Imaginário e o Diadema de Gaspan

Capítulo 02

--Bom dia Tomás. --O bichano estava em cima da minha cama.

Uma manhã deslumbrante, o sol sobre as cortinas brancas do meu quarto já irritavam​ meus olhos, o segundo dia de aula deveria ser melhor que o primeiro, o relógio marcava 6:45 da manhã fui direto para o banho e logo depois desci para a cozinha, fiz minha refeição matinal e fiquei vendo televisão, mamãe já avia saído para o trabalho.

Eu só estava esperando um dia de diversão com a Camile, dali pra frente seríamos só eu e ela dois grandes amigos e nada poderia interromper a amizade que estava crescendo entre nós mesmo que eu tenha conhecido ela a um dia atrás.

Logo o ônibus veio a chegar, sai correndo como sempre a ponto de perder o ônibus, o motorista chato era o primeiro a me deixar irritado, sempre dizia a mesma coisa.

--Entre logo seu baixinho catarrento. --Apenas olhei firmemente em seus olhos, e subi as escadas a procura de um banco livre.

Eu já não queria mais ir para a escola de ônibus, da próxima vez eu iria andando com a Camile, pelo menos eu não iria sozinho, por mais que aquela mostarda gigante estivesse cheio de pessoas, era como se eu estivesse num mundo só meu, onde ninguém mais poderia entrar e só existisse Derik Morgan.

O ônibus parou e como sempre fui o último a sair, Camile esperava sentada no murinho da frente da escola, com um vestido preto e vermelho xadrez , fiquei parado na calçada e lá vinha ela.

--Bom dia senhor Derik. -- Me olhou de canto escondendo um pequeno sorriso.

--Bom dia Camile. -- Entramos para a escola, com as mochilas penduradas em apenas um de nossos ombros.

--O que aconteceu ontem? --Olhei pra ela enquanto pegava meu livro de história no armário.

--Eu fiquei muito ocupada, me desculpe. -- Colocou a mão direita na testa enquanto se explicava.

Camile segurava um tipo de um diário rosa aberto em suas mãos.

--O que é isso? -- Olhei curioso, querendo saber os segredos que ela mantia naquele diário.

--Ah não é nada demais, é apenas um diário de uma amiga. -- Rapidamente ela o embrulhou num pano dourado e colocou em sua bolsa.

-- E eu posso ver? --Fechei a porta do armário e cruzei os braços encostando o ombro no armário.

-- Desculpe não, particular dela e você sabe como que é né, segredo é segredo. --Camile foi se recuando totalmente estranha.

--Você não me disse que tinha amiga. -- Deixei ela sem respostas.

--É... Ela não é daqui... --Gaguejou.

--E eu posso conhecer ela? --Perguntei, me pondo de frente a ela.

--Sabe o que é, ela não gosta muito de sair, e digamos que ela não é bem o perfil desse lugar. -- Camile já não sabia mais como escapar.

Fomos para a sala de aula, ela não parava de ler aquele diário, fiquei extremamente intrigado, com aquilo Camile estava muito estranha.

Eu não agüentava mais ficar naquela sala de aula, as horas pareciam não passar de forma alguma, o professor com a bunda pregada na cadeira e todos fazendo a balbúrdia, parecia mais uma creche ninguém se comportava como pré adolescentes as vezes pareciam animais.

O sinal para o intervalo tocou, Camile guardou suas coisas, e me chamou fomos para o pátio íamos comer apenas uma maçã não estávamos com muita fome.

--Ei você pode ir na cidade comigo? --Perguntei apenas testando ela.

--Não posso Derik, irei sair com minha amiga. -- Observei, ela abaixou a cabeça, parecia estar triste, se mostrava como se quisesse me contar algo mas não podia.