Entidades - A última caçada

Um dia da caça...

As coisas estavam indo de mal a pior. Como se já não fosse suficiente ter que me preocupar com uma ruiva fujona e O "grande irmão", agora também tenho um grupo de babacas que surgiram do nada para alegrar meu dia. É muita sorte para uma pessoa só.

-Coloque as mãos sobre a cabeça, vire-se bem devagar e com muito cuidado! qualquer movimento brusco será interpretado como um ato hostil!

Maldito! quem ele pensa que é? acha que me assusta? vou queimar todos eles! mas agora não, se eu começar um combate agora a garota escaparia novamente, eu não sei se serei capaz de encontrá-la de novo, sem falar que desse jeito não seria interessante, rápido demais. Queimar eles agora do jeito que eu estou, prestes a explodir, iria acabaria com tudo rapidamente e rapidamente não tem graça nenhuma, quero ver eles sofrendo, chorando, gritando, queimando! preciso me acalmar, tentar algo diferente.

-Tudo bem senhores heróis, não há necessidade para violência! eu estou cooperando com vocês, ok? isso deve ser algum mal entendido! eu me perdi em meio a toda a essa neve! afinal quem não se perderia? estava prestes a pedir ajuda naquela cabana ali, quando vocês me apareceram.

Enquanto me viro bem devagar me controlando para não sorrir, aproveito para analisá-los e tudo o que enxergo são as carnes para o churrasco.

São ao todo vinte heróis, aparentemente dezessete homens e três mulheres, todos eles vestindo um tipo de armadura que eu nunca tinha visto antes.

Se eles acham que esse papel laminado pode protegê-los do poder das minhas chamas, estão terrivelmente equivocados, isso só vai ajudá-los a assar mais rápido.

Um deles usa uma armadura diferenciada, deve ser o líder ou algo do tipo. Odeio líderes, vou me certificar de que quando a hora chegar esse sofra ainda mais do que os outros.

-Ei! esse não é aquele cantor daquela banda?

Uma das heroínas usando armadura comenta e em seguida levanta o visor do seu elmo para me enxergar melhor, seus olhos demonstram surpresa.
Droga, apesar da fama, não espera ser reconhecido aqui nesse fim de mundo, ainda mais por uma heroína. Quem diria que Os filhos de Hanster teriam fãs até mesmo entre os heróis, seria hilário se não fosse uma grande ironia do destino, é uma pena mas não posso deixar que saiam vivos agora que me reconheceram o verdadeiro propósito da banda ainda não pode ser revelado. Parece que vamos ter carne bem passada no almoço, é hora do churrasco.

-Banda? que banda?- pergunta o líder curioso.

-É ele mesmo!- grita uma outra heroína mais ao fundo, chamando a minha atenção e a de todos ali presente. -Eu o reconheceria em qualquer lugar! - É impressão minha ou essa heroína está dando em cima de mim?

-Olha, eu tenho uma foto ele é o vocalista da banda Os filhos de...Os filhos de Hanster, Friggus é o seu nome não é?- Ela complementa, com a foto em mãos não posso ver seus olhos por causa do visor que ela usa e da distância, mas posso sentir que ela não tira os olhos de mim enquanto se aproximando do líder do grupo para lhe mostrar a foto.

-Isso mesmo senhora heroína- Eu respondo a ela. -É uma honra para mim, saber que uma pessoa como você conheça o meu grupo.
Quase sinto pena de ter que queimar uma fã...quase.

-Então o que você disse é verdade? Você estava realmente perdido?- Indaga o líder do grupo, deixando transparecer a sua dúvida. Pressinto uma excelente oportunidade para virar o jogo ao meu favor, talvez o churrasco tenha que ficar para um outro dia.

-Claro que é verdade! Porque eu mentiria para vocês? por a caso eu pareço com algum psicopata assassino? - brinco com eles, é tão difícil não rir da cara deles, mas me esforço o máximo que posso.