make it real

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A quantidade de pastas sobre a minha mesa não me intimidou.

Não era um caso particularmente fácil, mas era um caso que eu estava feliz em fazer parte. Finalmente eu estaria do lado de quem eu acreditava estar certo e me sentiria bem em defender aquele caso.

Não apenas para defender o meu posto na sociedade e ver Eric deixar o escritório de cabeça baixa e envergonhado, mas porque eu sabia que estava finalmente defendendo o que eu acreditava ser certo.

Quase fiz uma prece em agradecimento aos sócios por me darem aquele caso.

Finalmente eu não estava do lado da grande corporação.

Revirei as pastas com avidez, vendo o que poderia extrair ali de momento e senti o perfume de sândalo rodear a sala.

- Achei que já houvesse feito o meu desejo. – comentei sem olhar para trás, mas sabendo que ele estava ali, mesmo que não pudesse vê-lo. O meu coração batia aceleradamente e minha pele estava arrepiada e isso apenas em tê-lo perto.

Minha mente fez questão de lembrar a noite anterior e percebi que o que ele podia fazer quando estava realmente dentro de mim, era ainda mais avassalador e intenso do que as sensações conflitantes que eu sentia com a sua presença.

- Creio que não te expliquei exatamente a dinâmica da magia dos gênios. Você tem três desejos, minha joia.

Virei o corpo, encarando-o e meu corpo aqueceu e estremeceu ao mesmo tempo enquanto o observava despojadamente sentado em uma das cadeiras de minha sala. Era inumano ser tão maravilhoso assim de terno.

A comparação com Eric foi inevitável. Ambos usavam a mesma cor de terno: preto, inclusive, a mesma cor de camisa: escura, cinza. Mas em Jawad, era mais incrível, mais lindo, mais delicioso. Não era apenas os seus cabelos maravilhosamente negros, não devia apenas a sua pele morena e quente. Era ele todo. Era a sua presença. Era o que o seu simples olhar fazia comigo.

Como eu poderia desejar outro homem depois de conhecer alguém tão perfeito quanto ele?

- E pelo que eu me lembro, um deles já foi feito.

O timbre da sua voz era rouco e intenso, fazendo minha pele coçar em desejo. Mesmo à distância ele conseguia evocar o prazer em meu corpo. Como era possível? A forma como ele dissera aquelas palavras tão simples era o bastante para fazer com que as cenas da noite anterior viessem à minha mente com toda a força.

- E você o atendeu com todo o prazer, não? – brinquei enquanto me apoiava na minha mesa, ficando de frente para ele.

- Claro, que tipo de gênio seria eu se não desse o máximo para atender o que você mais necessitava, minha joia?

Revirei os olhos ante o seu tom brincalhão e o encarei, percebendo algo curioso que realmente precisava ser esclarecido:

- Por que insiste em me chamar de "sua joia", diga meu nome. Pearl é um nome muito digno!

- E o que mais são pérolas? Eu sei que nós do oriente damos um valor extremamente especial à pedras como rubis e esmeraldas, mas eu pessoalmente sempre tive uma predileção para o brilho leitoso das pérolas. – seus olhos desceram pelo meu corpo, admirando meu colo onde a minha pele clara se mostrava pelo decote da camisa. – Então eu fui subitamente acordado de um sonho de milhares de anos justamente por minha joia favorita: Pearl.

Um sorriso estava estampado em meus lábios e as pastas atrás de mim estavam completamente esquecidas. A sua voz me deixava atenta apenas nele, a sua figura me fazia observar sem cansar. As suas palavras me deixaram com o coração batendo de modo estranho e sem conseguir interpretar o que ele queria dizer exatamente.

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