Viu aquele vulto ...
Quem nunca passou por essa experiencia de ter a certeza de que viu algo se esgueirar para trás de uma parede, uma porta, uma árvore, uma sombra atravessar um vídeo, uma sombra na estrada, um arrepio monstruoso percorre a espin...
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"-... e por volta das 18hs escutamos um enorme estrondo! Toda a casa estremeceu e decidimos sair para a rua, muitas pessoas fizeram o mesmo e conseguimos ver as casas rangendo bem como um vento bem forte que varria a rua.
- Os geógrafos que foram ao local constataram um vazamento de gás que se acumulou sobre o sistema de gás local. O tremor causou queda de energia em alguns pontos da Região central e até algumas explosões de gás foram escutadas em Parliament hill, Spring walk, Rosslin Hill e Saint John Church. As autoridades já acionaram as empresas de distribuição de gás responsáveis pelo ocorrido e algumas empresas de manutenção devem prestar esclarecimentos até o fim dessa tarde. O que mais deixou pasmos... CLUNK!
Desligou a Tv e começou a olhar a cidade novamente. O ferimento estava ainda dolorido e só voltaria ao normal quando cicatrizasse por completo. A coxa estava meio que adormecida e em volta do ferimento estava meio avermelhado. Apagou as luzes do seu apartamento. Foi até a banheira e a encheu de água bem quente. O vapor embaçou o espelho já gasto e antiquado do quarto barato mantido pela Ordem dos Agentes em Hampstead. pode até ser que há tempos atrás apresentasse algum charme mas, a característica mais incomum desse apartamento era que não apresentava muita mobília. No banheiro além da pia e da privada, a banheira vitoriana estava com o esmalte já velho e desbotado, o piso era de pastilhas brancas com detalhes azuis escuros
- Gregos!
pensou em voz alta enquanto mergulhava na banheira e a água lhe cobria os pensamentos. já era madrugada e a água fez pulsar a ferida, como se ela abrigasse o próprio coração de Thomas. ficou alguns segundos submerso e se pôs de cabeça apoiada numa pequena toalha branca na borda da banheira. Adormeceu sentindo a perna latejar como um monstro sugando sua alma.
...
Selmor Beckett era um promissor escritor, e assim que se formou na faculdade fora chamado a escrever num jornal local. Naquele momento em que entrou no Parque de Parliament Hill Viewpoint não espera sequer ver um terço do que vira, após os tremores de terra que se seguiram das explosões de gás. Percorreu rapidamente a estrada que dava acesso a região de Hampstead Heath e quase atropelou duas senhoras no percurso e quando lá chegou um caos geral estava instalado, as sirenes de vários automóveis estavam gritando melodiosamente e as luzes que iluminavam a estrada variavam de intensidade enfraquecendo assustadoramente até o momento que um forte clarão as fez irritantemente ofuscar a visão, cobrindo os olhos por alguns instantes pode ver uma bola de fogo surgir no meio da montanha do parque, e corajosamente pegou sua câmera e celular, percorreu a trilha com o celular iluminando o caminho mas quando começou a se aproximar do ponto de observação do parque o celular desligou a luz abruptamente. Como estava olhando o caminho com certa dificuldade, decidiu ligar a camera e seu flash para tentar ver o que acontecia mais a frente. A câmera iniciou e rapidamente estava com o flash a mil iluminou uma parte do caminho e uma cortina de fumaça preta saía do chão em labaredas absurdas com mais de três metros de altura, começou a filmar o fogaréu, passou alguns instantes ensandecido e perplexo observando a coluna de chamas e fumaça que se erguia, ouvia a terra ranger e gritar como um animal, e em meio as cenas que filmava percebeu pessoas dentro das chamas, eram pessoas que dançavam com mantos enormes, viu outros quatro corpos no chão e sem perceber foi caminhando e se aproximando daquela fogueira intrigante. alguns consideráveis passos distante das chamas o corpo de Selmor gelou como se sua alma tivesse saído de seu corpo. Como se um frio tenebroso percorresse dos pés ao mais profundo do seu ser e o retirasse a própria vida, em poucos instantes estava paralisado e ouviu uma voz que parecia cantar, um canto lúgubre e agudo, como se as moléculas de ar se desprendessem uma a uma de dentro dos pulmões de Selmor
