do Felipe, e estar tão longe, sem saber sequer onde elas estão me deixa cada vez mais desesperado e perto do limite.

Me forço ao controle e quando estaciono em frente a Citros, visto uma armadura fria e racional. Caminho a passos contidos e lentos até uma das salas de treinamento, onde marquei com o Alex. Abro a porta e vejo rostos conhecidos e desconhecidos espalhados pela sala. Quase de imediato vejo o Alex encostado a uma das paredes, afastado de todos. Eles se calam quando adentro o cômodo e me olham firme até que eu pare no meio da sala e os olhe firme.

— Essa é sua equipe, Garoto. __ a voz dele me diz que está logo atrás de mim, mas não o olho. — São os melhores que tenho disponíveis. __ ele vai até a porta, a abre e para. — Você já tem tudo o que me pediu, Gustavo. E eu, com certeza, vou cobrar o que me prometeu.


Sobre o capítulo:

O Gustavo está apostando alto para conseguir resgatar as meninas. The big question is: Será que enganar o Alex é mesmo a melhor alternativa? 

e:

Será que ele vai conseguir enganar o Alex até conseguir trazê-las de volta? 


Comentem, votem e não esqueçam de me dizer o que estão achando. 

Beijos da Tia e até a próxima! 😘😘


Proibida Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora