CAPÍTULO 7

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          Em algum momento durante a luta, Harumi desapareceu sem que ninguém percebesse.

          — M-Mestre... — Liss tentava me acalmar ao lado.

          Eu disquei mais uma vez o número do celular da Harumi e esperei que começasse a chamar, porém, mais uma vez não houve qualquer resposta.

          — Merda! — gritei enquanto apertava o celular contra a palma da mão.

          Com essa já seria a quarta tentativa de ligação, não conseguia imaginar para onde ela poderia ter ido naquele estado, na verdade, eu estou preocupado, já que na situação em que ela se encontrava, o melhor era ir para um hospital.

          — Você não acha melhor ligar para a casa dela? — disse Mirai, que estava sentada em um dos bancos da praça.

          Ao seu lado, o garoto com aparência de criança ainda continuava sem dizer nada, apenas com a expressão de tédio de antes.

          — Não é tão simples assim, ela não estava indo para casa, lembra?

          Se fosse apenas uma briga entre amigos ou uma desilusão amorosa, com toda certeza ela teria voltado para casa, mas a situação atual era diferente, tinha muito mais coisas envolvidas.

          — Bem, então é melhor nós começarmos a procurar. — Eu olhei para a Mirai, que havia se levantado. — O que foi? — perguntou ela, provavelmente devido à minha expressão de dúvida no rosto.

          — Você ainda quer matá-la? — perguntei.

          Ela inclinou o pescoço e então disse:

          — Não... Minha vida como assassina acabou minutos atrás... Porém, eu ainda não acho que ela seja inocente. — Sem mudar sua expressão de imparcialidade, ela continuou falando. — E parte do motivo de eu estar te ajudando agora é somente para que possa perguntar a ela o que aconteceu com a Akari. Não posso deixar a morte da namorada do meu irmão sem uma solução.

          Eu apenas concordei sem dizer nada.

          — Façamos assim, eu e o Draw vamos procurar perto do shopping, você e a Liss vão... — Ela ficou sem saber como continuar, então fiz uma sugestão.

          — Nós vamos em direção à casa do Hideo.

          — Certo... — concordou ela sem entender muito bem.

          Depois dos grupos terem sido formados, cada um saiu em direção ao seu destino. Eu e Liss começamos a caminhar para a casa do Hideo o mais rápido possível. Por sorte, o lugar não ficava longe, então não demorou para que voltássemos àquela porta enferrujada.

          Eu bati com força e, diferente da primeira vez, ele saiu quase que de imediato.

          — Amato? — perguntou ele assim que abriu a porta.

          Sem nem pensar, ele a fechou e se encostou nela.

          — Aconteceu alguma coisa?

          — A Haru sumiu. — Sem alterar sua expressão de desânimo, ele continuou me observando sem dizer nada. — Eu preciso saber, o que aconteceu exatamente entre vocês?

          Ele parecia relutante em explicar, mas começou a falar:

          — Eu já expliquei, não foi? Ela se confessou e então saiu alterada daqui.

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