Solidão de Dois

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Não queria emotivas declarações, mas certeza

De que ali ele estaria, alheio a outros amores.

Para enfim caminhar serena, de alma acesa

E sã, pés ao chão, evitando da queda as dores.

Sabia a menina, que para ser amor deveria estar

Junto a si sempre que a vida lhe sufocasse a fala.

E tornar o resto opaco, por ter nela o olhar,

E a alma, pois tranquila, na presença dela, cala.

De todos os amores, do muito se fez nada.

Ou ela não os via pois perdida em novo encanto,

Ou eles a perdiam buscando afago noutra amada.

Na solidão de uma só, faltava-lhe outro tanto

Que acrescesse a ela nova e mais bela camada.

Dai viver boa vida, na solidão de dois, portanto.

Sonetos e PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora