Minha Salvação

Capítulo 1 - Alyssa

     Estendo a mão e seguro o papel que o Sr. Monteiro me entrega. Tenho certeza que esse não é seu nome verdadeiro, ninguém usaria em um tipo de negócio como esse, mas isso realmente não me importa. Levanto os olhos vendo quatro homens na sala, um em cada canto e todos muito bem armados, pelo luxo do local e a alta segurança, presumo que esse Sr. Monteiro seja alguém rico e importante, pelo menos isso é uma certeza de que serei paga. Mexo levemente o quadril sentindo o cano da arma em minha cintura, sempre estou atenta e prevenida e consigo captar cada mínimo movimento de cada um dos homens daquela sala,  na minha cabeça ja tenho um plano de fuga armado se algo der errado, nunca se sabe com quem estamos negociando.
      Volto a olhar Sr. Monteiro que me encara de um modo estranho, olhando tempo demais para as calças de couro que estou usando. Ele não é um homem que eu desejaria, com certeza não. O mesmoh aparenta estar muito mais velho do que sua idade diz e há algo nele que me faz sentir nojo, repulsa. Abaixo os olhos para a folha e vejo o nome do meu mais novo alvo e uma fulga pra essa vida. Antônio Figueiredo. Continuo lendo e estreito os olhos quando uma informação importante é captada, ele é um agente federal, na verdade está em um cargo muito mais alto que um agente.

- Um federal ? Isso pode custar talvez o triplo do que combinamos anteriormente. -- Falo considerando toda a dificuldade de, ao menos, chegar perto dele e fazer um assassinato praticamente perfeito sem que deixe uma mera prova.

- Não se preocupe com o dinheiro, você ganhará até 5x mais se o serviço for realizado com sucesso. -- Ele fala se levantando e dando a volta na mesa, caminha ate uma mesa menor ao canto e enche um copo com alguma bebida amarelada, nego com um movimento de cabeça quando o mesmo me oferece e logo após um suspiro ele volta a falar.  --- Como você pode ter visto á muita pouca informação ai, ele foi responsável por várias prisões importantes e tem uma segurança quase impenetrável, não sei ao menos o seu endereço.

-Por isso o quer morto ? Ele prendeu alguém que possa ser importante para você  ?

   Vejo quando seu olhar escurece o deixando com um semblante sombrio, depois de alguns minutos me analisando ele responde.

- É mais complicado que isso, mas esse assunto não vem ao caso agora.  -- Ele volta a caminhar parando em minha frente, me analisa dos pés a cabeça e depois de um sorriso malicioso volta a falar --- Não duvido da sua competência, pessoas da minha mais absoluta confiança recomendaram seus serviços e vejo pelos meus próprios olhos que você tem potencial. Eu posso te dar uma gratificação à mais se puder me mostrar seus tributos mais intimamente.

  Ele fala isso o tempo todo com os olhos no meu decote e assim que sua mão vai em direção aos meus seios seguro seu braço e o torço em direção as suas costas, ouço seu grito de dor e rapidamente nos viro deitando seu tronco contra á mesa e o mantendo imobilizado, com a cabeça virada para o lado. Vejo seus homens vindo em minha direção ja armados e rapidamente pego minha Glock da cintura apontando para a cabeça do Sr. Monteiro.

- Mande eles pararem. AGORA.

- Parem porra, ta tudo bem, podem voltar aos seus postos.

     Vejo os seguranças, ainda um pouco relutantes, obedecerem ao Sr. Monteiro e voltarem aos seus postos, guardo a arma na cintura novamente e me inclino aproximando minha boca do seu ouvido.

-Agora você viu o meu potencial. E com os próprios olhos.

    Solto o mesmo escutando ele soltar um baixo gemido, dou alguns passos pra trás  e o vejo se virar para mim e alongar o pescoço, o girando. Logo ele me olha e começa a rir, como se tivesse achado graça de alguma coisa.

