CAP. 11-Companhia

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Eu e Bella pegamos os meninos dos braços de Carmen mas desta vez eu fiquei com Renesmee e Bella com o Edward Jacob .E esperamos Peter e Charlotte adentrar a casa.Os pensamentos do casal eram de dúvidas tentando adivinhar o motivo pelo qual Alice e Jasper pediram para irem a casa dos Cullen o mais rápido possível.

Então a enorme casa dos Cullen estava mais apinhada de hóspedes do que qualquer um julgaria poder ser confortável. Só deu certo porque nenhum dos visitantes dormia. A hora das refeições, porém, era arriscada. Nossos hóspedes cooperavam como lhes era possível. Deram a Forks e a La Push uma boa distância, só caçando fora do estado; eu era um anfitrião gentil, emprestando meus carros quando necessário, sem pensar duas vezes. A transigência me deixava muito pouco à vontade, embora eu tentasse dizer a mim mesmo que, de qualquer maneira, todos estariam caçando em algum lugar do mundo.
Jacob estava mais perturbado ainda. Os lobisomens existiam para evitar a perda de vidas humanas, e ali estava o assassinato desenfreado sendo tolerado pouco além das fronteiras das matilhas. Mas, nessas circunstâncias, com Renesmee e E.J em tamanhos perigos, ele mantinha a boca fechada e com os olhos fuzilava o chão, em vez dos vampiros.
Eu estava impressionado com a tranquila acolhida dos vampiros visitantes a Jacob; os problemas que eu previra nunca se materializaram. Jacob parecia mais ou menos invisível a eles, não era bem uma pessoa, mas também não era comida. Eles o tratavam como as pessoas que não gostam de animais tratam os bichinhos de estimação dos amigos.
Leah, Seth, Quil e Embry foram designados a correr com Sam por ora, e Jacob os teria acompanhado com satisfação, mas não suportava a ideia de ficar longe de Renesmee , e Renesmee e E.J estavam ocupados fascinando as estranhas coleções de amigos de Carlisle.
Repassamos a cena da apresentação de Renesmee e E.J ao clã Denali uma meia dúzia de vezes. Primeiro para Peter e Charlotte, que Alice e Jasper nos mandaram sem lhes dar qualquer explicação; como a maioria das pessoas que conheciam Alice, eles confiaram em suas instruções, apesar da falta de informações. Alice não lhes dissera nada sobre a direção que ela e Jasper estavam seguindo. Ela tampouco prometera vê-los novamente no futuro.
Peter e Charlotte nunca tinham visto duas crianças imortais . Embora conhecessem a regra, sua reação negativa não foi tão forte quanto a dos vampiros Denali. A curiosidade os impeliu os permitindo as "explicação" dos meninos. E pronto. Agora eles estavam tão empenhados em testemunhar quanto a família de Tanya.
Carlisle havia mandado amigos da Irlanda e do Egito. O clã irlandês chegou primeiro, e foi surpreendentemente fácil convencê-los. Siobhan – uma mulher de forte presença cujo corpo imenso era ao mesmo tempo lindo e hipnotizante ao se movimentar em suaves ondulações era a líder, mas tanto ela quanto o parceiro, de expressão severa, Liam, estavam havia muito acostumados a confiar no julgamento da integrante mais nova do clã. A pequena Maggie, com os flexíveis cachos ruivos, não era fisicamente imponente como os outros dois, mas tinha um dom para saber quando estavam lhe dizendo uma mentira, e seus vereditos nunca eram contestados. Maggie declarou que eu falava a verdade, e Siobhan e Liam aceitaram nossa história antes mesmo de tocar em Renesmee e Eddie .
Amun e os outros vampiros egípcios eram outra história. Mesmo depois de dois membros jovens de seu clã, Benjamin e Tia, terem sido convencidos pela explicações dos meninos Amun recusou-se a tocar neles e ordenou a seu clã que fosse embora. Mesmo que E.J pediu a Bella e a mim para viajar na mente de Amun mas nós concordamos que não seria melhor pois estaríamos dar mais um motivo para irem embora e tirando seu livre arbítrio .Mas Benjamin – um vampiro estranhamente animado que mais parecia um menino e era totalmente confiante e totalmente descuidado ao mesmo tempo – convenceu Amun a ficar, com algumas ameaças sutis sobre desfazer sua aliança. Amun ficou, mas continuou se recusando a tocá-los  e não permitiu que sua parceira, Kebi, tampouco o fizesse.
