Já estava dormindo quando senti mãos passarem pelo meu corpo. O quarto estava escuro, só com a luz do abajur ligada. Eu sabia quem era, sempre é ele. Minha primeira reação foi pegar o abajur e começar a bater nele. Ele estava fedendo, com bafo de cachaça. Argh!
- Tira as mãos de mim! - gritava enquanto me debatia conta ele.
Carlos: Você tá pensando que é quem Melanie? Cala boca! - bateu no meu rosto. - De uns tempos pra cá você vem ficando cada vez mais gostosinha. - começou a rasgar minha roupa.
Era estranho. Ruim. Doloroso tanto no corpo quanto na alma. Eu não aguentava mais aquilo.
Carlos: Você vai aprender a nunca mais querer me bater, você está ouvindo?- Deu um tapa no meu rosto.
Ele tirou toda minha roupa pegou o cabo do abajur e começou a me bater com aquilo , meu corpo já estava todo vermelho. Ele tirou sua roupa e colocou suas partes intimas na minha frente tentando fazer com que eu colocasse na boca. Depois de um tempo tentando ele desistiu, porque eu não o obedecia. Insatisfeito com isso, acendeu um cigarro, deu uma leve tragada, um risada diabólica, arrancou minha peça de lingerie, e sem dó, me queimou colocando o cigarro em minha vagina. Eu gritava de dor e ele não parava. Querendo se satisfazer, o mesmo enfiou seu membro em mim, eu estava fraca, sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Cada vez mais meu rosto ficava marcado, ele me batia cada vez mais. Quando se deu por satisfeito depois de muito sofrimento, me deixou ali largada.
Carlos: Já sabe o que acontece se contar pra alguém né gostosa? - Eu só sentia nojo.
Fiquei umas meia hora ali chorando, cada dia que passava as agressões pioravam e eu não podia denunciar, é a vida da minha mãe em risco. Levantei e fui pro banheiro, liguei o chuveiro e a água quente percorreu queimando todo o meu corpo, eu não aguentaria ficar ali. Me sequei, coloquei um babydoll de manga de frio branco, fui para o meu quarto e me sentei ali no cantinho, só sabia chorar. Precisava da minha amiga!
Eu nunca fiz mal a ninguém, sempre tratei todos com a maior educação do mundo, até meus inimigos! Não via porque isso acontecer logo comigo. E se acontece comigo, fico imaginando quantas outras meninas passam por isso e não podem fazer nada. Eram mais de 1 mês escondendo isso de todos, mais de 1 mês sem poder me abrir, desabafar o que sentia com qualquer pessoa, mais de 1 mês tentando criar coragem de contar isso a alguém e pedir ajuda. Eu tenho 17 anos, tenho muito o que viver, não vou continuar nas mãos desse canalha.
Tinha tomado minha decisão, iria contar pra Lorena.Sem perceber ... Dormi!
06:00 AM
Acordei com o despertador do celular, meu corpo pedia minha cama. Não queria ir ao colégio, mas tenho que ser alguém na vida. Relutante levantei, joguei uma água no rosto para acordar, olhei meu corpo ... Os vermelhidões ja tinham saído um pouco, tinha só marcas roxas. Peguei uma calça preta qualquer, a blusa do uniforme, um moletom vermelho, e um vans preto. Hoje não estava afim de passar maquiagem e nem de usar acessório nenhum. Escovei meu dente, deixei meu cabelo solto, peguei minha mochila e fui embora.
Cheguei na esquina e Lorena já estava lá.
Lorena: Bom dia "frô" do dia! - disse dando um beijo na minha bochecha.
- Bom dia. - disse de cabeça baixa.
Lorena: Como foi o dia com sua mãe? - disse sorrindo.
- Ótimo. - disse sem ânimo após levantar minha cabeça em direção à ela. Ela ficou me encarando por um bom tempo, mas não disse nada. - Sinal abriu.
Lorena: É mesmo ... Maju o que é isso no seu rosto? - abri um negócio que havia na parte de cima do carro e me olhei no espelho.
- Ah, é machucado. Caí ontem na hora que estava lavando banheiro. - Que desculpa mais esfarrapada. Ela apenas assentiu e continuou olhando o trânsito.
Toda manhã era assim, o silêncio reinava no carro. A, vamos combinar né?! De manhã cedo ninguém gosta de ficar conversando muito. Chegamos no colégio e entramos seguindo o grande corredor indo pra sala.
Lorena: Sabe quem eu vi? - olhei pra ela e ela na disse nada, levantei a sombrancelha em sinal pra ela dizer quem. - Ata, aquele boyzinho que você estava olhando ontem na saída. - disse dando um sorriso malicioso.
- Euu?? - disse. - Você tá louca, eu não estava olhando ninguém.
Lorena: Quer mentir pra mentirosa bebê? Depois que você foi embora, chegou um outro menino numa moto, aí duas meninas morenas subiram na garupa da moto de cada um e foram embora.
- Humm, até que ele é bonitinho- LINDO NA VERDADE, mas não ia dizer.
Lorena: Gostou né Safada? O que acha da gente sair hoje? - disse já entrando na sala e sentando no seu lugar.
- Lore eu preciso te contar umas coisas, não dá pra sair. Depois da aula você pode ir lá pra casa? É importante! - Disse séria e um pouco nervosa.
Lorena: Tá bem, é a respeito de que? - Ela é muito curiosa.
- Em casa eu conto. Vira pra frente. Rogério chegou.
Rogério era professor de química, e super nervoso. Não pode nem respirar direito na aula dele. O tempo ia passando e cada vez mais ficava agoniada e arrependida pela decisão no qual havia tomado, mas, sabia que era para o meu bem. A aula passou rápido e já estava na hora de sair.
- Nossa mano, um ano para arrumar suas coisa.
Lorena: Aí calma, credo. - disse revirando os olhos.- Bora.
Saímos da sala e fomos em direção ao portão que agora já não estava muito cheio.
- Se o Carlos estiver ... - virei pra Lorena pra falar com ela e quando virei pra frente trombei com alguém. - Que merda hein! - olhei para a pessoa e meu deus.
xxx- Foi ''mals'' aí gatinha. - disse e eu revirei os olhos. Era o garoto da moto.
- Tranquilo! - disse e saí puxando Lorena sem esperar por respostas.
Lorena: De perto ele é ainda mais bonito né?! - Lorena disse alto, quase gritando, certeza que ele ouviu.
- Nossa Lorena, você tem um microfone na garganta? pelo amor de Deus, aprende a ser discreta. - Disse e ela riu debochada. Palhaça!
Fomos pro carro e em menos de 15 minutos já estava em casa. Carlos não estava lá! Bem ... chegou a hora!
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