   -Realmente, você é a pessoa certa pra esse trabalho. -- Ele volta a caminhar até a mesa e abre uma gaveta tirando um envelope amarelo dali, o seguro quando ele me entrega e abro vendo vários bolos de notas de cem dólares.  --- Ai está metade do pagamento, receberá o resto quando terminar. Dinheiro em espécie e em dólares, como você pediu.  --  Assinto voltando a fechar o envelope e guardá-lo.  ---   Antes de matá-lo, quero uma investigação completa, endereço,  telefone, lugares que frequenta, pessoas próximas, tudo ok ? A única informação que tenho é o departamento em que ele trabalha e isso está no relatório que lhe dei, o resto é com você.

   Após confirmar o restante dos detalhes, sai de sua casa, quer dizer, sai da sua enorme mansão  e entrei em meu carro dando partida em seguida. Uma das minhas grandes paixões eram os carros. O ronco do motor, a velocidade, tudo me excitava.  E, graças ao meu mais digno trabalho, eu tinha condições de comprar o carro que eu queria, ele tinha que ser veloz e discreto, pois o uso no meu trabalho, e a placa era trocada semanalmente, pra evitar algum tipo de reconhecimento ou transtorno.
      Alguns minutos depois entro na garagem do meu apartamento e pego um elevador privativo que da acesso direto a minha humilde residência. Eu não era uma milionária, mas com certeza não vivia mal, tinha tudo o que eu queria e precisava, e nunca me preocupei com a falta de dinheiro, coisa que era frequente na minha infância e parte da adolescência. Balanço a cabeça pra afastar esses pensamentos e decido tomar um banho quente antes de estudar o próximo caso.
     Minutos depois já estou na minha cama, enrolada  no edredom e com uma xícara de chocolate quente. Pego meu notebook e faço a primeira coisa que todo mundo faz quando quer xeretar a vida alheia. Entro na internet e nas redes sociais. Pesquiso o nome de Antônio Figueiredo Policia Federal, logo aparece varias noticias do policial prendendo varias pessoas, desde políticos corruptos ate assassinos perigosos. Pelo que falava em um site de jornalismo, ele perdeu toda a família em um acidente suspeito, onde nada foi solucionado e o caso foi arquivado, e pelo que vi também, era um homem de meia idade, prestes a se aposentar. Clico em fotos e, a maioria que o mostrava, ele sempre estava ao lado de outro homem, mais jovem e pelo que vi também era um agente da polícia federal. Fico o encarando por um longo tempo vendo que ele era bonito, muito bonito na verdade. Moreno, olhos castanhos e cabelos levemente espetados pra cima, mas bem aparados, uma barba cerrada e um sorriso que derreteria até uma geleira, podia dizer que ele exalava charme. Mesmo com as roupas, podia perceber que tinha um porte atlético, musculoso mas nada exagerado, ao ponto de ser irresistível. Abaixo a tela e leio a legenda descobrindo o nome do moreno. Theo. Estranho não achar um sobrenome, ja que policiais são mais conhecidos por seu segundo nome. A maioria das fotos os dois estão juntos, abraçados e sorrindo para a câmera. Eles não tem nenhuma semelhança física e não são pai e filho, logo em uma matéria descubro que o tal Sr. Figueiredo e amigo do moreno bonitão, uma espécie de mentor que o ajudou a ingressar na carreira, depois comenta que são muito unidos e trabalham juntos.
          Sorrio de lado fechando o notebook e o deixando de lado na cama, me encosto na cabeceira e fico bebericando o chocolate enquanto penso em alguma maneira de me aproximar de Theo, algo me diz que ele será meu cartão de entrada para o meu pote de ouro.

Não se esqueçam de sentar o dedo na estrelinha, e se tiverem algum elogio ou crítica é só falar nos comentários, bjs e até a próxima 😘😘😘