O despertador toca tão alto, que certamente os vizinhos devem ter chamado a policia por perturbação.
Ninguém em sã consciência colocaria um despertador a essa hora da manhã. Não dessa altura.
Desligo de forma nada delicada o objeto barulhento em cima do criado mudo. Questionando-me, por que raios coloquei esse treco para tocar tão cedo.
— Ai, minha cabeça.— Sussurro tentando abrir os olhos.
Minhas pálpebras pesam da noite mal dormida. Minha cabeça lateja das várias doses exageradas de vodcas na noite anterior. Meus pensamentos estão a mil. Eu mal consigo raciocinar direito.
Pra minha sorte é domingo. Terei o resto do dia para descansar. E processar com calma os últimos acontecimentos. Tomei um banho. Vesti uma roupa leve, e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo.
Gina já está de volta. E pra variar, comendo um omelete e fuçando algo da clínica em seu Notebook. Ela avalia atentamente meus movimentos em silêncio. Sua expressão é de quem estuda uma de suas pacientes prestes a surtar.
Talvez eu esteja!
— Você está bem?
Porque todo mundo me fazia essa pergunta repetidamente?
Deve ser pelo óbvio. Eu não estou nada bem. E minha cara de ressaca não ajuda muito a disfarçar isso. Um vinco se forma em sua testa, quando meus olhos enchem de lágrimas. Soltei o ar com força, deixando meus ombros rígidos caírem.
— Eliot está aqui!
Falei sentindo o peso das minhas próprias palavras.
— Aqui onde ?
Pergunta ela confusa.
— Aqui! Em Nova York. Na Coast. Na minha vida de novo!
A notícia pareceu pegar Gina de surpresa. Pois ela apenas abre e fecha a boca sem emitir som algum.
Atônita. Essa é a palavra certa!
— Por Deus Gina! Fala alguma coisa.
Suplico.
— Desculpa. É que eu estou em choque com essa bomba Sel. Diz ainda perplexa. — Como ele sabia que você está aqui? Da empresa?
Encostei-me no balcão que divide nossa sala da cozinha. Fixando o chão.
— Ele não sabia. Fomos pegos de surpresa!
Falo quase inaudível.
Francamente, nem eu acreditei nisso ainda. Não que isso fosse impossível. Mas também não é tão simples lidar com a ideia se que Eliot não sabia que eu trabalho na Coast. Eu estou em todas as páginas de fofoca e assuntos sobre a empresa.
— E como você está se sentindo com tudo isso?
Gina, ainda atenta à mim pergunta. Enquanto eu remexia nas gavetas do armário procurando sabe Deus o que.
Ponderei sua pergunta alguns segundos. A verdade é que eu não sei a resposta.
Não agora. Não nesse momento.
Por mais que no fundo eu quisesse deitar em seu colo e chorar.
Muitos porquês rodam minha cabeça. Eu não posso me dar o luxo de ficar chorando. Não sem antes entender tudo o que aconteceu. E o porquê a vida está trazendo isso novamente.
Concerto minha postura. Tomo o ar para meus pulmões e dou um meio sorriso.
— Estou bem! Não é como se minha vida fosse mudar só por que Eliot resolveu aparecer. Ele é passado. Nós somos!
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UMA CHANCHE PARA AMAR
RomanceEliot Evans tornou-se uma estrela no Futebol Americano. Um homem arrogante, frio e muito influente no mundo do esporte. O queridinho da midia e das mulheres. Evans não mede esforço para ter tudo o que quer e quem quiser na palma da mão. Marcado por...