CAPÍTULO 3 - A origem dos caçadores de vampiros

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Transilvânia, Romênia, 1709...

Passaram-se exatos doze anos após a morte dos meus pais adotivos. Aquele monstro... como era mesmo que ele se chamava? Ah, não importa. Só sei que ele estava certo, todos os que se aproximam de mim morrem. Naquele dia, antes de desmaiar, tive a impressão de ter visto um anjo, mas acho que foi apenas a minha imaginação. Na verdade, acho que fiquei louco e acabei matando meus próprios pais e também o senhor e senhora Johnson, imaginando que se transformaram em monstros. No dia seguinte acordei na porta da igreja local. O padre me acolheu, disse que alguém tinha me deixado lá na noite passada e que meus pais tinham sido assassinados por alguém (ele nem desconfiava que fui eu mesmo que os matei). Passei alguns meses ajudando na igreja, fazendo serviços de limpeza e organização, em troca de comida e moradia. Mas nunca fui boa peça e vivia aprontando com os coroinhas e freiras que me achavam um pestinha. Por causa de minha rebeldia o padre disse que eu não poderia permanecer com eles, então arrumou um casal de idosos para cuidarem de mim. Eles aceitaram, mas com a condição de ficarem morando na fazenda que era dos meus falecidos pais adotivos. Sinceramente acho que eles estavam era de olho na herança que deveria ser minha, mas tudo bem, eu não conseguiria me sustentar sozinho naquela fazenda enorme mesmo.

Hoje tenho 22 anos, só vivo embriagado e arrumando confusão. Já perdi as contas de quantas vezes fui preso, só estou solto por causa do padre que é muito próximo dos meus novos pais adotivos e sempre dá algum jeito de convencer as autoridades a me soltar. Mas hoje foi diferente, o que devia ser só mais uma briga de bar, acabou se tornando em assassinato. Sim, eu matei um homem a sangue frio. Eu estava na minha, jogando sinuca com uns amigos, quando vi aquele cara assediando uma moça que tinha acabado de se refugiar dentro do bar. Ele se chama Robert, é um almofadinha, filho de um empresário aqui da cidade. Por ser rico acha que pode fazer o que bem entende e por isso vive infernizando a vida das pessoas com a ajuda de um grupinho de delinquentes que o acompanha. Mas hoje ele se meteu com o cara errado. Tentei defender a moça e isso acabou gerando uma briga feia. Meus amigos também se envolveram, mas apenas eu fui preso, pois fui eu que cometi o homicídio.

Penitenciária de Brasov...

— Levanta! Alguém quer conversar com você. — Diz o guarda abrindo a cela e me levando algemado à uma sala reservada.

Chegando lá, encontro o padre sentado, me esperando.

— Vocês têm cinco minutos. — Diz o guarda nos deixando à vontade.

— Oi, padre! — O cumprimento com um sorriso debochado. — Veio me dar mais um sermão?

O padre dá um tapa em meu rosto e começa a falar:

— Seu irresponsável! Até quando acha que vou continuar te tirando da prisão? Esta é a quarta vez em que você foi preso.

— E daí? Você sempre dá um jeito de me libertar, então estou tranquilo. — Digo cruzando os pés em cima da mesa.

— Desta vez é diferente, você assassinou um homem.

— Foi em legítima defesa, além disso, ele bem que mereceu. Fiz um favor a esta comunidade, deveria ser tratado como um herói, não como um criminoso.

— Duvido muito que tenha sido em legítima defesa. Você o matou por quê sente prazer em ver as pessoas morrendo. Isso está no seu sangue, posso ver em seus olhos.

— Isso não importa. Diga ao xerife que foi em legítima defesa e ele me soltará, como sempre fez.

— Não farei isso, chega de passar a mão na sua cabeça.

Dark Thoughts - Apocalipse (volume 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora