Não queria emotivas declarações, mas certeza
De que ali ele estaria, alheio a outros amores.
Para enfim caminhar serena, de alma acesa
E sã, pés ao chão, evitando da queda as dores.
Sabia a menina, que para ser amor deveria estar
Junto a si sempre que a vida lhe sufocasse a fala.
E tornar o resto opaco, por ter nela o olhar,
E a alma, pois tranquila, na presença dela, cala.
De todos os amores, do muito se fez nada.
Ou ela não os via pois perdida em novo encanto,
Ou eles a perdiam buscando afago noutra amada.
Na solidão de uma só, faltava-lhe outro tanto
Que acrescesse a ela nova e mais bela camada.
Dai viver boa vida, na solidão de dois, portanto.