(1) Escuro

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Signos.

Apesar de muita gente não acreditar na influência dos astros na vida de uma pessoa, é inegável o quão misterioso e empolgante é  fazer parte de algo místico como o zodíaco.

Entre os sonhadores apaixonados por esse universo, quero dedicar essa história para a sagitariana mais divertida e fantástica que conheço, Lorena, você foi o maior incentivo para essa história, e como desejo tudo de bom e divertido para sua jornada.

Para todos os demais sonhadores, boa leitura.


Um quarto silencioso.

As janelas fechadas com cortinas espessas tornavam o cômodo tão escuro que era impossível dizer a passagem do tempo do lado de fora, criando a sensação de todas as horas serem iguais.

Sobre o chão, o carpete claro estava cheio de embalagens de comida instantânea, bem como fones de ouvidos esquecidos. Na parede, uma televisão de led acesa ainda mostrava a cena final do jogo de vídeo game que havia sido finalizado com êxito.

Na cama boxe um corpo jovem estava inerte com os lençóis azuis enrolados numa bola antinatural, traindo o estado de confusão do seu ocupante. 

Augusto estava morto para o mundo.

Talvez permaneceria inerte por mais algumas horas até despertar e recomeçar a maratonar outra seção de jogo, mas batidas fortes soaram na porta trazendo o rapaz de volta a consciência. 

__ Não quero... volta depois. __ resmungou sem sequer abrir o olho. Por alguns segundos acreditou que a pessoa na porta havia desistido, porém as batidas recomeçaram mais alto que antes.

__ Vai embora, estou cansado. __ berrou cobrindo a cabeça com travesseiro, será que não tinha falado alto suficiente?

__ Bom dia! Hora de deixar o sol entrar! __ uma alegre voz jovial soou  escancarando a porta, para em seguida abrir as cortinas.

__ Deixa a cortina assim! __ Augusto reclamou sentando-se na cama, seus olhos agora lutando contra a súbita claridade.

__ Não. Se continuar afundado nesse breu vai acabar doente, todo mundo precisa de uma dose de vitamina D no organismo. __ a mulher insistiu ignorando os resmungos do rapaz. 

__ Você não devia estar trabalhando ou algo do tipo? __ Augusto retorquiu esfregando as mãos no rosto lutando para afastar o sono.

__ E você não deveria estar fazendo algo mais útil do que continuar trancado aqui a quase meio ano? O mundo real ainda tem seus atrativos, sabe? __ ela sorriu docemente, como se nunca tivesse tocado o ponto sensível do rapaz. 

Augusto lançou um olhar fulminante para a moça, desistindo de rebater. 

__ Sim, sou um completo desperdício de espaço, você está certa, o mundo gira no seu dedinho, então pode sair por favor? __ pediu levantando da cama, os pés arrastando pelo assoalho enquanto procurava uma camisa para vestir. 

__ Ainda não. Que furacão passou por aqui? __ Raquel arqueou uma sobrancelha, seus olhos cheios de desaprovação com a sujeira.

__ Isso é os restos do lanche de ontem... ou antes de ontem. Não tenho certeza. __ o rapaz respondeu vestindo uma camiseta azul clara que estava jogada no chão próximo a porta. 

__ Esse lugar está imundo, quando foi arrumado pela última vez? __ Raquel se aproximou da cama, procurando um lugar adequado para sentar-se.

__ Pode falar. __ Augusto desistiu de resistir após alguns segundos de silencio. 

__ O que você quer fazer da sua vida? __ Raquel perguntou.

__ Não leve pelo lado pessoal mas se está aqui porque o pai pediu para tentar mudar minha ideia saiba que a resposta ainda é a mesma: não vou trabalhar no escritório. Eu já disse que ficar preso entre quatro paredes lendo pilhas e pilhas de problemas dos outros não é para mim.  __ Augusto suspirou franzindo a testa. 

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