Formavam um grupo improvável – embora os egípcios fossem tão parecidos, com o cabelo preto e a tez azeitonada, que facilmente passariam por uma família biológica. Amun era o membro mais antigo e o líder sem papas na língua. Kebi nunca se afastava de Amun mais do que sua sombra, e nunca a ouvi dizer uma única palavra. Tia, a parceira de Benjamin, também era uma mulher silenciosa, embora houvesse, quando falava, um grande discernimento e gravidade em tudo o que dizia. Ainda assim, era em torno de Benjamin que todos pareciam girar, como se ele tivesse um magnetismo invisível de que os outros dependiam para ter equilíbrio. Vi Eleazar fitar o rapaz com os olhos arregalados e imaginei que Benjamin tivesse um talento que atraía os outros para ele.
— Não é isso — eu disse a Bella quando ficamos a sós naquela noite. — Seu dom é tão singular que Amun tem pavor de perdê-lo. Exatamente como havíamos planejado evitar que Aro tomasse conhecimento de Renesmee e Eddie — eu suspirei — Amun vem mantendo Benjamin longe da atenção de Aro. Amun criou Benjamin, sabendo que ele seria especial.
— O que ele faz?
— Uma coisa que Eleazar nunca viu. Uma coisa de que eu nunca ouvi falar. Algo contra o qual nem seu escudo poderia agir. — Eu me dirigir meu sorriso torto. — Ele pode influenciar os elementos... a terra, o vento a água e o fogo. Uma manipulação física verdadeira, sem ilusões mentais. Benjamin ainda está testando suas habilidades, e Amun tenta moldá-lo como uma arma. Mas você vê como Benjamin é independente. Ele não será usado.
— Você gosta dele —ela me deduziu  pelo meu tom de voz.
— Ele tem um senso muito claro do certo e do errado. Eu gosto da atitude dele.
A atitude de Amun era bem diferente, e ele e Kebi mantinham-se reservados, embora Benjamin e Tia estivessem se tornando bons amigos do clã Denali e do clã irlandês. Tínhamos esperança de que a volta de Carlisle atenuasse a tensão com Amun.
Emmett e Rose mandaram os amigos nômades de Carlisle que conseguiram localizar.
Garrett chegou primeiro – um vampiro alto e magro, com ávidos olhos rubi e cabelos compridos cor de areia, que ele mantinha amarrados atrás com uma tira de couro – e imediatamente ficou claro que se tratava de um aventureiro. Imaginei que poderíamos ter-lhe apresentado qualquer desafio e ele aceitaria, só para se testar. Rapidamente se entendeu com as irmãs Denali, fazendo perguntas intermináveis sobre seu estilo de vida incomum. Perguntei-me se o vegetarianismo era outro desafio que ele tentaria, só para ver se poderia conseguir.
Mary e Randall também vieram – já amigos, embora não tivessem viajado juntos. Eles ouviram a história dos meninos e ficaram para testemunhar, como os outros. Como os Denali, refletiam sobre o que fariam se os Volturi não parassem para ouvir explicações. Os três nômades brincavam com a ideia de tomar nosso partido.
Evidentemente, Jacob ia ficando mais taciturno a cada novo acréscimo. Ele mantinha distância quando podia, e quando não podia resmungava com Renesmee e E.J que alguém precisaria providenciar um índice se esperasse que ele fosse guardar todos os nomes dos novos sanguessugas. Carlisle e Esme voltaram uma semana depois de partirem; Emmett e Rosalie alguns dias mais tarde, e todos nos sentimos melhor quando eles chegaram em casa. Carlisle trouxe mais um amigo, embora amigo pudesse não ser o termo certo. Alistair era um vampiro inglês misantropo que considerava Carlisle seu conhecido mais próximo, embora mal tolerasse mais de uma visita por século. Alistair preferia vagar só, e Carlisle havia lhe cobrado uma série de favores para levá-lo ali. Ele esquivava-se a qualquer companhia, e ficou claro que não tinha admiradores nos clãs reunidos.
O taciturno vampiro de cabelos escuros aceitou a palavra de Carlisle sobre a origem dos gêmeos, recusando-se, como Amun, a tocar neles. Eu contei a Carlisle, a Esme e a Bella que Alistair tinha medo de estar ali, mas estava mais temeroso de não saber as consequências. Ele desconfiava profundamente de qualquer autoridade, e portanto tinha uma suspeita natural dos Volturi. O que estava acontecendo agora parecia confirmar todos os seus temores.
