Após uma noite inteira sem dormir, Lenon começou a preparar um café da manhã caprichado, além de ter preparado um série de coisas a serem ensinadas para Luna. Lenon preparou waffles, suco de morango, café e um bolo de chocolate para que ele e Luna pudessem comer. Entre as atividades daquele dia, Lenon ensinaria Luna um pouco sobre matemática, história e inglês, mesmo não sendo sua língua nativa, porém a mais falada pelo mundo.
A alguns quilômetros dali, Sophia e Jim, estavam se preparando para pegar uma lancha até a localização que haviam encontrado. Sophia estava nervosa, achando aquilo fácil demais, pra anos e anos de procura.
- Jim, você não tá achando isso fácil demais?
- Sim, mas temos que verificar, e se for algo real?
- Não sei, não to com um bom pressentimento sobre isso. Pensa bem, estamos há anos procurando por isso, você então há muito mais tempo do que eu, e de repente, eu consigo uma localização?
- Sophia, pode ser que você tenha tido sorte, apenas isso. Eu já to velho demais pra essa merda.
- Tá, mas e se algo acontecer? E se for uma armadilha? Estaremos caindo como patinhos, e talvez manchando nossa reputação.
- Por isso estamos indo com uma equipe especializada, é só não causarmos alarde. Pelos registros, tem cerca de 4 casas naquela ilha, e no momento somente duas com moradores.
- Espero que você esteja certo.
- Eu também espero Sophia. Alias, antes de irmos, vê se compra um café ali na frente do pier. Sua cara está péssima.
- Eu não dormi essa noite.
- Pois devia, estamos prestes a fazer historia, e você com essa cara. Bem, se nos fodermos, pelo menos você estava preparada.
- Suas palavras foram reconfortantes - respondeu Sophia sendo irônica.
Sophia estava extremamente desconfortável com a situação. Poderia ser apenas paranoia pela falta de sono, mas sua desconfiança era grande. Sophia comprou o café, e voltou pro píer, sua mente estava um turbilhão, e em muitos pensamentos, um grudou em sua cabeça. E se as informações que ela rastreou tivessem sido plantadas? Sophia entrou em um estado de alerta, que a acompanhou até a ilha.
Luna acordou com muita fome, e ainda tentando acreditar que estava segura, que estava bem. Homens muito ruins haviam tirado toda sua vontade de viver, dormiu com muito receio sobre estar no mesmo teto com outro homem, não sabia se podia confiar em Lenon, e nem se podia no estado que está, lutar contra ele. Enquanto Luna se ajeitava na cama, Lenon entrou com uma cadeira de rodas adaptada, preparada pra levar Luna para tomar o café da manhã.
- E então, conseguiu descansar?
- Demorei a dormir, e sempre acordava.
- É normal, ainda tem que lidar com seus traumas. Mas, se anima, eu preparei um café da manhã especial pra você. E já separei algumas atividades pro seu dia. Vou te ensinar muitas coisas.
- Por que está fazendo isso?
- Ham? Eu já disse, quero acabar com isso tudo, e queria resgatar uma Lolita.
- Lolita?
- É como vocês são chamadas. Lolitas. Bonecas Sexuais Humanas. Sei que é pesado, na verdade é algo horrível, e por isso não posso mais permitir que meninas como você sejam transformadas dessa forma.
Luna começou a chorar, Lenon a abraçou para a reconfortar. Lidar com tudo isso de uma vez só é algo extremamente difícil. Mas é algo necessário para Luna.
- Olha Luna, não se preocupa, aqui você está segura, nenhum daqueles caras podem te ferir novamente.
- Obrigada! Muito obrigada! - respondeu Luna ainda chorando.
- Agora vou te colocar na cadeira, e te levar pra tomar um café da manhã. Assim você se anima um pouco, tá bom?
- Tá bom, você tem bolo?
- Não sei, você vai ter que chegar lá pra descobrir.
Lenon colocou Luna na cadeira, prendeu os cintos de segurança e a levou. Luna ficou encantada com o café da manhã que Lenon preparou. Ela viu o bolo de chocolate e ficou maravilhada, em toda sua vida, bolo é uma coisa que raramente viu e comeu, no caso, mas viu do que comeu. No orfanato, muitas crianças só podiam comer coisas desse tipo, se tivessem bom comportamento e Luna sempre se metia em confusão para poder ajudar suas amigas, no final, somente ela era punida. A ultima vez que pode comer um bolo, foi logo assim que entrou no orfanato e ainda não aprontava, pois não tinha amigas.
Luna comeu aquele café da manhã todo, pois estava com muita fome, haviam dias desde sua ultima refeição, até onde se lembrava. Lenon ficou feliz que ela tenha gostado, suas intenções eram realmente nobres quanto a Luna, embora seus objetivos sejam opostos quanto a acabar com a organização responsável pelas Lolitas.
