Capítulo 2

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- Nãaaaoooo, me solta, socorro alguém por favor, me solta! - Gritei desesperado.

Estava agarrando meu calcanhar com força, enquanto me contorcia e lutava pra me soltar, minhas mãos estavam sujas de terra, estava chovendo muito e meus cabelos estavam colados na testa.

Dei um chute na cabeça desta sei lá o que, e acabou me soltando, eu corri desesperado, estava em uma floresta era de noite e não conseguia enxergar nada, por causa do medo nem liguei com a dor que sentia pé, tirei meu casaco pois pesava por estar molhado, as folhas e galhos batiam em mim, algumas me arranhando e cortando, mas nada disso importava, eu podia ouvir os gritos Deles.

- Me deixem, por favor eu imploro - pedi como uma prece que eles podiam entender

Olhei para trás, por três segundos somente, depois disso rolei um barranco não sei por quanto tempo só sei que quando parei não tinha mais força para me mexer, senti o gosto de sangue e da chuva caindo em mim, ela já não estava mais gelada, estava até confortável, virei com muito esforço o meu rosto e o que vi foi uma cena digna de filme de terror, não sei se eu estava chorando ou era a chuva, mas pode ter certeza que se pudesse eu choraria, de derrota, pela minha vida, por tudo isso que estava acontecendo, morrer desse jeito, ahh mãe, quantas vezes pedi desculpas atrás da porta e não na sua frente que arrependimento, agora é tarde, irei morrer nas garras daquilo que fugi a vida inteira, que me perseguiu a vida inteira. Irônico.

Estava encarando eles, saindo da escuridão da floresta, o maior deles me levantou pelo pescoço, sem esforço algum, acabei tossindo um pouco, tentei me mexer mas não consegui, Ele sorriu da minha situação.

- (Língua desconhecida) - Ele disse.

Os outros Deles ficaram agitados, acho que estavam comemorando.

Sua voz era ruidosa e obscura

Então Ele fez aparecer uma fina espada, nas suas mãos parecia leve, colocou seu braço para trás para dar um movimento certeiro em mim.

Bom, esse parece com certeza o meu fim, a espada avançou, disse então....

Levantei assustado, suando e tremendo, foi tão real, percebi que caiam lagrimas, fiquei encarando o nada por um tempo, agarrando o lençol da cama com força,

- Isso foi muito assustador - coloquei meus dedos no pescoço, podia sentir onde foi apertado, levantei da cama peguei minha lanterna e fui até o banheiro, desde que me lembro ando com uma lanterna, notei que Eles não gostavam muito de luz então "geralmente" de dia eu conseguia ficar em paz.

Acendi a luz do banheiro, fechei a porta, abri a torneira e molhei meu rosto umas três vezes. Olhei no espelho, vi foi um rosto pálido, cansado e assustado.

- Que estranho, acho que estou ficando louco de vez agora - meus olhos estavam bem mais claros

- Parecem estar brilhando, não, isso é impossível - falei pra mim mesmo - chega, desisto disso tudo.

Voltei pro quarto, eram 02:43 ainda - pelo jeito a noite vai ser muito longa

~ Suspiro ~

- Kylan, Kylan

Alguém me tocou - Ham... - passei a mão no rosto - Era o Lann

- Kylan, aqui não lugar para dormir - a professora me disse com olhar serio para uma mulher beirando seus 50 anos

- Desculpas professora - todos estavam me encarando.

- Tudo bem, mas não durma novamente - dizendo isso voltou a ministrar a aula.

- Que isso Kyn, já é a terceira aula que dorme hoje - Lann cochichou disfarçadamente.

- Eu sei, mas é que tive uma noite péssima - aquele pesadelo não me deixou dormir pelo resto da noite.

- Sua mãe pegou pesado com você ontem pelos vidros.

- Eu que peguei pesado com ela - não falei com ela hoje de manhã, nem café tomei, apenas ignorei - ah...Sai cedo pra vir a escola.

Sinal da escola toca.

- Espero que o trabalho sobre a guerra das luzes fiquem prontas na próxima aula.

Kylan - O segredo DelesOnde histórias criam vida. Descubra agora