— É claro que eles vão saber que eu estive aqui — ouvimos Alistair resmungar consigo mesmo no sótão, seu lugar preferido para ficar amuado. — A essa altura, não há como esconder isso de Aro. Séculos de fuga, é o que vai significar. Todos com quem Carlisle falou na última década estarão na lista deles. Nem acredito que me deixei envolver nessa confusão. Que bela maneira de tratar os amigos!
Mas se ele tivesse razão sobre ter de fugir dos Volturi, pelo menos tinha mais esperanças de fazer isso do que o restante de nós. Alistair era um rastreador, embora não tão preciso e eficiente quanto Demetri. Alistair só sentia um impulso evasivo na direção do que procurava. Mas o impulso seria suficiente para dizer a ele que direção tomar: a direção contrária à de Demetri.
E, então, chegou outro par de amigos inesperados – inesperados porque nem Carlisle nem Rosalie tinham conseguido entrar em contato com as Amazonas.
— Carlisle — a mais alta das duas mulheres muito altas e selvagens o cumprimentou quando chegaram.
As duas pareciam ter sido esticadas: braços e pernas compridos, dedos longos, tranças pretas longas e rostos compridos, com nariz comprido. Elas se vestiam com peles de animais: coletes e calças justas de couro, amarradas nas laterais com tiras também de couro. Não eram apenas suas roupas excêntricas que as faziam parecer selvagens, mas tudo nelas, dos olhos carmim inquietos aos movimentos repentinos velozes. Eu nunca havia conhecido vampiros menos civilizados.
Mas Alice as enviara, e essa era uma notícia no mínimo interessante. Por que Alice estava na América do Sul? Só porque ela vira que ninguém mais conseguiria entrar em contato com as Amazonas?
— Zafrina e Senna! Mas onde está Kachiri? — perguntou Carlisle. — Nunca vi vocês três separadas.
— Alice nos disse que precisávamos nos separar — respondeu Zafrina, com a voz grave e áspera que combinava com sua aparência selvagem. — É desagradável estarmos afastadas, mas Alice nos garantiu que vocês precisavam de nós aqui, enquanto ela precisava muito de Karachi em outro lugar. Foi só o que nos disse, além de que havia muita pressa...? — A declaração de Zafrina terminou em pergunta, e com o tremor de nervosismo que nunca cedia por mais que eu repetisse o gesto, Bella trouxe Renesmee e E.J para conhecê-las.
Apesar da aparência feroz, elas ouviram com muita calma nossa história, depois permitiram que os gêmeos provassem os argumentos. Ficaram tão encantadas com Renesmee e E.J quanto os outros vampiros, mas percebi que Bella  não deixava de se preocupar ao observar seus movimentos rápidos e repentinos tão perto deles enquanto eu ficava calmo sabia que elas não apresentavam perigos pois seus pensamentos estavam tranquilos. Senna sempre estava ao lado de Zafrina, nunca falava, mas não eram como Amun e Kebi. As atitudes de Kebi pareciam obedientes; Senna e Zafrina eram mais como dois membros de um organismo – só que Zafrina era a porta-voz.
A notícia sobre Alice foi estranhamente reconfortante. Era evidente que ela estava em alguma missão oculta enquanto evitava o que Aro planejava para ela.
Eu fiquei emocionado por ter as Amazonas conosco, porque Zafrina era enormemente talentosa; seu dom podia ser uma arma ofensiva muito perigosa. Não que Bella e  eu fosse pedir a Zafrina que ficasse do nosso lado na batalha, mas se os Volturi não parassem quando vissem nossas testemunhas, talvez parassem por um tipo de cena diferente.
— É uma ilusão muito realista — expliquei quando ficou claro que Bella não conseguia ver nada, como sempre. Zafrina estava intrigada e maravilhada com sua imunidade, algo que ela nunca havia encontrado, adejava inquieta enquanto eu descrevia o que minha linda  não estava vendo. Os meus olhos  se desfocaram um pouco enquanto eu continuava. — Ela pode fazer a maioria das pessoas ver apenas o que ela quer que vejam... Por exemplo, agora mesmo estou sozinho no meio de uma floresta tropical. É tão claro que eu poderia mesmo acreditar, a não ser pelo fato de que ainda sinto você em meus braços.