Sophia estava fumando um cigarro sentada na parte de trás da lancha, achava fascinante que algo tão complexo foi desenvolvido em um local tão pequeno, e por uma única pessoa. Cientistas e Engenheiros de diversos estados se esforçaram por anos para desenvolver a Arpa Net, a primeira rede de computadores conhecida, e um única cara, criou uma rede inteira sozinho. Sophia sabia que não o fizera por mal, era um meio de burla a ditadura comunista do pais, porém, nem todo mundo a usa pro bem. As intenções não eram exatamente condenar o criador pela sua criação, mas trabalhar com ele para destrui-la, e ser julgado pelo seu governo sobre seus crimes, de forma que com um acordo, fosse possível que o réu respondesse em liberdade.
Porém Lenon fugia da CIA, Interpol e outras organizações a anos, nunca acreditou nas informações da mídia, sempre via tudo isso como uma armadilha. Entretanto o plano de Sophia e Jim sobre destruir a rede, é um tanto quanto falha. Pois como Lenon conseguiria tal feito, se a rede é de código aberto, e milhões de pessoas já mexeram em seu código. Lenon mesmo não detém mais os códigos originais, seria bizarro se ainda o tivesse. Ou será que não?
- Sophia, está melhor?
- Ah, oi Jim, estou sim.
- Parece que sua mente está distante.
- Só pensando em coisas idiotas, pra distrair.
- Entendi, já estamos chegando, o capitão vai encostar agora no pier.
- É, deu pra perceber. Não to tão distante assim.
- Hahaha, você sempre tem uma resposta na ponta da língua.
- Sempre Jim, sempre.
- Vamos lá, chegamos.
- Vai na frente. Eu só vou terminar meu cigarro.
- Ok, não demore.
- Como se isso fosse fazer eu fumar mais rápido.
Jim saiu dando risadas. Sophia também conseguiu sorrir pela primeira vez naquele dia. Alguns policiais que estavam os acompanhando, começaram a investigar as casas, Jim estava muito contente naquele dia, mesmo com todos os pressentimentos. Sophia terminou seu cigarro e foi ao encontro de Jim, as casas eram todas umas perto da outra, em uma ilha realmente pequena, como uma vila. Em volta, haviam outras ilhas a uma certa distancia, com outras casas. Porém nada que chamasse atenção, a localização estava correta, aquela era a ilha que eles deviam estar.
- Notou algo errado aqui?
- Do que está falando Sophia.
- Pega seu celular Jim, verifica o sinal. - Jim imediatamente pegou o celular.
- Sem sinal.
- Exatamente, ou seja, a internet aqui só pode ser acessada de uma maneira.
- Satélite.
Luna estava um pouco melhor desde o café da manhã. Lenon mostrou para ela alguns desenhos animados, livros, alguns filmes que eles poderiam ver depois. Luna estava se sentindo confortável, nunca havia visto aquelas coisas.
- Tá bom, agora você já aprendeu um pouco de cultura, mas vou te mostrar o que é música. Já ouviu música?
- Só algumas canções do local que eu nasci. No orfanato não podíamos ouvir música.
- Parecia ser um lugar difícil de viver.
- Sim, muitas regras rigorosas, eu não podia nem comer bolo quando tinha, porque defendia minhas amigas nas confusões e eu era punida de não poder comer os bolos de aniversário que tinha as vezes.
- Caramba, que coisa malvada de se fazer com uma criança.
- Mas pelo menos o seu bolo estava muito bom, fiquei feliz.
- Isso é bom. Fico feliz que tenha gostado. Mas agora, vamos ouvir música. Vou colocar uma que é clássica, uma das preferidas da minha mãe. Stayin' Alive de uma banda chamada Bee Gees.
- Que nome estranho. Hahaha.
Lenon colocou a música bem alta, e começou a dançar para Luna, embalado no ritmo da música.
Enquanto isso, um soldado se aproximou de Jim.
- Senhor, achamos algo naquela casa. - disse o soldado apontado para a ultima casa do lado direito da "rua".
- Ótimo, vamos até lá Sophia.
- Jim, cuidado. - disse Sophia apreensiva.
Jim olhou para ela com uma expressão confiante. Seguiram o soldado até a casa, entraram com cuidado, e foram até o segundo andar, onde o soldado na entrada apontou pra eles. Sophia começou a sentir algo, dizendo que não era pra eles subirem.
Luna estava dando altas risadas de Lenon todo desengonçado fazendo os passos de dança da música, Lenon estava feliz, por estar divertindo ela. Para ele, arrancar o sorriso de alguém que passou pelo o que ela passou, era reconfortante.
Sophia gritou para Jim não subir, e antes de Jim dar outro passo, aconteceu uma forte explosão, arremessando todos que estavam na escada para longe, Jim queimou um pouco o braço, e estava desacordado. Sophia também desmaiou na explosão, porém todos os cinco soldados que estavam no segundo andar, foram mortos na explosão.
Durante a dança, pouco antes da música acabar, Lenon pode ver a explosão pela Janela, e ficou contente por Luna não ter ouvido por causa da altura da música, e nem ter visto por estar distraída, já que a janela ficava atrás dela. Ele sorriu e continuou a divertir Luna, que ria bastante naquele momento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Deep: Perigos Virtuais
General FictionLenon é filho de um deputado chinês. Seu país é muito rígido e bloqueia sites de outros países de serem acessados na China. Estudante de computação e altamente inteligente, resolve então criar um Navegador Web diferente, com sua própria rede anonima...