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                        Robert POVS

  O que grávida? Eu estava feliz e ao mesmo tempo confuso, não sabia como reagir na frente de Angella, e não quero magoa-la.

- Robert, você está bem? Não gostou de ter outra filha? - Ela me olhava com uma cara de desespero pensando que eu não iria aceitar a criança.

- Não, claro que não. Quero dizer, sim gostei da notícia, estou muito bem. Mas você sabe qual é o sexo?

- Ainda não, eu iria ver depois de amanhã. Você vai vir comigo né? - Olhando fixamente nos meus olhos.

- Claro que eu vou, é a nossa filha (o).

  Eu estou surpreso, feliz, mas estou com medo. Nessa cidade ter mais de um filho é muito ruim, temos que trabalhar mais horas, aqui tudo é caro. Mas vou pensar em minha mulher e no novo bebê que vai ser muito bem vindo nessa casa.

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                   Angella POVS

  Não sei o que está acontecendo, mas estou sentindo que Robert não gostou muito da notícia. Vou tentar ao máximo para ajudar ele com Julie e no trabalho, acho que é isso que está incomodando ele.

  Robert tinha ido caçar, não tínhamos mais nada em nossa geladeira. Precisávamos fazer compras, muita coisa para Robert se preocupar. Tentei ajudar nas tarefas de casa, mas uma hora que me deitei no sofá e tentei me destrair brincando com Julie que estava no tapete com seus brinquedos.

  Robert chegou cansado, e dava para perceber que estava meio frustrado com a caça. Ele botou as carnes em um pode e botou na geladeira. Me deu um beijo na testa e um em Julie também, e foi direto para o chuveiro. Quando saiu sentou-se no sofá e disse:

- Hoje estava muito ruim para se caçar.

- Desculpa, queria te ajudar. - Falo fazendo massagem em seus ombros.

- Desculpa por que, meu amor? - Ele segura minhas mãos e me faz sentar em seu colo, me dando um leve beijo.

  Ficamos conversando por um bom tempo, quando vimos Julie quase dormindo no tapete, botamos ela para dormir e fizemos o mesmo.

         °•°•°•°•°•°•°•°xXx°•°•°•°•°•°•°•°

Cinco anos depois...

                      Robert POVS

  Julie já com dez anos, e nossa filha mais nova Maggie. Ela se parecia mais com Angella, seus cabelos eram ruivos, seus olhos castanhos, não era tão agitada quanto Julie. Era mais sensível, adorava ficar brincando com Julie. Já tinha cinco anos, sempre levava ela e Julie para a caverna.

  Ah a caverna... Um lugar lindo, espaçoso, com muitas flores, brilhava de noite, parecia uma caverna mágica. Amava aquela caverna, e as meninas também. Só nós três sabíamos dá caverna, era nosso esconderijo secreto.

  Mas nem tudo era perfeito, Angella ficava em casa o dia inteiro cuidando das meninas, e eu cansado de trabalhar dia e noite andando naquelas ruas.

  Às vezes, isso me incomodava um pouco, eu queria ser mais presente para as meninas, nesses dez anos que se passaram, a crise vem aumentando.

  Chego em casa finalmente, mais uma vez tendo que me abaixar para entrar em casa. Eu sempre chegava no mesmo horário 19:59.

- Papai! - Julie e Maggie falaram juntas correndo até meu encontro.

- Oi, meus amores. Como foi o dia de vocês? - Pergunto empolgado e vou até a cozinha, botando as carnes em cima da bancada e caminhando até o sofá.
  
   As meninas, por incrível que pareça, fazem muitas coisas dentro de casa, elas não se preocupam muito em sair ou ter novos brinquedos, já que entendem o quão ruim está a nossa situação. Não por eu ficar enchendo a cabeça delas com isso, mas elas dão bem atentas, sempre assistem os jornais e sempre sabem de tudo.

- Papai, papai! - Julie me empurrava me despertando na hora.

- Oi, o que houve?! - Pergunto assutado.

- Você não gosta de conversar com a gente? - Maggie faz uma carinha triste.

- Eu amo conversar com vocês, só que o papai está muito cansado... - Passo minhas mãos sobre meus cabelos grisalhos.

- Vá dormir, papai. Amanhã a gente conversa... - As meninas sentaram no chão e pegaram seus brinquedos.

  As meninas e Angella, já estavam cansadas de tanto cansaço, eu sinto que elas estão magoadas comigo.

- Cadê a mãe de vocês? - Me levanto do sofá e pergunto.

- Está lá fora... - Maggie diz com uma expressão triste, tadinhas...

  Vou até a casinha em que eu trabalho.

- Oi, meu amor, boa noite! - Angella diz enquanto fazia uma escultura.

  Nós nos conhecemos no trabalho, ela fazia esculturas de cera e de madeira e eu, trabalhava fazendo móveis.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto simplista.

- Eu estou fazendo algumas esculturas para vender, estamos precisando de dinheiro. - Ela diz enquanto martela um pedaço de madeira.

- Não precisa disso, eu consegui arranjar um novo emprego, como caminhoneiro na empresa de um amigo.

- Você já está com 3 trabalhos, isso é demais! Você não tem mais tempo para nossa família.

- Nós precisamos disso!

- Você está tarado por trabalho!

  Deixei Angella sozinha naquele quartinho, ela estava passando dos limites, toda hora era um insulto por eu trabalhar demais!

   Dia seguinte...
  
                   Angella POVS
 

   O despertador tocou exatamente 6:30 da manhã, me levanto da cama e vou até o quarto das meninas, que dormiam como duas anjinhas.

  
  Desço até a cozinha e preparo o café da manhã.

      

No way out...Onde histórias criam vida. Descubra agora