Um segundo depois, os  meus olhos  entraram em foco de novo e Bella sorriu.
— Impressionante —eu  disse .
Renesmee e E.J estavam fascinados com a conversa e estenderam a mão sem medo para Zafrina.
— Podemos ver? — perguntou Renesmee.
— O que gostaria de verem? — indagou Zafrina.
— O que mostrou a papai. -Disse E.J
Zafrina assentiu e fiquei observando ansiosa os olhos dos meninos fitarem o vazio. Um segundo depois, o sorriso deslumbrantes dos meninos iluminaram seus rostos.
— Mais — exigiram.
Depois disso, foi difícil mantê-los longe de Zafrina e de seus lindos quadros. Bella se preocupava, porque tinha certeza de que Zafrina era capaz de criar imagens nada bonitas. Mas,eu lhe dizia pelos pensamentos deles , e percebi que ela  também pôde ver as visões de Zafrina – eram tão nítidas quanto as lembranças de Renesmee e E.J, como se fossem reais – e assim julgou por se  mesma se eram adequadas ou não.
Embora não abrisse mão deles facilmente, ela tinha de admitir que era bom que Zafrina mantivesse Renesmee e E.J entretidos. Eles precisavam de suas  mãos. Tinha tanto o que aprender, física e mentalmente, e o tempo era muito pouco.
Sua primeira tentativa de aprender a lutar não foi boa. Eu a derrubei em dois segundos. Mas, em vez de a deixar lutar para se libertar – o que ela certamente poderia ter feito eu sair de cima dela era difícil vê-la como alvo ela é minha esposa – eu saltei e me  afastei de dela. Ela logo entendeu que alguma coisa estava errada; eu estava imóvel como pedra, olhando o outro lado da campina onde treinávamos.
— Desculpe-me, Bella — disse .
— Eu estou bem — afirmei. — Vamos fazer de novo.
— Não posso.
— Como assim, não pode? Acabamos de começar.
Eu não respondi.
— Escute, sei que não sou boa nisso, mas não posso ficar melhor se você não me ajudar.
Eu não disse nada. De brincadeira, saltou sobre mim. Eu não me defendi nós dois caímos no chão. Eu me manteve imóvel enquanto ela pressionava os lábios em minha jugular.
— Ganhei — anunciou.
Meus  olhos se estreitaram, mas eu não disse nada.
— Edward? Qual é o problema? Por que não quer me ensinar?
Um minuto inteiro se passou antes que eu falasse.
— Eu simplesmente não... suporto. Emmett e Rosalie sabem tanto quanto eu. Tanya e Eleazar devem saber mais. Peça a outra pessoa.
— Isso não é justo! Você é bom nisso. Você ajudou Jasper antes... Lutou com ele e todos os outros também. Por que não comigo? O que eu fiz de errado?
Ele suspirou, exasperado. Seus olhos estavam escuros, sem ouro nenhum para clarear o preto.
— Olhar você assim, analisá-la como um alvo. Ver todas as maneiras como posso matá-la... — Ele se encolheu. — Torna tudo real demais para mim. Não temos muito tempo, então não fará diferença quem é seu professor. Qualquer um pode lhe ensinar os fundamentos.
Ela fechou a cara. Eu toquei seu lábio inferior que fazia beicinho e sorriu.
— Além disso, é desnecessário. Os Volturi vão parar. Vamos fazê-los entender.
— E se não pararem? Eu preciso aprender.
— Encontre outro professor.
Essa não foi nossa última conversa sobre o assunto, mas ela não o demoveu nem um milímetro de minha decisão.
Emmett estava mais do que disposto a ajudar, embora suas aulas  parecessem mais uma vingança por todas as quedas-de-braço perdida. Rose, Tanya e Eleazar eram pacientes e a davam apoio. Suas aulas lembravam-me das instruções de luta de Jasper aos outros em junho passado. Alguns dos visitantes achavam sua  educação divertida, e alguns até ofereciam ajuda. O nômade Garrett assumiu algumas rodadas – ele era um professor surpreendentemente bom, interagia com tanta facilidade com os outros, que me perguntei por que ele nunca havia encontrado um clã. Até lutou uma vez com Zafrina, enquanto os meninos assistiam, nos braços de Jacob. Aprendeu vários truques, mas não pediu a ajuda dela de novo. Talvez ela tivesse medo  de Zafrina .

A saga Crepúsculo: Amanhecer Parte 2 -Nova versão (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora