Como Sobreviver ao Amor

Capítulo 1 - Prólogo

Prólogo

6 meses antes

Sabe quando você acorda e sente que o dia não será bom? Eu realmente deveria levar mais em consideração o meu sexto sentido, era sexta-feira, havia caído o maior pau d'agua e eu acordará atrasada para o meu futuro ex emprego e como se não bastasse eu havia lutado para entrar na minha calça jeans tamanho quarenta e seis.

Maldito rodizio de pizza.

E sabe o que é pior? Meu namorado viu toda a minha luta. Tudo bem que já estamos juntos há seis anos, mas realmente não era uma coisa que eu queria que ele visse, mas foi impossível disfarçar quando ele entrou no quarto e viu eu me debatendo em cima da cama com a calça engatada nos joelhos.

Lembro com felicidade do tempo que usava trinta e oito, não faz muito tempo, para falar a verdade faz apenas um ano. Eu realmente aumentara quatro tamanhos em um ano e tudo isso se deve ao fato de ter uma péssima alimentação e não suportar academia. Mas agora é muito tarde para ficar me lamentado, eu sabia muito bem o que fazer para perder esses malditos quinze quilos.
Só faltava ter atitude.

-Bom dia Melissa. – Joana, a recepcionista que  sempre usa terninhos elegantes e que deve ter quarenta e pouco anos, geralmente é  com ela que eu almoço, pois era uma das pessoas mais divertidas que eu já tinha conhecido.

-Bom dia, como está o clima hoje? – Eu pergunto enquanto empurro a catraca.

-Nada bom, se eu fosse você corria logo para a sua mesa. – Ela aponta para trás onde fica a porta que dar entrada para onde fica minha mesa.

Eu apenas sorrio e caminho a passos rápidos para minha mesa, antes que possa chegar nela,  é preciso passar por um grande salão que antes era repleto de cabines com computadores, agora as cabines já estavam começando a ser desmontada e as poucas que sobraram eram ocupadas por colegas de trabalho inconformados.

Toda essa indignação se deve ao fato de que há alguns anos essa empresa era uma das melhores do país no ramo de marketing e agora graças a crise que atingiu o nosso querido país  estava fechando as portas. Eram cento e cinquenta funcionários quando quando eu comecei a trabalhar e agora restavam apenas dez e sabíamos que em menos de dois meses nós também estaríamos no olho da rua.

-Bom dia, Senhorita Melissa. – Meu chef rosna assustando-me. – Resolveu aparecer no trabalho?

Eu cerro o maxilar para não  gaguejar e o olho desafiadora antes de responder.

- Bom dia Senhor Carlos. – Eu digo apenas isso e sorrio frio, ignorando seu comentário.

Ele bufa e volta para sua sala.

Meu chef e eu nunca tivemos uma relação maravilhosa, mas ele sempre me tratou com respeito e eu o tratava também, ele sempre havia sido frio e contido,  mas desde que recebemos a notícia que a empresa fecharia ele se tornara um pau no cu. Ele simplesmente passava o dia reclamando de tudo que eu fazia e nunca estava satisfeito com nada. A notícia foi dada a quatro meses, lofo depois de quarenta funcionários terem sido demitidos, foi um caos, logo quando seu comportamento mudou eu não dei muito atenção, pois todos estavamos nervosos e angustiados, mas logo semanas e meses se passaram e ele não tinha voltado ao normal, mas antes eu ficava calada e assustada, porém agora quando eu percebia que ele queria começar uma briga eu o ignorava, por mais que tivesse vontade de gritar e tacar coisas naquela cabeça quadrada, as vezes que eu atingia meu limite e respondia  sarcastiscamenge. Mas era muito raro. Pois eu ainda queria sair daqui com uma boa recomendação.

-SERÁ QUE EU VOU TER DE ENVIAR UM CONVITE PARA QUE A MINHA SECRETÁRIA VENHA ATÉ A MINHA SALA FALAR SOBRE MINHA AGENDA? – Ele gritou de sua sala e frisou bem aquela palavra que eu detestava.